Por você eu Limpo os Trilhos do Metro
Metro Quadrado
Entre poeira desceu o sol
o chão que as rodas amassavam mudou de aspecto
as árvores viraram pasto e o rio tornou-se pedra,
fazendo a sede assolar a comunidade
em pouco tempo, a comida escasseou,
os animais dos produtores das cercanias morreram
e as máquinas agrícolas derrubaram o que restava
Na cidade, todos assistiam à televisão falar que
o agro é pop e que aquilo era progresso brasileiro
mas só sabia a verdade quem era morto pelos madeireiros
Sem firmamento dado pela vegetação, a terra cedeu
e muita gente morreu no deslizamento
muitos se chocaram, a prefeitura disse que contratou engenheiros
e tudo estava nos “conformes”, mas isso não diminuiu a força da natureza
e o estrago feito em tantas famílias pelas perdas
Não bastaram os milhares de hectares, os homens queriam mais
eram garimpeiros, eram grileiros
até os indígenas foram embora
tiraram as onças, os tamanduás e por fim, as pessoas
Debaixo da massa de poeira que entrava pelas narinas
sufocando toda aquela quantidade de gado,
lá sobraram os culpados procurando mais algum metro quadrado.
O paraíso existe sim... tem um metro e oitenta e cinco e um sorriso largo tipo armadilha.. um perfume gostoso que a gente imagina na pele da gente.. feito tatuagem que fixa... e um papo furado daqueles que convence... As vezes quero fugir pra lá de vez.. outras vezes quero me esconder do mundo lá ... o paraíso pra mim sempre será o meu refúgio.....
Trabalhar aqui no Metrô é uma grande satisfação, fazer parte do Corpo de Segurança um privilégio, seguir os dois mandamentos de quem trabalha em qualquer serviço que faz segurança pública é uma virtude :
1º mandamento => Nunca, mas nunca mesmo aumente o potencial de qualquer tipo de risco.
2º mandamento => Nunca, mas nunca mesmo, quebre o primeiro mandamento.
O que tá acontecendo com minha cidade? O que tá acontecendo? Tá tudo parado! Nada mais anda! Metrô em greve! Movimentos de todos os lados! Pessoas queimando ônibus! Outras destruindo estações! O brasileiro está cansado! O brasileiro está cansado do descaso! A Copa está aí! Há alguns dias pra acontecer! Se isso acontecer de novo? Será um desastre!
Mas que mar me faria
descansar em calmaria?
Mar de metro, mar de milha,
mar certo, Marylia.
Mas seria a calmaria
mais de mar
ou mais de minha?
De meu mar, minha Marylia,
de agora mais o que fora menos
antes caos hoje ameno.
No cais esperei pelo mar
que me traria Marylia.
No caos aguardei,
no cais esperei.
Hoje, não mais.
Ela me olhou fixamente. Meu coração acelerou.
Um metro e setenta de pura sedução Jamais beijei boca tão quente.
Minha razão se esvaindo...quis ser racional e não pude.
Com ela entre meus braços mostrava força e virilidade,
parecia até mesmo um tanto rude.
Mas um olhar mais apurado, desses já sem maldade veria sem grande embaraço que estava completamente rendido.
É o amor! gritaram os meus neurônios mais jovens.
Sim é o amor! convencidos os meus hormônios.
Então é isso o amor? minha mente questionava.
Que maravilha é o amor! minha mente já se enganava.
Por muitas horas todo o meu ser foi amor.
Com a felicidade sendo bombeada em todas as minhas células minha realidade ganhou nova cor.
Foi numa noite sem brilho.
Nossos corpos tão próximos. A pele se inflamou.
Sem nada de empecilho a chama se consumou.
Quase uma hora de amor bestial.
Corpos possuídos, entregues sem pudor.
O amor chegou ao ápice não pude conte-lo e jorrou.
Sou a favor do metrô de Brasília tanto quanto sou a favor de que alguém coma um Big Mac. Desde que nenhum dos dois seja pago com dinheiro público.
Me refugio no silêncio da mente, o barulho que me rodeia é passageiro, um passageiro de metrô que mora longe de tudo e de todos
Há tanto charme na fusão dessas lágrimas, salgando seu drink gelado , enquando percebe que na metropole vázia o dinheiro não traz alegria.
As vezes eu sinto que você está a um metro de distância, mas quando eu acordo você está a milhares de distância.
No meu país é assim: no metrô, no trem e no ônibus, os nossos filhos menores de 7 anos, podem viajar em pé, no colo, e sentado sem nenhuma proteção; Já em nosso carro, eles tem que ter uma cadeira especial e cinto de segurança...
...esse é o meu país
Poesia no Metrô
No vazio do metrô...Daqui a pouco chegarei em casa e onde estará meu Amor???
No vazio do metrô....talvez algo mais está vazio aqui...pessoas por trás de mim com fones de ouvido...ouvindo Rock'rool pra descansar o coração...
No vazio do metrô....Alguém entrou e me olhou...olhar triste que me emocionou....porém eu rir pra ver se o deixava Feliz....
No vazio do metrô....minha estação chegou....e aquele olhar triste me acompanhou e veio falar de Amor....disse que seu Amor se suicidou mais meu sorriso o salvou.....
No vazio do metrô....no vazio do metrô....no vazio do metrô....minha alegria se repassou....mais eu pensei onde estará meu Amor???
O Tanto Que Vale Em Mim
Meu colchão ocupa um e meio metro quadrado.
Meu apartamento possui quarenta e cinco metros quadrados.
Isso significa que meu berço ocupa cerca
de três e três porcento da minha área.
Passo cerca de doze horas por dia trancado em casa.
Em noventa e cinco porcento do tempo
fico nos menos de três e meio porcento.
Curioso mesmo é que meu corpo ocupa quarenta porcento
dos três e três porcento que eu vivo cerca de
quarenta e sete e meio porcento da minha vida.
Meu corpo por sua vez possui um volume estimado
de ponto zero sessenta e seis metros cúbicos,
e meu cérebro estima três por cento desse total.
Se eu te disser que nesses três porcento
está cem porcento do tudo que eu sou,
e que em quarenta e sete e meio porcento do tempo
da minha vida esses três porcento pensa
cem porcento do tempo em você,
você entenderia o que no final
e no fundo eu quis lhe dizer?
Espero com esperança válida de cem porcento que te valha,
como me vale em gênero, número e grau,
que esse cem porcento do tempo de quarenta
e sete e meio porcento do tempo da minha vida
que ocupa quarenta porcento dos um e meio porcento
dos quarenta e cinco metros quadrados que tem o meu lar,
E me entenda.
O Senhor Debaixo
No metrô de SP
Lá vai o senhor
E sua bagagem.
Às 6 da tarde
Com um envelope na mão,
Desce ele desse trem.
O senhor debaixo da neblina,
Acende o abajur no parque infantil,
Tornando visiveis
Os fantasmas que o rodeiam.
Envolto na nevola,
Um sussurro se faz ouvir:
"O pendulo da morte,
É a seta apontada pro peito do homem
Que vaga sem definir seu destino."
À caminho da catedral,
Avista o tempo transbordando
No peso de megafones,
O grito de desespero
Das almas que não partiram.
Exala do perfume funebre
E corre para a catedral.
Esta se encontra a meia luz vermelha
E o Cristo crucificado
No centro do altar
Chorando pelas almas perdidas.
Vermes circulam as velas
Que adornam o ambiente sagrado
E o Cristo desapontado
Com os homens,
Se retira do templo.
O senhor debaixo
Da sagrada escritura,
Resgata o bilhete do Cristo:
"A vós vim com o amor
E tudo que presenciei,
Foi a repulsa as minhas palavras.
Portanto, Aviso-te
O amor não habita
Em corações fechados."
Ouve-se o som bizarro
Da ambulancia a circular.
Sob o comando do palhaço
A gargalhar dos homens,
Incapazes apenas de praticar
As palavras do seu Cristo.
Ao abrir da porta traseira,
O paciente na verdade
É o próprio Cristo.
Não com marcas da salvação,
E sim feridas no peito
Fruto do abandono ao seu semelhante,
Jogando pelo ralo,
Toda a pregação .
Então o senhor debaixo
Do misterio que o cercava,
Apenas abriu sua mala
E levou o tal bilhete.
As pistas agora se encontravam
Como mais uma lembrança
Do descaso.
O Cristo se foi, mas o homem,
Ah o homem...
Nem sabe o que faz.
Esbarrei com um sonho
Desencantado e choroso
De um metro e quarenta
Pele preta
Cabelos desgrenhados
Corpo magro
Roupas rasgadas
Sujo feito o asfalto
A sujeira do vento
A calçada em que morava
Feito um cão abandonado
Perdeu o caminhão da mudança
Seus pais o deixaram
Quando ainda era uma criança
Sentia fome
Sentia sede
Mas nada disso importava
Sentia saudades
De quem nem mais se lembrava
Apesar da tristeza abafada
Sorridente
Insistia em mostrar os poucos dentes
Feito um Pivete
Corria pelas ruas
Batia sua bola
Um coco seco
Feito uma vida que pulsa
Cantava mesmo sem motivos
Gritando pra quem passasse
“Sou Feliz”
Em seus ombros um caixote
Engraxava alguns sapatos
Ganhava algum trocado
Se alimentava de pouco
O necessário
Era o preço do abandono
Como se tivesse escolhido
Nascer
- Pivete, o que você quer ser quando crescer?
- Tio, se eu crescer... Quero ser vivo.
- Tem medo de morrer, Pivete?
- Tio, por aqui os sonhos custam caro, e a minha vida vale pouco.
Fechei meus olhos, e o verde veio no
sentido metro... foi travando suas rodas,
abrindo as portas e invadindo o solo e as paredes do metrô, e
com o verde veio os pássaros que em
harmônia ao meu desejo ficamos ao solo
da guitarra...
BB king Eric Clapton crooss