Portas
As Sete Aberrações
I - A Anunciante
Era apenas um sonho.
Ela entrou como se portas não estivessem em seu caminho. Desfilava lentamente, exalando seu perfume de flores mórbidas e crisântemos.
"É apenas um sonho" - me convenci.
Seus olhos não passavam de ausência, cavidades densas e profundas como os mais fundos abismos já vistos por qualquer humano. Vestes de um negro tão profundo quanto tal, cobriam o corpo abaixo do crânio de animal, cujos longos chifres enrolavam-se para trás.
Ela sentou-se aos pés de minha cama, quando percebi que estávamos em meio a uma floresta, banhada de luar.
Em tom de zombaria com meus próprios devaneios, proporcionados por um ápice de criatividade que há muito não testemunhava, abordei a mórbida e ainda elegante criatura:
"Agradeço a visita em tão oportuno momento, peculiar senhoria" - balbuciei.
Ainda voltada a mim, como se seus negros, redondos vazios encarassem o fundo de minha alma, respondeu às minhas palavras, em um tom de voz quase feminino, em uma língua que quase entendia, de forma que quase acreditava ser real:
"Agradecestes a visita dos demônios, criança, quando os anjos finalmente o abandonam"
A fragrância da morte, exalada do hálito do ser inanimado, invadia minhas narinas enquanto possuía e manipulava minha calmaria, transformando em tensão, e desapropriando o devaneio a mim proporcionado.
Senti como se esse fosse o fim. Ao fundo, quatro badalares alastraram seus sons, tomando conta da floresta enquanto a lua começava a transbordar ainda mais seu reflexo.
"Agradeças mais uma vez, ou melhor, seis vezes, até que nos encontremos de novo. Os anjos o abandonam e nós, viemos ao seu auxílio, acalentá-lo. Ou não. De qualquer forma, ainda saberás que existem, pois podes não ver luz, mas sombras são provas de que ela está em algum lugar"
A criatura levantou-se e partiu, desaparecendo na escuridão. Lágrimas de desespero transbordaram meus olhos, quando finalmente sentei-me, acordado, mergulhado em dúvidas e solidão.
"Era só um sonho" - Desejei, enquanto fechava os olhos mais uma vez, com todas as minhas forças. - "Foi só um sonho" - implorei, mas era tarde demais. Todos os sete, já faziam seu caminho até mim.
Tenho portas que só abrem pra algumas pessoas. O difícil é não confiar mais sua amizade em quem vc dava a chave pra casa toda.
Respeitar o limite do outro faz toda diferença mas não estranhe quando ela se afastar.
Um coração cheio de ódio fecha as portas para entrar o amor,
e um coração cheio de amor fecha as portas para entrar o ódio
FECHE ESSA PORTA
Esses dias li algo sobre portas entre abertas. Fiquei refletindo sabe?
As vezes a gente ta dentro de um quartinho pequeno e mal cheiroso, toxico, escuro, mas lá você ta sentada num pequeno espaço limpo e com uns pertences que te fizeram tão feliz um dia. Pode ser um ursinho e uma caixinha de chocolates que ganhou. Mas cara, que lugar horrível de ficar, que lugar triste, você nem consegue mais sorrir ali dentro, só fica pelo apego mesmo. Foi tão lindo ganhar aquele chocolate naquele dia né? Migalhas.
Sabe qual o nosso problema? Ficar lá no quarto por medo de não sobreviver sem o ursinho e o chocolates que são juntos a única coisa boa daquele quarto.
Tenhamos coragem que nos despedir dos nossos ursinhos e chocolates, sair do quarto, fechar a porta e jogar a chave bem longe. Dá um medo do possível arrependimento que vai bater pois você nunca mais vai poder sentir o cheiro daquela felicidade que teve em meio ao caos daquele quarto.
Mas na boa, você não imagina o mundo de possibilidades que tem aqui do lado de fora. Vem ser feliz, sai desse quarto!
Não é possível viver por completo, quando deixamos portas entreabertas.
Os fantasmas voltam e as dores, também!
Abriu as portas de par em par
e ali estava ele!
Nada poderia indicar
que novamente seus caminhos se cruzassem,
mas como o destino sempre intervém a seu bel prazer,
lá estavam, um diante do outro.
Sabiam, naquele exato instante,
que suas almas não mais se separariam
e esqueceram o habitual bom senso
para celebrar o tácito acordo de não mais
enfrentarem as tempestades cada um por si.
Cika Parolin
É só mais uma história, uma derrota, uma guerra depois das portas.
Marcos pelo ódio, de uma nação, perdido no orgulho de um vilão.
Hitler o bárbaro, o mago, debaixo do nariz, escondeu mil panzer armados.
É só mais uma história, uma derrota, uma guerra depois das portas.
Avançou pelas terras nunca conquistadas, civilizações despreparadas, vilas desgovernadas, com fogo no ódio e nada mais, corpos desfigurados foram ficando pra trás.
É só mais uma história, uma derrota, uma guerra depois das portas.
Você precisa de um motivo pra tomar uma atitude, tomar coragem, mas quem não guerreou e nem de guerra fez parte, um preconceito sem escrupulos, um carater para o povo divulgado como arte.
É só mais uma história, uma derrota, uma guerra depois das portas.
nações, países, continentes de joelhos, desesperados, no fio da navalha tremendo de medo, mas a esperança que nunca morre, o fim chegando ao fim.
É só mais uma história, uma derrota, uma guerra depois das portas.
E a vitória mais vitoriosa e aguardada, chegou o fim, 5 anos de praga, era agora o gigante Hitler como um anão de joelhos, perdeu a guerra, mas a vida de nossos parentes morreu junto com seus desejos.
É só mais uma história, uma derrota, uma guerra depois das portas.
O mundo está pedindo socorro mas as paredes de alguns templos e suas portas fechadas estão impedindo alguns salvos de escutar.
Há espaço, oportunidade, honra e riquezas para os cristãos perseguidos, pois Deus sua fabre portas para suas realizações, seu temor e sua fidelidade.