Porque sou assim

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Querem chamar o anarquismo de desordem, porque o anarquismo é a luta contra o sistema, contra o governo opressor. Não há desordem maior do que a separação da sociedade em direita e esquerda, onde nos jogam um contra o outro constantemente!

"E seguiu tocando a vida. Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperanças."
(A Cidade do sol)

Porque Deus é bom, nos deixa plantar o que quisermos. E porque Deus é justo, nós colhemos o que plantamos.

Eu podia jurar que você ia me fazer feliz, mas não! E agora você chega e diz porque você está tão fria? E eu vou lhe responder, porque um otário quebrou meu coração!

Você está vivo. Você vai sobreviver a isso, porque eu sobrevivi. Você também sabe disso. Eles tentaram te destruir, roubando seu orgulho e sua força mas essas coisas não podem ser roubadas.

Eu sou assim... uma pessoa feliz, de bem com a vida.
Para uns, sou simpática, para outros antipática.
Vejo o mundo com os olhos da alma e do coração.
Adoro poesias e conjugo o verbo amar frequente e intensamente.

As vezes é bom não ter ninguém, porque assim ninguém te machuca, ninguém te engana, ninguém te ilude e ninguém vai embora.

Somos assim. Sonhamos o voo, mas tememos as alturas.
Para voar é preciso amar o vazio.
Porque o voo só acontece se houver o vazio.
O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas.
Os homens querem voar, mas temem o vazio.
Não podem viver sem certezas.
Por isso trocam o voo por gaiolas.
As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.

Rubem Alves
Religião e Repressão. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

Nota: Trecho da introdução do livro. O pensamento muitas vezes é atribuído erroneamente a Fiódor Dostoiévski. Acredita-se que a confusão aconteça por Rubem Alves mencionar o escritor e a obra "Os irmãos Karamazov" na introdução do livro "Religião e Repressão".

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⁠Um Caminho para o Coração

Mesmo um coração deve ter um caminho que leve até ele.
Se houver um caminho, esse caminho deve, claramente, ter um ponto de partida.
Se há um lugar onde as emoções começam, então, claramente, deve haver um lugar onde elas se encontram.
No lugar onde nosso coração se encontra, será possível começar um novo caminho?
Mas o que eu tenho mais medo não é que nossos caminhos sejam diferentes, ou que nossos caminhos nunca se encontrem, mas que para o seu coração não haja caminho algum.
Talvez não haja caminho para o seu coração, afinal de contas.
Mas por enquanto, não posso fazer nada a respeito.
Mesmo não sabendo o caminho para o coração dele, ele sabe o caminho para ir fazer kimchi.
E acabou roubando o meu coração.
Por ora, isso basta.

Mesmo sendo o mesmo mar que vi antes, hoje ele é novo para mim.
Mesmo as coisas que eu conheço, mesmo as coisas que eu já fiz, num dado momento, com certa pessoa, é a primeira vez.
(...)
O que acontecer depois desse momento, não é culpa de ninguém, as coisas só acontecem assim.
Do mesmo jeito que algumas ondas se desfazem e outras quebram.
Acontece.
Por isso, você não deveria se preocupar tanto.
Só porque você viveu ontem, não significa que saiba tudo sobre hoje.

⁠Eu quero ser um caracol na próxima vida. Eles nunca são expulsos de casa.

⁠ O casamento limita a sua liberdade. Na sociedade moderna, ele é apenas um sistema para preservar seus genes. Nada além disso.

⁠Somos vistos como um casal de loucos e, por isso, conseguimos ser fiéis à vida que queríamos ter.
Casados ou não,
Com o casamento registrado ou não, qualquer que seja a sua escolha, as sérias consequências que imaginamos não acontecem.
O importante é que não importa como seja com a pessoa que está ao seu lado, naquele momento, vocês estão juntos.
Então hoje, mais uma vez, decidimos nos amar.
E, a todos que vivem neste momento, com toda sinceridade, desejamos boa sorte.
Afinal, esta vida, para todos nós é a nossa primeira.

Inserida por shirley_pittarelli

Sou como uma pessoa honesta, visto nunca ter sido assassinado, roubado, violado, a não ser em imaginação. Não seria honesto sem estes crimes.

A verdade «sou eu». Quando o outro disse «o Estado sou eu», disse a mesma coisa. Só que meteu a polícia para não haver dúvidas e outros a dizê-lo também.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Sou doido por gatas:
Xande comeu o canário;
amados os dois

Afasta esse medo pueril da morte. Sou eterna e invariável, como tu és mortal e te transformas. Sou a vida, e os teus tormentos e a tua existência não me dizem respeito.

Não adoro o passado
não sou três vezes mestre
não combinei nada com as furnas
não é para isso que eu cá ando
decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz
decerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava João
nenhuma nenhuma palavra está completa
nem mesmo em alemão que as tem tão grandes
assim também eu nunca te direi o que sei
a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento

Não digo como o outro: sei que não sei nada
sei muito bem que soube sempre umas coisas
que isso pesa
que lanço os turbilhões e vejo o arco íris
acreditando ser ele o agente supremo
do coração do mundo
vaso de liberdade expurgada do menstruo
rosa viva diante dos nossos olhos
Ainda longe longe essa cidade futura
onde «a poesia não mais ritmará a acção
porque caminhará adiante dela»
Os pregadores de morte vão acabar?
Os segadores do amor vão acabar?
A tortura dos olhos vai acabar?
Passa-me então aquele canivete
porque há imenso que começar a podar
passa não me olhas como se olha um bruxo
detentor do milagre da verdade
a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma
nada está escrito afinal

“Honrai o sono e respeitai-o! É isso o principal. E fugi de todos os que dormem mal e estão acordados de noite.
O próprio ladrão se envergonha em presença do sono. Sempre vagueia silencioso durante a noite: mas o relento é insolente.
Não é pouco saber dormir; para isso é preciso aprontar-se durante o dia.
Dez vezes ao dia deves saber vencer-te a ti mesmo; isto cria uma fadiga considerável, e esta é a dormideira da alma.
Dez vezes deves reconciliar-te contigo mesmo, porque é amargo, vencermo-nos, e o que não está reconciliado dorme mal.
Dez verdades hás de encontrar durante o dia; se assim não for, ainda procurarás verdades durante a noite e a tua alma estará faminta.
Dez vezes ao dia precisas rir e estar alegre, senão incomodar-te-á de noite o estômago, esse pai da aflição.
Ainda que poucas pessoas o saibam, é preciso ter todas as virtudes para dormir bem.
Levanto falsos testemunhos? Cometi adultério?
Cobiço a serva do próximo? Tudo isto se combina mal com um bom sono.
E se se tivessem as virtudes, seria preciso saber fazer coisa: adormecer a tempo todas as virtudes.
É mister que estas lindas mulheres se não desavenham! E por tua causa, infeliz!
Paz com Deus e com o próximo: assim o quer o bom sono. E também paz com o diabo do próximo, senão, atormentar-te-á de noite.
Honra e obediência à autoridade, mesmo à autoridade que claudique! Assim o exige o bom sono! Acaso tem uma pessoa culpa do poder gostar de andar com pernas coxas?
Aquele que conduz as suas ovelhas ao prado mais viçoso, para mim será melhor pastor: isto é conveniente ao bom sono.
Não quero muitas honras nem grandes tesouros; isto exacerba a bilis. Dorme-se mal, porém, sem uma boa reputação e um pequeno tesouro.
Prefiro pouca ou má companhia; mas é mister que venha e se vá embora no momento oportuno. É isto o que convém ao bom sono.
Também me agradam muito os pobres de espírito: apressam o sono. São bem-aventurados, mormente quando se lhes dá sempre razão.
Assim passam o dia os virtuosos. Quando chega a noite, livro-me bem de chamar o sono. O sono, que é o rei das virtudes, não quer ser chamado.
Somente penso no que fiz e pensei durante o dia. Ruminando, interrogo-me pacientemente como uma vaca. Então, quais foram as tuas dez vitórias sobre ti mesmo?
E quais foram as dez reconciliações, e as dez verdades, e os dez risos, com que se alegrou o meu coração?
Maquinando nestas coisas e acalentado por quarenta pensamentos, o sono, que eu não chamei, logo me surpreende.
O sono dá-me nos olhos, e sinto-os pesados. O sono aflora à minha boca, e a boca fica aberta.
Sutilmente se introduz em mim o ladrão predileto e rouba-me os pensamentos. Estou de pé, feito um tronco; mas ainda há pouco de pé, logo me estendo”.
Ouvindo falar o sábio, Zaratustra riu-se consigo mesmo.
“Parece-me doido este sábio com os seus quarenta pensamentos, mas creio que compreende bem o sono.
Bem-aventurado o que habite ao pé deste sábio! Um sono assim é contagioso, mesmo através de uma parede espessa.
Na sua cátedra mesmo há um feitiço. E não era debalde que os mancebos estavam sentados ao pé do pregador da virtude.
Diz a sua sabedoria: “Velar para dormir bem”. E, na verdade, se a vida faltasse senso e eu tivesse que eleger um contra-senso, esse contra-senso parecer-me-ia o mais digno de eleição.
Agora compreendo o que se procurava primeiro que tudo em nossos dias, quando se procurava mestres de virtude. O que se procurava era um bom sono, e para isso virtudes coroadas de dormideiras.
Para todos estes sábios catedráticos, tão ponderados, a sabedoria era dormir sem sonhar: não conheciam melhor sentido da vida.
Hoje ainda há alguns como este pregador da virtude, e nem sempre tão honestos como ele; mas o seu tempo já passou.
E ainda bem não estão em pé, já se estendem.
Bem-aventurados tais dormentes porque não tardarão a dormir de todo”.
Assim falava Zaratustra.

⁠Hoje a solidão me fez companhia
Não me importei com sua presença
Contei a ela sobre os meus dias
E ela riu da minha inocência

Eu gosto assim, não sintam dó
Pois tudo é menos complicado
Já me senti muito mais só
Com várias pessoas ao meu lado...