Portão
"Dúplice cordão"
Dê um passo pra fora desse portão e tu saberás que dentro da sua casa faz frio porque o sol não bate na varanda do seu quarto
Ande pelas ruas e veja milhares de pequenas gotas de orvalho cobrindo os gramados das praças públicas
Saia de casa há tempo de ver o sol nascer talvez não terá tempo de ver o pôr do sol
Cruze os oceanos
Fuja um pouco da América do Sul e escolha andar pelas ruas de algum país da Ásia
Nunca saiba como achar explicação de ver o arco-íris depois do final da tempestade
Nunca perca a chance de sempre se conhecer, ande sem nenhum peso em seus ombros e você chegará bem mais rápido ao seu destino,nunca é tarde, torne real o que os outros pensam que não existe dentro de você, esse tempo é apenas seu então não perca a chance de se conhecer
Derrube os muros que você já usou como segurança, essas paredes estão muito frágeis qualquer hora vai cair sobre o chão
Siga seu coração
Ande de mãos dadas com seus pensamentos formando um dúplice cordão
O vento sopra na tarde de mais um dia.
No portão, deitar ao chão, nuvens no céu.
Figuram-se nas mentes de quem for capaz.
A garota e o rapaz sentados na praça a olhar
A rua calma, as pessoas passam.
O vento sopra o tempo.
Tardes pra andar.
Tardes pra pensar.
Tardes pra descansar.
O mundo – vertigem ascendente
Queda, barreira, fundo do mar
Estrada de pedras, pesado portão
... dois leões
O mormaço petrificado
A porta fechada
Bater? A intenção derrete nos dedos
A esteira vazia no canto da sala
A televisão ligada – a viagem de amanhã
Eu não vou chegar.
Não há tempo, só mormaço.
Na maturidade, não tem ninguém esperando no portão pra nos levar pra casa, mas tem uma caminhada excitante rumo a um prazer que só quem se arrisca, conhece. O prazer da independência. O prazer de ter a sua assinatura avalizando cada uma de suas conquistas.
Já quem se falsificou num adulto que parece que é, mas não é, desperdiçou a chance de ter uma vida autêntica porque se assustou com a poeira no horizonte, previu que seria uma luta perdida, que não daria conta. Mas daria. O gigante, em qualquer circunstância, somos nós.
Martha Medeiros
"Ao sair pelo seu portão, você se depara com um milhão de inimigos"
Este princípio encontra eco no antigo provérbio: "Aquele que cruza a soleira da porta tem sete inimigos." O descuido é um grande inimigo quando deixamos a segurança da nossa casa. Se não estamos na melhor forma, tanto física quanto emocionalmente, atraímos encrenqueiros e problemas. Portanto, devemos adotar a atitude de que, ao nos afastar do portão de casa, estamos entrando no meio de muitos inimigos potenciais e devemos ficar mentalmente alertas."
Garota rock’n’roll!
Grita de madrugada
no portão, quebra a corda
(MI menor, sem dó!)
do velho violão!
Desejo a você
Cuscuz com charque
Doce de leite com queijo de coalho
Um portão de segurar repuxo namorando com o Nêgo Daia
A feira da Vila sem chuva e com preço baixo
Teus dias com gosto de Dindelar
Daia sem avião , no chão de Pedras de Fogo
São João na casa de Nize
Fofoca depois do culto
Um DVD de Cláudio Duarte e outro de Padre Léo
Melodias de Grupo Oásis
Raspa do cascão do fundo da panela de canjica
Abraço de Cibia e Nêga
E da penca irmãos Buscapé
Poesia de Jessier Quirino
Uma rede preguiçosa
Costureira que não atrase
Muitos eitaaaaaaa de notícias boas
Ler uma carta a luz de candeeiro segurado
Um moi de curtidas no Facebook e Instagram
Pariceiros pra mangar duzôto
Um curso de Teologia atrás do outro
Não enterrar nenhum amigo nem morto e muito menos vivo
Rir é pouco eu te desejo gaitada
Escrever um livro
Tomar banho de rio
Se bronzear no quintal
Uma festa com bolo de Cléo
Felicidade de arreganha boca emendar canto de boca a pé de orelha
Dá uma carreira do joelho bater no nariz e o calcanhar na nuca
Calçar um velho chinelo , caçola de elástico frouxo e camisa de vereador
Sentar num banco de texto de couro
Ouvir pinicado de chuva no chão pinicando
E todo dia a segurança do Homem que andou de burrinho e salvou tua alma na cruz
Feliz aniversário
Porta aberta
A porta está aberta
O portão destravado
Sobre a cerca um jardim
Vivo a cultivar
Margaridas, Cravos e Hortênsias
A cima da porta e janela
Se estende a perfumada sombra
Do Jasmim dos poetas
Florescendo a esperar
A porta está aberta
Os olhos estão brilhantes
A boca adocicada
O desejo ansioso
Pelo tocar
A fragrância é de amor
Em noite de Luar
É latente, viçoso
Feito as flores do lugar
A notícia da partida da vovó que vendia sacolés pelo portão da casa verde no Sana desceu amarga. Como eram gostosos os sacolés vendidos por aquelas mãos. Podiam não ser lá muito higiênicos, isso é verdade, mas que eram gostosos eram. Aliás, essa questão de higiene, àquela época, não era muito levada em conta. Não que isso fosse coisa do século passado, quando ainda não se sabia muito sobre vírus e micróbios. Não. Mas também fiz uma pesquisa e vi que sacolés eram vendidos na década de 20, e, já então, as autoridades sanitárias faziam exigências que ninguém cumpria, como hoje. Daí, aquela gente imunda e encharcada com a água que lhes descia pelo corpo proveniente do degelo mal contido nas sorveteiras que equilibravam os isopores carregados de sacolés na cabeça. Mas, gula sempre foi gula. Voltando aquela senhora do Sana: os dedos que tocavam o dinheiro transportado por uma bolsa de coro que andava com ela eram os mesmos dedos que apanhavam pra mim dois guardanapos, que eu sempre pedia. Era daquela mesma bolsinha onde guardava o dinheiro que puxava os guardanapos. Me limpava como um pinto no lixo após degustar sempre a dobradinha: "um de coco e um de baunilha vó". Era o sacolé gostoso que compensava depois daquela manhã inteira torrando no sol na cachoeira. E o mais engraçado é que era tão bom, que até engolir pedacinhos de plástico mordendo o sacolé a gente engolia. Aquela casinha verde fica logo atrás da pracinha, do coreto. Quando ela abria a porta, dava pra ver lá dentro uma forma cilíndrica, de zinco, onde ela acondicionava todos os sacolés. Em torno desse cilindro, gelo picado e sal grosso com um pouco de serragem. Eu perguntei preocupado com a cor avermelhada da serragem. Coroando isso tudo, uma espécie de rodilha de pano, sempre suja, protegendo a tampa, impedindo o ataque de insetos durante a madrugada. A última vez que estive com a vovó do sacolé no Sana, custava R$ 2. Funcionava todo dia até às 18h, mas nas noites quentes de verão era comum ver-se à porta da casa aquela senhora se abanando com uma folha de bananeira estendendo mais um pouco o horário das vendas pra nossa alegria e dos colegas no camping, que nem esperavam que fossemos lembrar deles, de tão bom que o sacolé era. Uma vez, no desespero, bati palmas em seu portão 1 hora da manhã, bêbado, pra pedir sacolé. Tomei um esporro da vovó, mas pergunta se ela deixou de me atender e, depois do esporro, lembro que passou docemente a mão em minha testa e avisou que amanhã estaria mais cedo vendendo os sacolés. Os sabores eram: laranja, abacate, manga, caju e, nos últimos anos, começou a ter de chocolate, além do tradicional coco e baunilha. Mas, nenhuma delas, superava o coco-baunilha, que eu ia degustando ao mesmo tempo. Que me perdoem a propaganda, mas hoje, com todo progresso e processos modernos de fabricação mecânica, como toda e relativa duvidosa higiene no fabrico, o sacolé da minha vó do Sana continua insuperável. Os picolés de hoje, ridículos até no nome, as conchas novas que têm dado forma empírica aos sorvetes, não irão conseguir nunca matar a saudade que comecei a sentir a partir deste momento, quando recebi a notícia. Não sei se exagero ao afirmar que os sacolés do meu tempo, até os extravagantes e alcoólicos que começaram a pegar moda nos blocos de carnaval, nunca serão mais gelados do que aqueles sacolés de coco-baunilha. Faltarão neles agora, eternamente, o perfume delicioso de sabonete que vinha daquela senhora. Faltarão neles, inclusive, a poesia do pedido batendo palmas no portão, e do sorriso carinhoso e aconchegante na entrega. Siga seu caminho vovó. Novos sabores chegaram pra senhora. Delicie-se.
Apressado, sai do prédio deixando o portão bater sozinho, ainda ajeitando a camisa por dentro da calça enquanto ligeiramente caminha.
Aperta o passo, não há tempo nem para olhar para os lados, apenas baixa os olhos para seu Tissot folgado no pulso esquerdo... A cada trinta segundos.
Dezembro, céu de brigadeiro, o sol a pino de quase meio dia faz grudar o tecido da camisa as suas costas. Sua fotofobia lhe faz apertar olhos protegendo-os da luz diurna; continua seu trote, não há tempo para procurar seu Rayban Clubmaster em meio à bagunça de papeis, livros, cédulas amassadas, moedas e dois maços de Marlboro em sua bolsa carteiro de couro.
Sinal vermelho, para bruscamente na calçada olhando o semáforo com a mão a frente da testa fazendo sombra aos olhos, não vê nitidamente as cores, baixa a cabeça correndo mais uma vez os olhos ao relógio, mas nota o cadarço desamarrado de seu velho tênis preferido e bem gasto por sua pisada pronada. Articulando num reflexo mental o movimento de como se abaixar rapidamente para amarar seu cadarço, ouve os sons da aceleração dos carros; sinal verde, não há tempo, continua seus ligeiros passos. Incomodado e pisando cautelosamente, agora sente seu tênis frouxo no pé.
A pisada manca lhe faz perder segundos preciosos, sua ira se aflora por estar em cima da hora e ter de desacelerar par dar passagem a uma senhora e seus três poodles negros, que encabrestados em suas guias tomam a calçada. Mais á frente, quatro idosos lado a lado caminham em passos letárgicos na inversão proporcional de sua pressa; em meio aos carros invade a pista, ultrapassa os anciãos e volta à calçada, um skatista vem em sua direção, incólume desvia mais uma vez.
Os batimentos já acelerados, respiração ofegante, rosto tomado em suor e metade da camisa molhada por fora da calça fazem esquecer-se do cadarço tocando o chão; seus passos rápidos se transformam num ritmo fundista embora sem sincronia; correndo variando os ritmos, desviando dos vendedores de eletrônicos, do carrinho de mão do fruteiro e do guardador de carros que monitora a vaga; esbarra no entregador de papeis com anúncios de compra de ouro, apenas acena discretamente o pedido de desculpas.
Não bate um vento, apenas o clima seco e sensação térmica de 46 graus; parado novamente no sinal, que acabara de avermelhar para o pedestre, encontra a lacuna do tempo para amarrar o cadarço, abaixa-se e assim o faz, ergue os olhos e avista a portaria do edifício do outro lado da rua na qual fará sua entrevista de emprego; assim que os carros param, ele segue desbravando seus últimos metros antes de cruzar a portaria espelhada e moderna.
Ainda com pisadas fortes adentra o edifício, sem muitas dificuldades se apresenta para a recepcionista no lobby central; corre para a porta do elevador que está parado no vigésimo terceiro andar; toca o indicador aceleradamente e renitente o botão para subir. Entre a contagem dos andares no visor eletrônico na parede e os olhos no relógio, sua ansiedade faz dos segundos virarem uma interminável espera.
Abrem-se as portas do elevador, sozinho ele entra, retira a anotação do endereço do bolso da camisa e diz o andar para o ascensorista; no segundo andar o elevador para, não há ninguém a espera; somente com a cabeça para fora o ascensorista anuncia a subida. Ninguém.
No monitor interno do elevador, informa as condições climáticas do dia, da hora e data.
Em seu primeiro momento de entretenimento, olhando a tela, o jovem apressado repara que de acordo com a hora do monitor, está adiantado quarenta minutos, olha seu relógio novamente; incrédulo consulta as horas ao ascensorista que lhe confere com as do monitor.
Soltando o ar dos pulmões num alivio imediato, vidra seus olhos mais uma vez ao monitor, sua pupila corre a tela até parar na data. Num estalo temporal busca sua anotação agora no bolso da calça.
Tomado de cólera solta três palavrões seguidos ao constatar que sua entrevista é no dia seguinte.
Liberdade
Abra o portão saia da sua casa agora
Grite liberdade do lado de fora
Mobilize a multidão
Organize um mutirão
Espalhe cartazes pela cidade
Saia com spray na mão
Escreva nos muros sem autorização
És livre! Isso é liberdade de expressão
Sem algema, grade ou prisão
Sem opressor, sem opressão
É você quem assina sua própria carta de alforria
Mal contém tanta euforia
É o povo no controle com a chave na mão
Autonomia!
Diria que só preciso do que quero precisar
E por um segundo posso imaginar um lugar
Uma conquista maior, por um mundo melhor
É como dar linha na pipa, deixar ela voar
Descobrir que pra ser livre é preciso libertar
Livre como um poema
Leve como uma pena
Leve consigo apenas o necessário pra missão
Assim começa a revolução
Penso e dispenso o indispensável
Pois sempre penso no impensável
E acredito no inconcebível
Escrevo poesia com tinta indelével
Utilizo as ferramentas disponíveis
Voo livre, passeio por diferentes níveis
Absorvendo conhecimento as grades tornam-se solúveis
E as descobertas incontáveis
O mundo fica pequeno
E os passos largos em qualquer terreno
Conhecer sua história e prosseguir fazendo história
Dou asas a imaginação
Libertário por culpa da situação
Nada me segura com essa gama de cores na mão
Livre como um poema
Leve como uma pena
Leve consigo apenas o necessário pra missão
Assim começa a revolução
A espera
Ela sentada a espera dele
No portão da sua casa a espera dele.
Tentando entender a cabeça dele
As horas passando e nada dele.
Ele bebia a pensar nela
Sentado num bar a pensar nela
Pensava em ir, se encontrar com ela
Mas não se levantava, e chorava por ela.
Conflitos de amor, na cabeça dele
O medo ocupava a cabeça dela
Síndrome de amor corria por ele
A lágrima de amor corria por ela
O silêncio retornou ao coração dela
A insanidade tomou o corpo dele
O gelo retornou ao coração dela
Amargo foi o fim dele
Pra ela o amor quente esfriou
E em seu edredom sozinha se esquentou.
Pra ele o amor que pensava ser gelo
Quanto o esquentou, como uma cerveja fria, desavisado apenas tomou.
Meu
coração,
é como
um portão florido.
Que ao abri-lo
para entrar.
Ele te receber
com um tapete
de flores perfumadas.
No prédio ao lado de onde eu moro há um moço que ao invés de pedir para abrirem o portão ele grita: “Joga a trança Rapunzel!” Eu me rio. E imagino o quão feliz seria se o mundo inteiro risse comigo, pelo menos nesse instante.
Meu coração arde ao ouvir o teu bater em meu portão,
pois ele já identifica a sonoridade da tua chegada.
Kedman 11/11/2014
É contagiante a alegria ao qual me recebes ao chegar no portão.
Sinto o seu amor a cada latido que você dar.
E a euforia não acaba, enquanto não adentro em nossa casa.
Posso chegar triste, alegre, chateada ou até mesmo irada, que sempre me recebe igual, porque seu amor é incondicional.
De muitos presentes que já ganhei você, Lindy, é o mais especial.
Me lembro bem daquele dia,sim eu me lembro,um portao pintado de cor vinho minha voz ecoando no seu portao a te chamar e passado ali um ou dois minutos aparace voce,tao linda e perfeita nunca vi nada tao belo como voce naquele dia,seus olhos brilhavam como uma estrela a noite e olha que era dia.. um cheiro de amor voce exalava,olhos castanhos claros iluminados pelo sol que estava naquele dia,seu vestido azul com pequenas flores te vestia muito bem,sua pele como uma nuvem macia e sem nenhuma imperfeiçao.Quando me viu confesso que um pouco vermelha te vi ficar,mas meu coraçao batia tao forte que parecia que dentro do peito ia estourar,uma alegria que eu nunca havia sentido antes em um simples encontro que se tornou um sonho a se realizar.Eu nunca vou esquecer esse dia nem quando for pra eternidade,e como se em meio a morte a vida começasse a brotar.
Quando cheguei ao portão da minha casa
Como se eu tivesse asas
Me senti igual criança
Deu vontade de voar
Sonho de todos os cachorros... que alguém esqueça o portao aberto para ele fugir... É o maior momento de felicidade dele!