Portão
Enquanto você deixar, sou eu quem vai cuidar de você, abrir o portão pra você, fritar seu ovo de manhã, preparar seu café, e conversar, te levarei pro quarto pra que durma e descanse. Eu que vou te dar um beijo e vou deitar do seu lado. Vou te fazer carinho, passar a mão na sua cabeça, até você cair no sono. Vou te observar dormindo, e logo em seguida, dormirei nos teus braços, ou de lado com você. Vou te acordar com vários beijos seguidos.
E se quiser levantar, vou te prender na cama pra recomeçar. Vou fazer mais carinho, e pode ter certeza, que muitos beijos, isso é o que não vai faltar. Pra que levantar? Vamos assistir tv. Filmes, séries, Id e comentar, até futebol, porque não?…
O que for. Não deixaria você prestar atenção. Te beijarei devagar e me esfregarei em você, e não vou parar. Por mim nos provocaríamos a manhã inteira. Ou o dia inteiro. Eu cuidarei de você, mimarei,amarei você, respeitarei você, e serei somente sua, enquanto você deixar. Eu te prometo.
Esta Amanhecendo, paro em frente ao portão e mais uma vez sozinho me deparo à solidão,
Já não sei o que fazer pra enganar meu coração, mesmo fingindo não ver o pensamento é a razão.
O amor é uma coisa que não dá pra distinguir, quando pensa que é atração, logo vem pra definir, é por isso que eu te penso que não me deixe e não se vá e também preste atenção no que agora eu vou falar....
Pensamento voa eu chorando atoa, com saudades dela
Que não me perdoa.
Pensamento voa eu chorando atoa, com saudades dela
Que não me perdoa. Aaaa
O cachorro late no portão
e tenta desesperadamente
passar algo além do focinho.
Ele quer sair
e mijar nos postes
com os outros cachorros.
Mas ninguém entende.
Ele pertence aos donos do portão.
Então ele grita.
Acham que ele é bravo.
Ele grita mais.
Acham que ele incomoda.
Aí jogam água
e além de puto ele sente frio.
Pensam em adestrar
no Método Ludovico
mas sabem que no fundo
ele será sempre o mesmo cachorro.
Então, numa certa noite,
cortam suas bolas.
E o cachorro não late mais.
Não quer mais gritar.
Não quer mais sair do portão.
Não quer mais ver os amigos
nem mijar nos postes.
Só quer ficar velho,
doente e acabar logo com isso.
Soa familiar?
Você deve ter visto algum cachorro desses
em algum espelho por aí
ou em qualquer reflexo de vitrine.
Pois é…
Agora o portão fica aberto
e o cachorro olha pra rua
sem vontade de sair
nem de latir.
Setembro 2010 – “O Diabo Sempre Vem Pra Mais Um Drink”
Casa azul
Passei pelo portão da minha avó
Cruzei uma rua sem asfaltamento
Me dirigi à convidativa casa azul
Bati na porta por algum momento
Um homem de meia-idade abriu
Cumprimentei ele e segui o rumo
As escadas eu subi sem fraquejar
Havia lá uma garota com aprumo
O quão real pode ser um sonho?
Desejo muito então que se repita
Para tentar recordar o nome dela
Seria este um relato enfadonho?
A magia conhece quem acredita
E eu estou persuadido pela bela.
Chave Mestra
Seu coração era o portão
Que não se abria facilmente
E aqui estou em frente a ele
Esse portão trancado
Pelos amores não correspondidos
Que estava enferrujado
Pelas lágrimas que foram derramadas
E com a chave mestra, não há portão que aguente
O amor verdadeiro é o que o abre novamente.
Hoje fui ao portão com olhos de manhã. Miúdos, como quem apertasse pra ver melhor. Olhando além das janelas.
Procurando Ela.
TragediAna
Quem era Ana?
A estranha do portão?
Essa foi a sua fama
Por não ser como todos são,
O que ela queria?
Do que ela gostava?
Isso ninguém sabia
Porque ela não falava,
Em suas noites de solidão
A pobre Ana chorava
Os seus dias de humilhação
Para o travesseiro desabava,
Todos a desprezavam
Sem qualquer explicação
Mas não imaginavam
Que ela já encontrou a solução,
Eles não conseguiram seu perdão
Sua triste voz ecoava naquele portão
Agora todos lhe ouviram
Como nunca tinham ouvido até então,
O seu nome era Ana
Uma jovem libriana
Rejeita por quem não a ama
Fez seu túmulo em sua cama.
Antigamento era assim:
namorava-se no portão,
noivava-se na sala e
casava-se na cama.
Tudo tão simples, e dava certo!
☆Haredita Angel
Oportunidade advieram para abrir o coração
Por um momento pensei abrir novamente o portão
As pessoas subiram usufruíram da bondade
Abusaram como se fosse asneira
Brincaram e levaram na juventude
Chegaram e provocaram desanimo
Sugaram tudo como se fossem vermes
Esgotaram a fonte da ternura
Espectador de seu próprio fim se tornou
Um grande caçador de injúria
As vezes um deus pacificador e pai do perdão
Outros um grande tirânico, dono da opressão
O mal foi plantado e semeado, tentaram regar
Mais foi expulso, cuspido no sofrimento o ódio
É o espirito parasita não se deixou dominar
O espelho foi irreflexivo.
Apressado, sai do prédio deixando o portão bater sozinho, ainda ajeitando a camisa por dentro da calça enquanto ligeiramente caminha.
Aperta o passo, não há tempo nem para olhar para os lados, apenas baixa os olhos para seu Tissot folgado no pulso esquerdo... A cada trinta segundos.
Dezembro, céu de brigadeiro, o sol a pino de quase meio dia faz grudar o tecido da camisa as suas costas. Sua fotofobia lhe faz apertar olhos protegendo-os da luz diurna; continua seu trote, não há tempo para procurar seu Rayban Clubmaster em meio à bagunça de papeis, livros, cédulas amassadas, moedas e dois maços de Marlboro em sua bolsa carteiro de couro.
Sinal vermelho, para bruscamente na calçada olhando o semáforo com a mão a frente da testa fazendo sombra aos olhos, não vê nitidamente as cores, baixa a cabeça correndo mais uma vez os olhos ao relógio, mas nota o cadarço desamarrado de seu velho tênis preferido e bem gasto por sua pisada pronada. Articulando num reflexo mental o movimento de como se abaixar rapidamente para amarar seu cadarço, ouve os sons da aceleração dos carros; sinal verde, não há tempo, continua seus ligeiros passos. Incomodado e pisando cautelosamente, agora sente seu tênis frouxo no pé.
A pisada manca lhe faz perder segundos preciosos, sua ira se aflora por estar em cima da hora e ter de desacelerar par dar passagem a uma senhora e seus três poodles negros, que encabrestados em suas guias tomam a calçada. Mais á frente, quatro idosos lado a lado caminham em passos letárgicos na inversão proporcional de sua pressa; em meio aos carros invade a pista, ultrapassa os anciãos e volta à calçada, um skatista vem em sua direção, incólume desvia mais uma vez.
Os batimentos já acelerados, respiração ofegante, rosto tomado em suor e metade da camisa molhada por fora da calça fazem esquecer-se do cadarço tocando o chão; seus passos rápidos se transformam num ritmo fundista embora sem sincronia; correndo variando os ritmos, desviando dos vendedores de eletrônicos, do carrinho de mão do fruteiro e do guardador de carros que monitora a vaga; esbarra no entregador de papeis com anúncios de compra de ouro, apenas acena discretamente o pedido de desculpas.
Não bate um vento, apenas o clima seco e sensação térmica de 46 graus; parado novamente no sinal, que acabara de avermelhar para o pedestre, encontra a lacuna do tempo para amarrar o cadarço, abaixa-se e assim o faz, ergue os olhos e avista a portaria do edifício do outro lado da rua na qual fará sua entrevista de emprego; assim que os carros param, ele segue desbravando seus últimos metros antes de cruzar a portaria espelhada e moderna.
Ainda com pisadas fortes adentra o edifício, sem muitas dificuldades se apresenta para a recepcionista no lobby central; corre para a porta do elevador que está parado no vigésimo terceiro andar; toca o indicador aceleradamente e renitente o botão para subir. Entre a contagem dos andares no visor eletrônico na parede e os olhos no relógio, sua ansiedade faz dos segundos virarem uma interminável espera.
Abrem-se as portas do elevador, sozinho ele entra, retira a anotação do endereço do bolso da camisa e diz o andar para o ascensorista; no segundo andar o elevador para, não há ninguém a espera; somente com a cabeça para fora o ascensorista anuncia a subida. Ninguém.
No monitor interno do elevador, informa as condições climáticas do dia, da hora e data.
Em seu primeiro momento de entretenimento, olhando a tela, o jovem apressado repara que de acordo com a hora do monitor, está adiantado quarenta minutos, olha seu relógio novamente; incrédulo consulta as horas ao ascensorista que lhe confere com as do monitor.
Soltando o ar dos pulmões num alivio imediato, vidra seus olhos mais uma vez ao monitor, sua pupila corre a tela até parar na data. Num estalo temporal busca sua anotação agora no bolso da calça.
Tomado de cólera solta três palavrões seguidos ao constatar que sua entrevista é no dia seguinte.
Há muito não via as flores que plantei. O portão do jardim estava quebrado, o mato estava alto, a lâmpada queimada.
Estava encantada com os bûques, enfeitavam minha sala e ... a perfumava.
Mas hoje... Acordei precisando organizar meu jardim. Mexer na terra, ver minhas raízes, remover as pragas e cultivar minhas flores.
Não acumule seus instrumentos de
limpeza expostos junto ao portão,
assim os olhos das outras pessoas não
prestarão atenção na sujedade eu seu
quintal.
Depois de tanto tempo, eu ainda sou aquele que ao abrir o portão de casa, olho para os lados pra tentar te ver.
Eu ainda sou aquele que, vou ao colégio pensando em você, como você está, se também estás pensando em mim.
Eu ainda sou aquele que ao sair pra rua, invento desculpas pra te ver.
Eu ainda sou aquele que lembro o primeiro dia em que te vi, em que falei com você e o primeiro em que te abracei, mesmo que tenha sido por 5 segundos, se tornou inesquecível.
Eu ainda sou aquele que faço cartas, videos, gestos, dizendo o que estou sentindo.
Eu ainda sou aquele que ao te ver, o coração dispara, acelera, nervoso, sem jeito.
Eu ainda sou aquele que mesmo diante de tudo que nos separa, ainda continuo buscando forças para nunca te esquecer.
Eu ainda sou aquele que mesmo tendo 1% de chance, irei ter 99% de fé.
Eu ainda sou aquele que sempre irei de buscar seu cheiro, seu sorriso, seus abraços, Você.
Eu ainda sou aquele que jamais irei te esquecer... E vou ser aquele, único, que ei-de esperar por você... por nós.! ... Te amo!
(Bismarck Silva
E quando eu saí de perto de ti, pensei em tudo. Tudo que aconteceu… Quando abri meu portão, meu lar parecia estar exalando você e minha boca ainda formigava. É como se meu corpo captasse todas suas informações, todos os teus toques e tudo que me lembrasse você e estivesse guardando pra que você não precisasse nunca ir embora. E levar tudo de bom que trazes em mim também.
Uma estrela
No apagar das luzes, findado o espetáculo
A plateia dirige-se ao portão de saída
De prazeres raros e poucos aplausos
Baseia-se o que chamamos de vida
Na escuridão da madrugada, silêncio
Um eco, entretanto, que causa espanto
A ausência fere muito, minha amiga
Há almas sem melodia para o canto
No despertar do inverno, pura agonia
Congelados os sentimentos de outrora
Sem abrigo, sem sossego, em prantos
Vê-se a vítima do seu destino agora
No céu, só há uma estrela brilhando
Ela, lá em cima, me dá a certeza
Que ao admirá-la, você irá lembrar
De quem costuma realçar sua beleza.