Povo
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Tudo o que as elites precisam dar ao povo
é algo pra comer
e alguma coisa para se entreter.
Os socialistas gritam ‘Poder ao Povo' e erguem o punho cerrado enquanto o dizem. Todos nós sabemos que o que realmente querem dizer é ‘Poder sobre as pessoas, Poder ao Estado’.
Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la.
Nota: Adaptação do pensamento original de Santayana. A citação também costuma ser atribuída a Edmund Burke. A confusão acontece porque Burke tem um pensamento com uma ideia semelhante.
...MaisO Amor
ENTÃO Almitra disse:
-Fala-nos do Amor.
Ele levantou a cabeça
e olhou o povo;
um silêncio caiu sobre eles.
E disse com voz forte:
- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir.
E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.
Porque assim como o vosso amor vos coroa,
também deve crucificar-vos.
E sendo causa do crescimento,
deve cuidar também da poda.
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais tenros
que tremem ao sol,
também penetrará ate às raízes
sacudindo o seu apego a terra.
Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do palhiço.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.
Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.
Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer
os segredos do vosso coração,
e por este conhecimento
vos tornardes um bocado
do coração da Vida.
Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair da eira do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.
O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.
O amor não possui
nem quer ser possuído.
Porque o amor
basta ao amor.
Quando amardes, não digais:
-Deus está no meu coração,
mas antes:
- Eu estou no coração de Deus.
E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos julgar dignos,
marcará ele o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.
Mas se amardes, e tiverdes desejos,
deverão ser estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.
Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência
do amor, e sangrar
de bom grado e alegremente.
Acordar de manhã com um coração alado
e agradecer outro dia de amor.
Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.
Voltar a casa ao crepúsculo
com gratidão;
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado
e um canto de louvor na boca.
in "O Profeta"
de Khalil Gibran
Esperança do povo
Lá se vai meu povo,
triste.
Lá se vai esperando,
de novo
pensando
que existe
esperança.
Que o dinheiro
vai dar
o mês inteiro
p’ra gastar
e sobrar
p’ra poupança.
Coitados!
Minha gente
é criança
que de repente,
p’ra se conformar,
acredita nos sonhos.
Mas, a verdade aparece
contida
na triste ilusão.
O real depois permanece
p’ra gente pensar.
Pois,
então?
Só o pobre
socorre
outro pobre.
E o rico
só morre
mais rico.
Foi assim……ode a meu povo
Foi assim…por mero acaso
que cheguei , certo dia,
à terra de meus pais.
Ainda um menino, pouco sabia
ou um quase nada
sobre os campos distantes
de ventos frios e cortantes
do extremo sul do País.
Essa terra guasca e lindeira
de gente pura e acolhedora
plena de simpatia e lealdade.
Terra de encantos, protetora,
que em realidade era a de todos
meus mais antigos ancestrais.
Rio Grande do Sul, uma nação
orgulhosa de seus feitos e tradições;
uma nação verdadeira,
cuja bandeira, tremulando,
carrega os traços rebeldes
de muitas guerras e peleias
nação com sangue forte nas veias,
curtida no amor à terra e,
a defendê-la fez jorrar esse sangue
por várias gerações.
Menino carioca, da capital
me achando soberano, o tal…
aprendi , muito cedo
a domar o potro da vaidade
e a me entregar de alma,
sangue e corpo
ao minuano campeiro.
Fui tomar satisfação a meu pai sobre esses assuntos do céu: "O povo diz que o céu é la em cima e o inferno é lá embaixo. Mas se a Terra é redonda e tem céu em toda a volta, onde fica o inferno?". Meu pai, meio agnóstico, meio crente, me deu uma palmadinha carinhosa e se saiu: "O inferno é aqui mesmo. Vá brincar!"