Porque a Gaiola não é seu lugar
Nem todo passarin
Que encontra em sua gaiola
A porta aberta, alça voo
Às vezes,
Ser cuidado é uma necessidade
Não uma opção
A nossa vida com Deus pode ser comparada a uma escolha como de um pássaro que tem sua gaiola aberta , é livre para ir e vir, voar distante, provar de muitos manjares, delícias, pois tem liberdade para isso…bom, mas o pássaro prefere o pouso tranqüilo, a velha gaiola, a mão do dono sobre ele e o mesmo alimento de sempre, pois é dado com tanto amor, é tão preenchido e cativado o pássaro que não consegue passar um segundo distante do seu dono, do seu afago
Gaiola doida
O relógio parado
Fixado na parede
Não falta água
Só não tenho sede
A minha causa rara
Afirma-se em solidão
Sem perspectiva do amanhã
E o hoje sem a tal emoção
O velho sábio pensa
Indefinições que voam
Como pássaros embriagados
Sonhos que são lamentados
Nada é como outrora
O pôr-do-sol se extinguiu
Nunca pesquei naquele rio
Minha empresa já faliu
Antes de nascer eu previ
Na gaiola doida estaria
Segue então o rumo do baile
Fantoches em total monotonia
O meu esconderijo maior
Esconde aqueles sentimentos
Cada vez mais realçados
Num poço de lamentos
Não vejo as cores
Tal como elas são
O daltonismo cai
A luva serve na mão
Razão na pura emoção
Comoção sem sentir
Um amor que aflora
Na cova vou partir
Quase nunca nada
Jamais te conheci
Nada serei sem ti
Estrela da madrugada
Adeus ao navio negro
Leve todas as vítimas
Eu aqui ainda aguento
Mesmo sem carícias.
Se o passarinho não voltar, não se desespere em acreditar que sua gaiola não foi forte o suficiente, que o cereal não alimentou bem ou que seu canto não encantou, apenas lembre que passarinho que vai e não volta é passarinho sem fome de carinho, sem apego a prisão do coração sem encanto para as mais belas palavras ditas na penumbra em cama quente em noite fria
DRAGÂO
Ela chega à noite, vendada e apreensiva,
Traz uma gaiola cheia de borboletas...
Pássaros pousam na sua cabeça...
Ela se deita e se entrega...
Eu sou um dragão de meio milênio
Soltando fogo pelas narinas,
Numa caverna úmida, fria e escura
Prestes a desabar...
Isso não pode dar certo... isso não pode dar certo...
Não respiro para não queimá-la
Não falo para não assustá-la
Não acaricio para não arranhá-la
Não abraço para não esmagá-la
Tenho a ternura de Lúcifer antes da queda,
Tenho a beleza de Lúcifer antes da vaidade
A caverna se enche de luz com gotas de diamantes,
As borboletas se soltam, os pássaros cantam...
Ela está possuida, ela está possessa...
flutua sobre asas de cardeais e cacatuas,
Delira num sétimo céu, mas continua vendada...
Isso me arranha, isso me queima, isso me esmaga...
Mas eu suporto, eu sou o dragão...
O pássaro queria voar livre, não bastava o dono esquecer a gaiola aberta, o pássaro desejava a liberdade concedida…
Queres tu viveres aprisionado
Viveres aprisionado a essa gaiola de passados
Se tu podes saborear o doce presente
E planejar a infinita liberdade do futuro.
Tens a porta da tua gaiola aberta, e não te libertas por teres medo de cair, então sempre irás viver presa e com medo.
Não aprisione o coração na gaiola que é o teu corpo.
Liberta-o para voar no mundo.
E veras que ele encontrará seu ninho.
As pessoas encontram em algumas músicas o que gostariam de fazer e não podem, porque vivem em gaiolas.
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