Portão
Anota minha placa que minha rima passou a mil!
Tão rápido que seu radar nem viu!
Sai no portão da sua casa,
Mandei um bilhete pelo pombo correio, sem asas!
Mais rápido que a luz,
Se tiver curiosidade, enfia a cabeça no buraco negro, avestruz,
E vê se sua massa cefálica
Ainda guarda algum preconceito com a Africa.
Switch case:
- Caso exista: Corte os P - U - L - S - O -S
- Caso não:
Segue seu caminho de evolução!
Não temos opção,
O continente ainda está em S.O.S!
O povo ainda padece.
TragediAna
Quem era Ana?
A estranha do portão?
Essa foi a sua fama
Por não ser como todos são,
O que ela queria?
Do que ela gostava?
Isso ninguém sabia
Porque ela não falava,
Em suas noites de solidão
A pobre Ana chorava
Os seus dias de humilhação
Para o travesseiro desabava,
Todos a desprezavam
Sem qualquer explicação
Mas não imaginavam
Que ela já encontrou a solução,
Eles não conseguiram seu perdão
Sua triste voz ecoava naquele portão
Agora todos lhe ouviram
Como nunca tinham ouvido até então,
O seu nome era Ana
Uma jovem libriana
Rejeita por quem não a ama
Fez seu túmulo em sua cama.
Ainda espero por ti
"Chegou a hora que você sempre chega aqui em casa 😁, olho para o portão... nada, espero 5, 10, 30 minutos e nada, sento no sofá passa uns 45 minutos e esculto alguém gritando no portão meu nome... abro um sorriso corro em direção ao portão, mas percebo que não tinha ninguém, era apenas coisa da minha cabeça 😭, sentei no sofá, lagrimas escorreu pelo meu rosto,mas ainda estou esperando por você..."
Antigamente eu pensei, mas, só para pensar ser algo ou alguma coisa coerente. Então, rente ao portão me feri com as rosas e sangrei a bonança que não tinha, eram apenas os vestígios das bulas de remédios, deitei o precipício, choramingando.
Há pessoas que nem quero aproximação
Outras que eu já abro o meu portão
Há pessoas que se existem, finjo que não
Outras, já tem grande espaço no coração
Há pessoas que respondem, com ingratidão
Outras, exercitam piamente o perdão...
Alguns dizem:
Quando a nessecidade bate na porta,o amor foge pela janela
Mais já que o amor nos faz aguentar tanta coisa,porque que logo na necessidade vai nos abandonar
Caminhar até o portão, olhar o final da rua que vai se estreitando, finda no céu azul, com nuvens brancas espalhadas, a rua se perde, dando lugar aos pensamentos.
Não se pode convencer o outro a mudar. Cada um de nós guarda um portão que somente pode ser aberto de dentro.
A gota d'água
Abro o portão de casa, está a chover e vejo crianças tomando banho de chuva...
Vejo cada gota d'água caindo em seus rostos de meninos e se misturando com outras gotas, formando um fio d'água...
Logo imagino, esse fio d'água que está escorrendo de uma forma tão veloz, pode se direcionar a um rio, quiçá o Kuanza...
Fico aqui reflectindo, como uma gota tão simples no seu tamanho, hoje é parte de um grande rio como o Kuanza...
Fico pensando em como aquele pingo d'água que outroura era simples, hoje faz não só parte de um grande rio, como também é parte da água que chega até a mesa, para matar a sede de muitos, desde os atentos aos supostamente mais atentos, desde os bolsos furados até aos bolsos abastados e cozidos com a mais cara costura...
Esta gota d'água, que outroura foi pequena, insistiu, enfrentou grandes desafios; hoje faz parte daquela água que move as turbinas da Central Hidroelétrica de Laúca, gerando energia; e energia esta que faz as máquinas de grandes multinacionais funcionarem para o fabrico de lixívia, álcool gel, e iluminar muitos lares, desde os guetos até às cities deste grandioso país que se chama Angola...
Está gota d'água que outroura foi simplesmente ignorada, hoje faz parte não só das quedas de kalandula, como das águas da barra do kuanza; ela não parou de ser parte do rio, foi insistente e persistentemente, rompeu barreiras, deixando uma parte de si em águas doces e outra parte de si em águas salgadas, formando grandes mares e oceanos. Desde os mares da ilha de Luanda a Ilha do mussulo; desde o oceano Atlântico ao Índico.
Esta água que outroura foi gota, hoje fazendo parte dos mares e rios, ela voa bem alto para os altos céus em forma de vapor, criando uma bela nuvem branca que depois se formam em chuvas, caindo mais uma vez em gotas no rosto de quem ama tomar um banho de chuva...
Oh! Quão lindo; quão maravilhoso é quando coisas supostamente insignificantes e pequenas, se tornam altamente significantes e grandes... Fazendo parte da natureza e ajudando a suprir necessidades dos homens.
A obra do Grande Deus; O Maior Artista que existe; Aquele que não foi criado, simplesmente passou a existir, descobriu o seu real propósito.
Seja como uma gota d'água, insistente e persistente. Lute para conquistar os seus sonhos... Invista na sua arma➕poderosa, a mente. E lembre-se: 'a única pessoa que pode te parar, é somente você'.
Seu relaxo era charme, a negligência consigo mesma, forjava sua singularidade. Empurrou o portão, saiu. Na rua, na realidade mundana, era o centro, o centro de convergência, centralizava a atração.
NUNCA FOI AMOR
Quase um minuto para encontrar a chave certa e abrir o portão. Dessa vez até que foi rápido porque geralmente ela só consegue na última tentativa. Finalmente está em casa após o exaustivo dia de trabalho. Mas àquela sensação que outrora era de alívio por estar no aconchego do seu lar, agora é um sentimento estranho que nem ela sabe explicar ao certo o que é, mas pela lágrima que escorre no seu rosto e o aperto que sente no coração, presumo que é o maldito combo da saudade com a decepção.
Também pudera, ela ainda não digeriu o que aconteceu. Um término brutal de um relacionamento que sequer havia apresentado rachaduras. Uma ruptura total de uma história que aparentemente teria continuação. Realmente a vida aqui fora não é para amadores e coube a ela aprender da pior forma possível.
Agora, lhe restou o clichê de seguir em frente! Mas seguir de que jeito se a cabeça ainda tenta encontrar explicações pro acontecido? Na verdade ela já sabe… Só não quer admitir! Dói saber que alguém optou por ir embora mesmo tendo mil motivos pra ficar. Dói saber que para o outro nunca foi amor. Dói saber que ela amou sozinha o tempo todo e que o seu coração foi feito de brinquedo. Dói.. Dói.. E como dói…
Murilo Moura
Paródia – E agora José
Professor
E agora, professor?
A aula parou,
o portão fechou,
o aluno sumiu,
a merenda esfriou,
e agora, professor?
e agora, você?
Você que pensa em “nós”
Que ensina aos outros,
Você que faz atividades
Que ama o que faz.
E agora, professor?
Está chegando a época de eleição
Com vários aperto de mão
Pedido de voto no portão
Oferecendo ajuda ao pobre irmão
Arroz,feijão e até botijão
Te prometo, ajudo e até posso te pagar vou atrás do povo carente
Todo feliz e contente
E se seu voto eu ganhar
Um cargo eu posso te dar
Com a ajuda do povão
Sorridente e contente vou ganhar essa eleição
DIANTE DO PORTÃO, SENTIRÁS UM SILÊNCIO
( Nilo Deyson )
A velha silenciosa casa rangia.
Uma velha silenciosa solidão morava ali.
Em meio aos lírios do campo e dos crisântemos.
Áspera vida aérea de vento.
Todos os dias oscilavam as flores,
nos fundos tenebrosos daquele quintal dourado pela caridade do sol.
Há muito tempo a porta não se abria, mas rangia por dentro de saudades de ninguém.
E o lustre da luz banhava o telhado que se congelava com o frio de todo amanhecer, quando um par de pássaros vindo acasalar e fomentar ninhos ali pairava.
Se demoravam muito, escolhendo a estação e seus portos seguros.
Partiam, desconfiando daquela morada que não mais reconhecia os ventos rarefeitos de horizontes distantes.
A pobre solidão ali se contorcia toda de dor.
Dentro da velha casa rangida, resmungando do tempo.
Em meio aos dias desconhecidos, quando os quintais se emudeciam sob o passar das sombras no inverno, dois pássaros pequenos se acomodaram dentro de uma das calhas, e depois expulsos pelos repetentes de uma chuva que desatou todas as suas flores e choros nas brincadeiras e alambiques da enxurrada.
Nunca mais foram vistos.
Nem entrevistos entre as folhagens que cercavam a casa e compunham quadro morto com a copa de uma árvore baixa que não mais gemia quando do alvorecer do vento em seus galhos frágeis, minguados.
Depois desse dia, a casa perdurou muitos meses até se recuperar do profundo sono que a chuva lhe causara, lhe contara um grande sonho.
A pobre solidão ali pensava.
Dentro da velha casa tingida de breu.
Comungando em sua igreja sem alma.
Nunca rezava, apenas ouvia os afagos da ventania que lhe sombrava a vida.
E os quintais se emudeciam com o passar da mão do sol pelo chão ainda noturno sob a árvore, de tão sombra .
Que o dia se estendia no mar de nuvens do céu, clarão de flor entreaberta.
Era verão.
E a casa antiga, onde adormecia alguém mais antigo do que ela, a infinita solidão, se condoia toda, com dor nas juntas.
E dois pássaros um dia pressagearam em seus telhados impingidos de luz.
A casa olhou para o solo e desmoronou.
Os pássaros se foram.
Era o fim do tempo.
- Nilo Deyson Monteiro Pessanha
Faça boas escolhas! Acredite, o sol nasce para todos...noites estreladas para namorados no portão...lua dando seu baile de encantamentos...então não tem porque!
Se jogue!
Existia uma casa — como muitas outras — que tinha uma cerca que de nada defendia, um portão que rangia, e árvores que davam frutos que ninguém comia.
Dentro, uma sala modesta; sob um tapete estilo persa antigo, a cozinha pouco usada, disfarçada por um cesto com frutas de plástico, e uma geladeira cheia de vidros vazios.
Adentrando o corredor; um modesto banheiro; bem limpo, com uma pia de louça, que só pingava a noite.
Logo no final; um amplo quarto, com uma cama de ferro bem estendida de lençóis brancos. Acima desta; um relógio que marcava 07:46 a algum tempo. Estava também uma janela alta, do lado direito. O aposento era tão tranquilo, que nem sequer uma brisa balançava as cortinas cor azul pálido. O cheiro de linho e óleo de peroba preenchiam o ambiente.
Era presente um homem sentado em frente a uma mesinha de mogno reluzente — era magro e alto, com ombros acentuados, pouco mais de 35 anos, cabelo recém cortado, usando uma camisa alinhada, talvez a melhor que possuía. — Seu olhar fixo no nada, seus braços derramados, em sua mão esquerda, entre os ásperos dedos, o que parecia ser uma carta escrita às pressas e manchada de suor. Havia a face turva e o corpo abandonado de qualquer vida. Um raio de sol timidamente ameaçava tocar-lhe a face, mas antes, uma nuvem encobri-o — deixando o ambiente mais sombrio.
Algum animal pisoteava sobre as folhas secas do jardim, e de repente, tudo ficou no mais sepulcral silencio, então, ouviu-se um grito — o qual inflamou inteiramente o homem — foi tão potente que rasgou o silêncio e ergueu-se aos céus. Tal exclamação se fez entender tão bem, que todos que próximo estavam provaram o gosto das lembranças, do calor de abraços que não viriam mais, e, a partir do vibrar das cordas vocais e da explosão daqueles pulmões, todos tiveram a impressão de ver um sorriso que espelhava mil raios de luz se apagando e desaparecendo enquanto o eco ia enfraquecendo entre os muros da casa. Casa esta — como qualquer outra — com seus muros brancos, suas fotos empoeiradas, seus jardins úmidos, e seus moradores de coração partido.
Quando o portão se fecha na frente dos rostos perturbados dos guardas, fica claro que eles realmente acreditam que somos criaturas repugnantes que precisam ser escondidas para proteção, para o nosso próprio bem, para exorcizar os demônios escondidos dentro de nós, mas, mesmo neste lugar amaldiçoado, com raiva, medo e ressentimento fervilhando dentro de mim, ainda não me sinto mágica. Ainda não me sinto poderosa. Eu me sinto abandonada.
Eu vou logo ali....
Se vais sentir saudades de mim, não me deixes, mantenha o portão fechado pra eu não sair e se sair, abras pra que eu entre...
RINÓPOLIS - a cidade da minha infância; sem metrô, nada de relevância.
Na balaústra do portão, o padeiro deixava o pão; apertava a buzina estridente, fixada na carroça azul, com a mula amarrada na frente.
Às seis da tarde, via a noite chegando, ao som do sino tocando, meu pai na Belina chegando.
A área comercial, tinha o bêbado oficial. Dormia ao chão atirado, com repulsa social; às vezes falante, em outras deprimido, mas por todos conhecido.
Quando ligava o auto falante, e tocava a `Ave Maria`, de longe já pressentia: alguém havia partido. Era hora de silencio, pra saber do falecido.
Sorridente ou infeliz, aos domingos de forma sagrada, o povo cercava a matriz. Grande era a movimentação, o padre Miro finalizava o sermão, os bancos eram disputados, e os diálogos encetados.
O cardápio era bem limitado: sorvete, pipoca ou amendoim ensacado (cru ou torrado).
Dali um dia parti, para um rumo desconhecido; vinte anos mais tarde voltei, quando então me assustei, com o que tinha acontecido - era um filme repetido.
Tudo estava no mesmo lugar. O velho taxista, com seu Fusca foi me buscar.
Achava a vida meio parada, mas na verdade, era apenas descomplicada.
Era um tempo de buscar o barulho, o tumulto, agitação, progresso e competição.
Agora, sinceramente, confesso: hoje penso no regresso. Com o passar dos anos, se descobre que a vida, quando corrida, passa rápido e despercebida.
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