Praça
E enquanto as crianças corriam pela praça, e os adolescentes declaravam suas paixões, considerando eterno o que só poderia mesmo existir no efêmero, e que os adultos apressados passavam com as suas compras do mercado, eu ali, tentando enxergar os motivos de um mundo tão cruel e pior, tentando conviver com o fato de ser parte dele.
O marketing vive dos 4 Ps = produto, praça, preço e público. Eu vivo com os 4 Fs = Fé, força, foco e felicidade.
Pombos de rua não aprendem a procurar comida, pois tem sempre quem lhes jogue milho na praça. E este acha que está ajudando.
Queimaram nossa história numa fogueira na praça, chamaram toda a escória e anunciaram que era de graça.
Vamos andar de mãos dadas pela praça
Ali ninguém se incomodará com nossa história.
Os pardais virão nos dar boas -vindas e as azaleas se moverão com a brisa.
Vamos andar de mãos dadas pela praça.
O carteiro nos acenará de longe
O padeiro retirará o pão fresquinho do forno.
Vamos andar de mãos dadas pela praça
Hoje o amor é nosso adorno
Vamos andar de mãos dadas pela praça.
As andorinhas estão chegando
e avisam barulhentas
está findando o outono.
- Que saudades..., Xanxerê; soltar a pipa lá pro céu; rodar o pião e jogar bolita no chão da Praça; e, que bom, pés descalços pisar a terra, andar de bicicleta, pescar lambaris com minha mãe; e nadar no rio, inda verde-azul...; namorando a vida e matutando a sorte.
Adi J.C. Musskoff. (Caminhos e Destinos..., No tempo dos Pinhais).
O Anjo da Praça
A vida é tão incrível e surpreendente...
- Agora a pouco fui almoçar e sempre que o restaurante onde eu vou, está cheio, peço a comida para levar e me dirijo a uma praça que está na esquina, sento no meu banco preferido e enquanto estou comendo, aproveito para fotografar os pombos, observando o movimento e quando o seu Carlos,um venezuelano andarilho, que sempre está por lá,vem conversar comigo,eu adoro,gosto de ter companhia para dividir uma refeição e com uma boa conversa, melhor ainda... ele é um senhor muito agradável, bem humorado e cheio de histórias e estórias, para contar. Ele conhece todos que frequentam a praça,sabe seus horários e diz ele, que quando alguns dos frequentadores, estão com um semblante tristonho ou diferente, ele fica observando-os e mentalmente cria uma estória feliz para cada um rosto que aparece na pracinha dele e hoje ele me contou a estória que criou para mim, quando me viu a primeira vez, sentada ali, almoçando com os pombos. Eu fiquei tão emocionada com sua sensibilidade e com a coincidência de ele ter criado exatamente, o que tenho vivido, só que reinventada com menos dramas e tristezas, foi como se rebobinasse o filme preto e branco, dos meus últimos anos, só que colorido, feliz, alegre, no lugar das lágrimas; sorrisos. Foi inevitável não derramar alguns, ao ouvi-lo observando atentamente, seus olhos expressivos e com um ar bucólico no fundo deles, ler seus lábios com um sorriso transparente, singelo e juvenil, ao pronunciar cada palavra .. quando não consegui mais, as lágrimas discretas e começaram os soluços, ele mudou de assunto e perguntou se podia fazer comigo uma coisa que sua mãe sempre fazia com ele, quando ele estava chorando, eu consenti com a cabeça, e ele se levantou, tirou meus sapatos, sentou bem próximo a mim, encostou minha cabeça no seu ombro e tocando suavemente meus cabelos, cantou uma canção e eu comecei a sentir uma paz, um calor no coração e ele me olhou e disse que sua mãe que se chamava (___) sempre conseguia acalmar o seu coração, assim. Foi a parte mais surpreendente deste momento, ele só conhecia meu apelido e o nome da sua mãe, era o mesmo que o meu.
VENTO ANDEJO
O vento que por aqui passa..
Venta a venta de todas ventas
venta e sibila na praça...
Venta o cambaleio do ébrio
e o cheiro da cachaça.
O vento que por aqui passa...
Venta flores do jardim
venta a menta do antídoto
as lagoas dos anfíbios
e os dentes da jumenta.
Venta para o lado do sul...
O vento vindo do norte
venta os passos dos fracos
o meridiano do agreste
e a esperança do forte.
Venta a moça na janela
e a serenata lá no chão
venta o desespero do adeus
a costela do primeiro Adão
e as lagrimas da solidão.
O vento que por aqui passa...
Venta o cisco no meu chão
venta, com vento da saudade
as vezes espanta a verdade
e o pulsar do coração.
O vento ventou a chuva
e molhou sem dizer não
ventou semente germinando
menino na biqueira banhando
na cumeeira do sertão.
Ventou o pasto do gado
no curral e lá no cercado
ventou o leite da vaca
o plantar com a matraca
p'ra criar o seu criado.
Ventou a marcha do cavalo
em ploc, ploc no caminho
ventou a densa solidão
o escuro do Lampião
quando ele estava sozinho.
Ventou a linda rima
do poema com calor
a prosa o vento ventou
a areia no deserto soprou
junto as estrofes do amor.
O vento que por aqui passa...
ventou nuvens e os escarpados
ventou o rumo do caminho
as letras dos pergaminhos
e os passos lá do passado.
O vento que por aqui passa
já ventou na cor escura
no mourão e nas correntes
nas chibatas das serpentes
e nos pulsos das criaturas.
Vento andejo, vento andejo
vento andejo sim senhor!
Já ventou n'aquele carvalho
inventando todo entalho
para a cruz do redentor.
O vento que por aqui passa
já ventou tudo sim senhor...
Ventou o inicio do mundo
as pedras das manjedoura
e o choro do criador.
Antonio Montes
O documentário The Square* (A Praça) relata um período de três anos no Egito, no qual o país se livrou de um ditador, obrigou os militares a realizarem eleições, elegeu um religioso para presidente e derrubou-o após uma guinada autoritária. Os chamados revolucionários de 25 de janeiro e seu comportamento são glorificados.
O documentário retrata ativista politicos que representam o ideal de ativista que o Ocidente gostaria que não só o Egito, como o Oriente Médio inteiro, fossem. Eles são ativistas seculares, modernos e engajados em uma luta incessante pela democracia. A pressa dos ativistas pela democracia, e a ânsia pela revolução, é tão grande que o próprio documentário foi refeito por Noujaim. A versão indicada ao Oscar é bastante diferente da premiada em Sundance em janeiro de 2013. Fiseram cortes na nova edição para retirar as cenas mais fortes, o que chamamos de jornalismo sensacionalista.
E o novo corte inclui as manifestações populares contra o governo de Mohamed Morsi, irmão muçulmano eleito depois de duas ondas de protesto: a primeira contra Mubarak e a segunda contra a junta militar que substituiu o ditador.
O Documentário retrata a intransigência dos revolucionários. Ao se apegarem ao ideal, perderam de vista o fato de que a democracia não é uma magia, é construção, feita a passos lentos e dolorosos. Ao menosprezarem a política, deixaram de ver a necessidade de entrar no sistema para poder modificá-lo. Ao confiarem nas Forças Armadas, mesmo após as torturas e abusos sofridos, não perceberam que foram transformados em massa de manobra no golpe de julho contra Morsi.
Ao contrário das estrelas de The Square, a maior parte dos egípcios vai comprar a comida de amanhã com o dinheiro ganho hoje. Para esses, a estabilidade está à frente do desejo por democracia, especialmente depois de três anos de crise. Não é à toa que novamente os revolucionários da Tahrir estejam indo para a cadeia, desta vez ao lado dos irmãos muçulmanos, enquanto uma nova ditadura se estabelece, aclamada por milhões de egípcios.
Acredito que se tivessem utilizado a interação por meio das redes sociais, eles teria alcançando o objetivo com rapidez, já que a Internet permite uma viralidade maior com estratégias usadas no marketing digital.
Tem gente que morre importante, vira nome de rua e de praça, a família se emociona, mais tudo isto passa.
Se você tem algo pra reclamar, sente no banco da praça central as 16 horas e veja quantas pessoas irão te pedir ajuda pra comprar um lanche, logo verás o significado de reclamar de barriga cheia.
O tempo...
Quando caminho pela praça que era cheia de vida, me faz lembrar o encanto no canto dos bem-te-vis, agora, distanciados pelo barulho e poluição. O desencontro do homem alimentou um crescimento desproporcional que aos poucos, foi esquecendo das árvores frondosas e frutíferas cercadas de bancos de pedras naturais que convidavam para sentar e esquecer por algumas horas, os problemas sempre distantes de alguma solução.
Durante os fins de semana, famílias, faziam dali, uma extensão do quintal de suas casas pela paz e segurança que proporcionavam a seus filhos, a descoberta de uma natureza abundante em cheiros, cores e frutos.
Lembranças, com o passar dos anos, costumam ser uma boa companhia para a saudade quando o tempo, já não conta mais suas horas, mas cada minuto é arquivado e guardado como uma joia rara no cofre da vida que agora, possui cheiro de flores cultivadas, mas misturadas a uma composição melodiosa que leva a sonhar e vivenciar momentos muito especiais.
by/erotildes vittoria/3 de fevereiro de 2017
-Crianças virtualizadas-
"Ali, parado no banco da praça,
Vejo crianças a brincar,
Cabisbaixa elas vão passando.
Não vejo a pipa no ar,
Nem bolinhas de gude a rolar no chão,
Pique esconde não há, será medo da escuridão?
Nem mesmo o ligeiro peão fazem rodar,
Será que ele perdeu a graça em bailar?
Há como isso é estranho e mau!
Amarelinha e corda não querem pular,
A bola, há essa deixaram pra lá,
Só querem brincar no mundo virtual."
~Então você está jogado em um banco de praça achando que o romantismo já não existe mas e de repente chega uma garota(o) estranho e te mostra o contrário...
No meu futuro ….
Eu me vejo com você ,
Andando de mãos dadas,
No meio de uma praça
Não dá pra não querer.
No meu futuro
Eu vejo você deitada na minha cama
E todo tempo dizendo que me ama, e me ama.
No meu futuro…
Eu só quero você do meu lado,
Me dando conselho, esporros
E quem sabe um belo de um abraço.
No meu futuro,
Eu imagino a gente…
Levando um belo de um "presente",
Eu acho que dá pra entender.
Bem se isso não acontecer..
Não importa ,
Pois eu só vou querer está perto de você…
- João Igor C. Souza
Um homem muito rico, no fim de expediente de sua empresa, desceu para a praça que havia bem de frente ao prédio onde trabalhava.
Avistou um rapaz que estava olhando para o chão, de forma pensativa e com um largo sorriso (provavelmente resultado de seus pensamentos).
Sentou - se ao lado dele e disse: "Eu nasci pobre. Desejei por toda minha vida a fortuna de outros homens, a imagem que carregavam, seus carros e mansões. Eu queria tudo aquilo. Hoje eu possuo tudo e muito mais, tudo que carregue um cifrão escrito "vende-se" eu posso ter. E em todos esses anos eu nunca sorri como você sorriu pensando na vida." O rapaz, meio surpreso por tudo que foi dito pelo homem desconhecido, respondeu: "Eu nasci pobre também, não enriqueci e nem conquistei tudo que gostaria de ter conquistado. Mas sorri pela gratidão de tudo o que conquistei. Sorri por lembrar da minha esposa em casa, dos meus filhos na escola, sorri pelo teto sob a cabeça de todos eles nos dias frios e chuvosos, e até pela piscina de plástico nos dias quentes. O beijo de quem se ama, o abraço de alguém importante, e as pequenas conquistas são motivos para se viver."
O empresário olhou para ele e disse: "No fim das contas, você é muito mais rico do que que eu".
Sorriram juntos, conversaram por mais algum tempo, e numa despedida amigável, ele se foi...
Sentado em um banco de praça, um senhor de oitenta e tantos anos, faz o que fazia rotineiramente. Alimentando pássaros com migalhas de pão, ele recebe uma visita. Um homem de meia idade, usando um terno cinza, senta - se ao lado dele e diz: "Sr Antônio, como tem vivido sua vida?"
Estranhando o fato de aquele homem o chamar pelo nome, de certa forma ele sabia quem era. "Eu vivi plenamente pelas últimas 8 décadas. Levo no coração os amigos mais leais, o grande amor da minha vida, que já se foi, mas juntamente comigo, construiu uma grande família. Meus filhos estão todos bem, e meus netos igualmente."
O homem de terno o questiona: "O senhor não parece assustado em me ver."
E ele respondeu: "Estou a 10 anos longe da pessoa que mais amei na vida. Vivi a vida do meu jeito, e vou partir do meu jeito. Agora posso vê-la, novamente."
O homem espantado, sorri, estende sua mão e diz: "Assim espero e torço, senhor."
E se foi.
Sentados num banco de praça, surgiu uma pergunta intensa. "Por que as pessoas expressam o quanto estão felizes para as outras? Por que o mundo está radiante ao nosso redor, no momento em que vivemos em miséria? Quando o amor é sentido no ar, e a paixão pode ser vista em cada esquina e beco mas não nos alcança."
Uma pergunta tão bem fundamentada, precisaria de uma resposta à altura. Mas ele não tinha nenhuma para ela. Se sentia vivendo naquele enigma, que talvez nem a própria Esfinge seria capaz de responder.
"Não faça perguntas difíceis, garota. Quando o mundo cheirar a amor, sorria, quando cheirar a paixão, sorria mais ainda. Acho que se você consegue sentir esses sentimentos com tanta intensidade, talvez eles estejam mais próximos de você do que imagina."
Ela percebeu a indireta, segurou a mão dele, colocou o cabelo por trás da orelha e sorriu.
"Talvez tenha razão..." Disse a moça, percebeu que o mundo era cheio de surpresas.