Portas
Grande ilusão morta no espaço tempo...
Do fundo do copo...
Disfarçando a espera de um qualquer sofrimento...
Pelas saudades que lhe aterram...
Procurando no amor a felicidade...
Entre conversas vãs...
Entre os descasos sem cuidados...
Pertencer a quem souber...
Apreciar os trejeitos...
No íntimo mais profundo...
Ignora o silêncio e o eco...
O que o coração murmura, a voz não diz...
Entorpecido sente-se feliz...
E vão-se em mar a fora...
Os sentidos embriagados e mal sentidos...
Que tudo é ilusão que esta alma sente...
Se nada há de novo e tudo o que há...
Sentir prazer em deitar-se com o perigo...
Que alguém lhe mostre a tua imagem, como tantos, sem sentido...
Sem expor à vergonha...
Sem alardear seus gemidos...
Pobre esperançado...
Que anda crê na ilusão…
Do amor…
Da fantasia...
Que nas portas dos bares aguarda...
Alguém a lhe acompanhar pelas ruas...
Tudo posso esquecer em minha vida...
As visões em minhas estradas percorridas...
Só não consigo me esquecer no entanto...
Dessa figura de alma nua...
Sandro Paschoal Nogueira
Misteriosa visita a quem aguardo...
Tua vontade que me bate...
Enrendando meus cuidados...
Um culto por mim cultivado...
Tão pouco de mim julgo que o mereça...
Antes que a noite desapareça...
Fazendo-me atrevido...
Fremente volúpia pecadora...
De lábios macios e tentadores...
Onde o amor repousa lascivo...
Onde conheço mil sabores...
Os rumores do mundo são esquecidos...
Quando em seus braços me perco e me acho...
Seus sussurros alongam meus ouvidos...
Que representam em terra meu paraíso...
Despojo-me dos pudores e me dispo...
O toque torna-se mais aflito...
Faço de minha alma uma lâmpada de cego...
E dou-me por rendido...
Assim a natureza fala...
As portas de ouro vão se abrindo...
Florida canção que nos deleita são os nossos gemidos...
E por fim...
Transfigurados de emoções...
Adormecemos sorrindo…
Sandro Paschoal Nogueira
As portas que abriremos nem sempre serão as certas. Os caminhos que percorrermos nem sempre serão perfeitos. A vida que escolhemos nem sempre será a que imaginávamos. Mas o nosso destino quando traçado, nada podemos fazer para impedi-lo.
Por trás de todas as portas, há passagens secretas. Há histórias para contar. Há surpresas inesperadas. Há o inesperado de malas prontas, ou para partir ou para chegar. Quando chega, chega alertadamente. Mas, quando parte, não deixa nenhum vestígio. O inesperado tem dessas coisas. Quando percebemos, ele já aconteceu. Assim, é a vida e as suas passagens. Todas com os seus segredos, os seus mistérios e as suas loucuras.
A dor é um sinal. Sinal de que precisamos estar alertas e mudar. Mudar interna e externamente. Seguir novos rumos e buscar novas oportunidades. Fechar o que terminou e abrir as portas para que o novo entre.
A solidão abre portas para nos encontrarmos. Retiramos dela o que não nos faz bem e deixamos apenas a essência do momento.
Quando o momento de transição mover os cordões que alinham o caminho do conhecimento, abrir-se-ão as portas do paraíso.
"Tem portas que a gente arromba em momentos de desespero que não deveriam ser arrombadas"
Haredita Angel
27.09.2018
Talvez eu tenha criado uma expectativa irreal da situação, algumas portam não devem ser reabertas. A dor não vale a pena.
As portas do universo estarão sempre abertas para nós, porque é de onde nós viemos e para onde voltaremos