Porque você mente pra mim
Se você ama, você mente, finge, corre, esconde, machuca, magoa, pisa, se arrasta, ignora, joga fora, dá pontapés, inventa histórias, chama de nome feio, ri da cara, faz pirraça, perde, sofre, diz que vai esquecer... Mas não esquece. Cresce. Aprende a tratar como essencial o que antes não lhe fazia falta, não lhe cabia em suas ambições, não pretendia se matar para dar cuidados. Quem ama erra, erra... feio. Quem ama, muitas vezes não merece o perdão, e não o dá. Mas perdoa assim mesmo. Quem ama joga na cara as burradas que o outro fez. Vigia. Perde a confiança. Aprende a ser ambivalente, a estar junto e querer estar bem longe. Mas, acima de tudo e de todos, a precisar. Não banalizo os amores assim, nem os julgo. Os entendo. Compreendo. Sinto compaixão, não pena, e ofereço ombro, doo palavras bobas, ouço com atenção como se fosse uma prece. Quem tá de fora nunca sabe o que é amar-ferindo alguém. Nem eu (ainda bem?). Mas se me dizem é porque existe. E afasto de mim as teorias. Muitas vezes, o querem de nós não é um caminho, uma luz, uma solução. Querem mesmo é nos mostrar que onde há persistência não significa que falte forças para sair. Ao contrário: trata-se de guerreiros da vida, pois restam-lhes forças para ficar.
A hipocrisia vem da comodidade. Você mente pra não ter que lidar com julgamentos e julga porque é mais fácil do que ter opinião própria.
Se você se ama, você aprende a amar qualquer pessoa, o mesmo acontece com a mentira, se você mente pra si mesmo, aprende a mentir pra qualquer pessoa.
Quando for mentir com meu nome pensa duas vezes. Caso contrário você mente e eu falo às verdades, cito os nomes, narro os fatos, o ocorrido do começo ao fim.
A desonestidade tira de você a autoconfiança. Toda vez que você mente ou é desonesto, você deixa de acreditar em si próprio.
2 vias da mentira;
"Quando você mente todos te acusam e te culpam. Julgam e te tratam com indiferença."
"Quando mentem pra você, vida que segue..."
Se você mente, você rouba. Se você rouba, você mata. E eu não estou aqui pra tirar ninguém da cadeia.
Gestos cômicos ou irônicos
Aprenda a ter com você mente livre.
Importante vive mostrando
Felicidade para você mesmo.
Ontem acabou, viva o seu presente
Não tenha vergonha de ser feliz
Ajude sua mente, a vida é movimento.
Você mente, colonizador!
Existem histórias que você não contou,
bonitezas identitárias de povos que subestimou!
A nobreza do povo preto, que você ocultou,
e em atos de violência raptou,
levou para as diásporas, escravizou!
Hoje dizem que esse povo não contribuiu,
que a cor preta não tem valor,
que não existem dívidas.
Mas o trabalho forçado, que você explorou,
é um silêncio perturbador!
Essa dívida, colonizador,
gerou juros, correções,
riquezas que você embolsou,
privilégios que seus descendentes acumularam.
Nem dividendos compartilhou!
O senhor mente, colonizador!
Escondeu nos escritos, nos livros,
que havia pretas e pretos cientistas, arquitetos, criadores!
Que havia conhecimento de doutor!
E a ciência natural, que você usou?
Desconsiderou!
E as ervas medicinais,
indicação dos ancestrais,
aquelas que te curaram?
Chamou de magia,
condenou como inflação, bruxaria!
Sentenciou e matou,
ainda mata nestes dias!
Queimou, ainda queima,
nossa religião,
negou, demonizou!
Nos deu rótulos de infratores,
mas foi você quem transformou em escravo
um ser humano,
livre como pássaro,
para depois abandonar, desempregado,
sem assistência, sem reparação.
Quem com ervas te salvou?
Intolerância é sua moeda de valor!
Mulheres pretas foram dizimadas,
as mesmas que seus filhos amamentaram,
lavaram suas roupas, passaram,
cuidaram da sua casa, cozinharam,
deram à sua boca sabores e iguarias!
Ah, como o branco gostou!
Tanto, tanto, que se apropriou.
Ainda assim, eram obrigadas
a satisfazê-lo nas madrugadas,
quando a senhora estava cansada.
Essas pretas, criadas,
apanhavam das mulheres brancas mal amadas,
tinham seus bicos de seio arrancados,
eram chicoteadas,
mas o pior destino era ver seus filhos arrancados!
Vocês rotularam de liberdade
quando expulsaram o povo preto da cidade,
enxotaram das mansões,
sem direito a indenização,
sem direito à educação,
sem direito ao trabalho,
sem remuneração,
sem direito, sem dignidade de cidadão!
Convidaram brancos de outras nações
para assumirem cargos,
com cotas e indenizações,
com renda e título de cidadão.
E disseram que o povo preto,
andando na rua sem emprego,
seria preso.
Aí, superlotação!
Matança!
Antes de chegar na prisão,
o extermínio é a solução!
E a contemporaneidade?
Quinhentos anos depois,
quase nada mudou!
O rio é de dor,
encontro de sangue derramado
com lágrimas de mães em luto, afogadas!
Tiro certeiro do preconceito,
não é bala perdida.
A direção é sempre a mesma:
pretos nas periferias!
Toda mãe teme o cruel destino
de seus filhos amados.
Mas quem está sentindo?
Se as balas já têm destino?
Corpos-crianças,
meninos estendidos,
perfurados de balas!
Quem matou os caras?
Os inimigos!
Nos veem apenas como bandidos,
os pretinhos.
Toma cuidado, filho!
As drogas abreviam os caminhos,
encurtam vidas de meninos!
Mas, qual seria mesmo o destino?
Não responde.
Mas silêncio não é racismo?
Silêncio.
OUVI TIROS!
Dor no peito.
Mais um extermínio do povo preto.
Sempre escolhido.
Estas terras,
que tantos povos abrigaram,
agora são regadas
com sangue de pretos,
Senhor Colonizador!
Mas o que cresce livre
é nossa consciência.
Ela brotou.
Nossa ancestralidade aflorou.
E agora, brotamos para sustentar justiça.
A justiça há de haver!
Neste caminho de identidade a florescer,
este é nosso oásis!
Onde saciaremos nossa sede temporal
com liberdade.
Tudo que se foi,
renascerá em tantos outros tempos,
quantos forem necessários,
para fazer-se presente
em todos os presentes modernos e borboletear.
Nós sabemos, nós podemos!
A raiz vingará!
Viveremos em outras, tantas naturezas.
Formaremos os nós,
resistindo por ideais,
com a força dos Orixás!