Portas
Cerrei meus olhos
como quem fecha as portas de
um empório.
Nada.
Nem sonhos,
nem sono.
Apenas barbies esqüálidas
and ebony babies.
E ainda que o desânimo tente invadir a sua vida, não permita. Feche as portas e jogue a chave fora, porque, maior que todas as suas lutas, é a sua fé aí dentro de você.
Eu fiz da nossa história a razão da minha vida. Fechei portas, abri estradas, plantei árvores, arranquei espinhos... Corri, sangrei, sorri. Fiz tudo e de tudo um pouco me transformei para agradar seus desejos sempre tão intensos. Não me arrependo de nada.
Liberdade é uma porta sem chave e com nossos limites fazemos pontes entre nossas chaves ou em portas desconhecidas
Podemos, em qualquer época de nossa vida, em qualquer situação, abrir novas portas, conhecer novos lugares, novas pessoas, outros sonhos poderão acontecer... Renovar o nosso compromisso com a vida e assim recomeçar e alcançar a felicidade...
Hoje acordei pensando no meu transplante, no dia em que as portas da liberdade novamente se abriram. Uma segunda chance só recebe quem merece, para poder fazer diferente, para criar os rebentos, viajar amorosamente com o marido, para beber ÁGUA (santa), para não sentir medo todos os dias (não tem jeito, o medo é inerente a hemodiálise por mais corajosa que fui naqueles anos).
Com vcs, as palavras do doador, meu irmão amado Paulo Sérgio: " A Márcia Paula é irmã que dá trabalho, até uma parte de mim já se foi por ela, e se fosse necessário faria de novo. Sempre pronta a ajudar, esquece até dela mesma para ajudar os outros. Seu jeito com as crianças é cativante, talvez seja isso o que falta em sua vida, mais crianças para cuidar. Seus filhos são anjos que vieram para nos abençoar (Viva Matheus e Yasmim)."
O que dizer? Entre lágrimas digo apenas, MUITO OBRIGADA!! E conte comigo, ontem, hoje e sempre!!
Caminho em direção à luz na longa estrada. Percebendo todas as portas, muitas um dia abri, e me perdi. Na ânsia de acertar voltei, e retomei minha caminhada. Muitas portas abriram algumas até preferi manter fechadas.
Na longa estrada, encontrei muitos companheiros e mais portas se abriram. Compreendi e aprendi.
Escolhi caminhar em meio à floresta, mas não mais no escuro. Uso minha varinha de condão com meu pó de pirlimpimpim para encontrar o que preciso em meio aquelas coisas verdes... Novas.
Caminho para o meio...
Caminho para a paz....
Volto-me para o coração, rumo à unificação."
Gira a vida
nesse eterno abrir e fechar de portas.
Vira a rima
e o avesso que ri de suas próprias respostas.
Vira o verso
nesse eterno abrir e fechar de pernas.
Gira o resto
nas gotas de suor e verbo de suas mentiras sinceras.
Inesperado ato
de consequência inerente
Transforma o que é belo
Fecha portas e janelas
Que passam os ventos
Que rasuraram o certo