Porque você Mentiu pra Mim
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e sempre serão especiais para mim.
Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar.
Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre!
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: "- E daí? Eu adoro voar!"
Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim. Vivo me perdendo de vista.
Encostar Na Tua
Eu quero te roubar pra mim
Eu que não sei pedir nada
Meu caminho é meio perdido
Mas que perder seja o melhor destino
Agora não vou mais mudar
Minha procura por si só
Já era o que eu queria achar
Quando você chamar meu nome
Eu que também não sei aonde estou
Pra mim que tudo era saudade
Agora seja lá o que for
Eu só quero saber em qual rua
Minha vida vai encostar na tua
E saiba que forte eu sei chegar
Mesmo se eu perder o rumo, êê
E saiba que forte eu sei chegar
Se for preciso eu sumo
Eu só quero saber em qual rua
A minha vida vai encostar na tua.
(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais dizem coisas comuns, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício, explodindo como constelações em cujo centro fervilhante — pop — pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos “aaaaaaah!” Como é mesmo que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe?
Uma mistura de sentimentos dentro de mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas os que trazem a felicidade.
Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim.
Nota: Adaptação de trecho do poema "Começo a conhecer-me" de Álvaro de Campos
O POETA
Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é o meu açoite.
Só: da boca o que faço agora?
Que faço do dia, da noite?
Sem paz, sem amor, sem teto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afeto
fica mais rico e me devora.
Comigo é o seguinte: tenho que ficar sentado e esperar que a coisa venha até mim. Posso manipular tudo e espremer depois que chega, mas não posso sair a procurar.
Não gosto nada de saber o que dizem de mim nas minhas costas. Faz com que eu fique convencido demais.
Vinde a mim todos vós que estais cansados e eu vos aliviarei, porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Canto a Mim Mesmo
Estão todas as verdades
À espera em todas as coisas:
Não apressam o próprio nascimento
Nem a ele se opõem;
Não carecem do fórceps do obstetra,
E para mim a menos significante
É grande como todas.
Que pode haver de maior ou menor do que um toque?
Sermões e lógicas jamais convencem;
O peso da noite cala bem mais
Fundo em minha alma.
Só o que se prova a qualquer homem ou mulher,
É o que é;
Só o que ninguém pode negar,
É o que é.
Um minuto e uma gota de mim
Tranquilizam o meu cérebro:
Eu acredito que torrões de barro
Podem vir a ser lâmpadas e amantes;
Que um manual de manuais é a carne
De um homem ou de uma mulher;
E que num ápice ou numa flor
Está o sentimento de um pelo outro,
E hão de ramificar-se ao infinito,
A começar daí,
Até que essa lição venha a ser de todos,
E um e todos possam nos deleitar
E nós a eles.
Eu tenho 99% de certeza de que ele não gosta de mim. É esse 1% de possibilidade que me mantém assim, tão firme.
Ando no traçado do tempo a procura de mim mesmo até hoje não sei quem sou, mas sou um caminhante e não um conformista.