Porque Foge de Mim
Registros de experiências
Não escrevo unicamente pra mim.
Escrevo para você que lamenta, e busca ser consolado.
Pra você que abomina as injustiças, e busca revoluções.
Pra você que interroga tudo, e busca respostas.
Pra você que ama, e busca ser amado.
Pra você que não entende, e busca compreensão.
Enfim, escrevo pra muitos.
Porém, há poucos que percebam,
Que não escrevo sobre tudo,
Somente o que já entendi.
E que não escrevo sobre a felicidade,
Porque ainda não a conheci.
Meu Amor
Nossa historia não acaba aqui
ainda quero você dentro de mim.
Não faltam palavras pra te dizer
que minha vida e amar você.
vendo suas fotos me lembro de ti
a noite passa é eu não consigo dormir
o quarto está vazio, sem você aqui.
Venha correndo, venha pra mim.
perdido em mim mesmo já não sei o que fazer
perdido em mim mesmo não consigo te esquecer
perdido em mim mesmo só uma coisa pra te dizer
perdido em mim mesmo só sei amar você
A bordo de mim
Trancafiada aqui, no abismo vi, o mar mostrou.
Oculta em mim, embalo o fim, abordo estou.
O imundo mar, sôfrego vem, se lamentar.
Pálido! Gélido! Seco!
Escureceu! Não sou mais eu, o mar sou eu!
Fugi sem ar, me encarcerar, sombrio olhar.
O medo embarca, revolve marcas do meu pesar.
As ondas vêm, molham meus pés, vou mergulhar.
Vento bravio, um calafrio me faz chorar.
Tempestade a vista, revira o barco, me embaraço no relembrar.
Aos prantos grito! Sou eu o mito do tal amar!
Ouço gemidos, fundo do mar!
O horror convém, me mostra além, antigo olhar.
Quando era ardor, quem sabe amor, levou o mar.
Abordo estou, na noite vou, refugiar!
A negra vem, me acompanhar.
Seus braços frios, acariciam meu perturbar.
O barco vira, quebra o retrato, faz em relapso o meu pesar.
Corta meus pés, debruçada ao chão, sangro sem dor.
Junto os pedaços, varrendo os cacos do opaco amor.
A água vem, correntes vêm me soterrar!
O barco alaga, tão logo afunda, o vento ajuda meu naufragar.
A brisa leva o que restou, meu ser se afoga, o sal corrói, sôfrego amor.
Se os meus olhos brilharem quando eu te ver e o meu coração que está respondendo por mim e ainda não te esqueci e vc ainda e dona do meu coração,mais quando eu te ver e o meu olhos não brilharem se tornarem negros significa que o meu coração te esqueceu.
ADORMECIDA
Mora em mim uma artista
Adormecida que pretendia
Acordar a sua arte e assim
Ser conhecida e quem sabe
Até reconhecida nesta vida.
Mora em mim a melodia da
Poesia que não escrevinhei,
Um quadro que jamais pintei,
Uma dança que nunca ousei,
Um teatro que não representei.
Mora adormecida em mim esta
Medrosa em verso e prosa, que,
Temerosa de errar, borrar a tela,
Torcer o pé, de esquecer o texto,
Entorpeceu tão fugidia e arredia.
Mora em mim esta artista ainda
Adormecida que, pelo seu sono
Profundo não havia encontrado
Na magia do sonho da poesia o
Sentido da sua vida neste mundo.
Já que dormindo, adormecia este
Medo de escrever poesia que lhe
Torturaria na mente, diariamente,
Que no sono rondaria seu sonho
E lhe assombraria diuturnamente.
Lúcida negava, fugia e dormir fingia,
Enquanto o poetar até então dormido,
Ludicamente, pronto se quis descrito,
Escrito e amanhecido pro medo ficar
Desaparecido e pra sempre vencido!
Guria da Gaúcha Poesia
Lavando a Alma,
Página 09,
1989
Os teus ventos cessaram
Não os sinto mais em mim...
Meu corpo não mais arrepia
Os toques de suas caricias
Desviaram nas curvas do tempo
No deserto do teu olhar
Cada um enxerga Deus como, onde e quando quiser quanto a mim... Sinto-o em todo lugar, e a todo momento.
O dia que conseguir pensar por mim, eu serei você. Por enquanto, se não consegue e imagino que nunca vai conseguir, deixe ser eu mesmo com meus pensamentos e faça a gentileza de me progredir a sua ausência. Pensamentos podem ser pequenos até, mas é importante cada um reconhecer a sua própria pequenez. Principalmente quando ao querer julgar o pensamento de outra pessoa. Viver de julgamentos aos alheios é estar preso à teia, onde não há nada senão a prisão filosófica. Críticos, como cães, latem contra quem tem medo ou alguma coisa sombria qualquer, como viver sem ideias e ir contra qualquer pensamento que não seja seu. Não tenha medo de mostrar a sua própria exiguidade. No fim dos tempos, não fará mesmo a menor diferença.
Quantas vezes imaginei que era amada, que gostavam de mim, que sentiam minha falta, quando na verdade o que fazia falta era a utilidade que eu tinha na vida de uma ou outra pessoa. Gostavam dos favores que eu prestava, gostavam da minha forma de nunca dizer não, gostavam da minha constante disponibilidade, gostavam da minha afabilidade, gostavam de eu ser sempre prestativa, gostavam de tudo, menos verdadeiramente de mim.
Goste de mim pelo que sou, e não pelo que deixo de ser, se for pra não gostar tanto faz, só não nasci pra agradar ninguém.