Porque não
Não fique triste, não chore ou eu ficarei muito triste, porque não posso ajudar, eu posso apenas tentar consolar e ser consolado, olha vamos pensar assim: Eu e voce estamos juntos , mas agora eu estou viajando para outro país distante,mas, em breve estarei aí e tudo isso vai passar.
Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?
Frente ao drama da vida a única consolação é a palavra que adquire valor próprio porque não exprime a verdade mas a aparência.
Favor não se deve, porque não se compra.
Faça o bem sem olhar a quem, isto feito,
não é qualidade, é obrigação.
É dever de cidadão.
Não cobre o que conceder, porque o principal beneficiado
não é quem recebe, sim, quem beneficia.
Nem é preciso que propagues pelo bem prestado, pelo doado,
porque Deus não gosta de exibicionismo.
Não é porque as coisas são difíceis que não nos arriscamos, é porque não nos arriscamos que elas se tornam difíceis.
Grandes amizades não se perdem em pequenas disputas,
Se se perderem, é porque não eram nem amizades, muito
menos grandes
Se me afasto, é porque não me encaixo. Minha entrega é muito seletiva. Meu abraço, vasto. Não ligue se pareço distante. No fundo, só estou perdido em qualquer lugar.
Aos meus inimigos eu deixo o meu melhor sorriso...
Porque não existe melhor vingança para derrubar
um inimigo. A sua alegria, a sua felicidade
e o seu sorriso são armas poderosas e devem ser o
seu passaporte para sucesso.
Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases; o algarismo não tem frases, nem retórica.
Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país, dirá:
– Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional. A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito superior a todos os direitos.
A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
– A nação não sabe ler. Há só 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão. 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles; é não saber o que ele vale, o que ele pensa, o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber porque nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, — por divertimento. A Constituição é para eles uma coisa inteiramente desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
Replico eu:
– Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
– As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo político. Não se deve dizer: "consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação"; mas — "consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes dos 30%". A opinião pública é uma metáfora sem base; há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: "Sr. Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem..." dirá uma coisa extremamente sensata.
E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos discursos e ele tem o recenseamento.
Pessoas vivem depressivas porque não cuidam do essencial que é gostar primeiro de si mesmas e depois de deus...
O prazer de lembrar tinha sido tirado de mim, porque não havia mais ninguém com quem compartilhar as lembranças. Parecia que perder a pessoa que lembra connosco significava perder a própria memória, como se as coisas que fizemos fossem menos reais e importantes do que elas eram horas antes.
Acho bonito quem tem orgulho de ser gente. Porque não é nada fácil, eu sei. Por isso continuo princesa. Continuo guerreira. Continuo na lua. Continuo na luta. No meio do caos que anda o mundo, aceitar é ser feliz.
Eu me repito porque não sei ser outra coisa, eu me desgasto porque só sei ser muito. Não sei diversificar e não sei falar de outra forma, só conheço meu próprio modo. E, se me perguntar, não, não estou insatisfeita.
Sou fiel a mim, porque não o sei ser. Com mais ninguém sou tudo o que vivi, mas sem ti não sou ninguém.
Afinal de contas, se existe um paraíso, nós nos encontraremos de novo, porque não existe um paraíso sem você.
(Ira Levinson - Uma Longa Jornada)
Eu sei que você quer algumas respostas. Mas qual é a resposta certa? Porque não há resposta certa. Há apenas vidas, apenas vidas.