Ponto
Por quê fizemos isso com nós mesmos? A que ponto sua ignorância me levou? A que ponto minha passionalidade te feriu? Eu destruí nossas fortalezas pra conservar nossas memórias, e você quebrou minha confiança com seus desejos egoístas. Mesmo depois de tudo terminado nós ainda éramos os mesmos de antes, e agora somos apenas desconhecidos. Dói em mim, dói na memória do que fomos. Por favor não me procure, nem se esqueça, fique por perto, pra que eu possa saber como está sua vida, mas não volte para a minha. Sabe que eu sou feita de contradições e assim faço meu equilíbrio.
Minha frieza e silêncio o fez
cometer loucuras, a ponto de em uma noite
do mês de fevereiro entre bebidas e lágrimas
enxergar as luzes dos carros que passavam na rodovia
um refúgio, um meio de sanar a dor de um amor não reciproco,
que na verdade, sempre foi reciproco.
Eu só não conseguia encontrar meios
de demonstrar que me importava, outras dores de amores
passados me fizeram perder o tato com os sentimentos
e mesmo quando amo imensamente alguém, não consigo
transmitir esse sentimento de nenhuma maneira.
Muitas vezes não se trata de falta de amor e sim
de não saber lidar com o excesso do mesmo.
Sentir é uma capacidade humana, pensar também ...
O coração só deve influenciar, até certo ponto. Tudo que é demais estraga,e é prejudicial. Mesmo o amor ...
Um começo misterioso que se expande tanto ao ponto de pensar que talvez não haja fim e seu caminho se perde por ele mesmo em suas próprias curvas e cai em seus próprios buracos, observado por olhos perdidos e colidindo com seu próprio eu, onde os caminhos não levam a lugar algum além de escuridão e mais escuridão.
Partindo do ponto que a felicidade deve sofrer manutenção constante para existir, todos são infelizes.
Não desista nunca! A vida acaba quando os lamentos são tão constantes, a ponto de substituir os sonhos.
Só espero que o amargor que recebi do desprezo alheio, não se torne desprezível ao ponto de me atingir.
O ponto de vista dela
Ele não entende como me sinto.
Não entende nada sobre mim. Não entende que quando me afasto, quero ser procurada, e que quando sorrio de lado, choro por dentro. Ele não sabe como odeio ter que ser grossa e estúpida, quando só quer conversar. Eu não sei lidar com isso de um modo calmo, só o fato de tentar me explicar já me enlouquece.
Não dá!
Quando vejo que só me enrolei e não expressei meus sentimentos, já começo a ter raiva de mim mesma.
Ele não sabe…
Como saberia?
Eu faço o máximo para parecer sensata, para não dar uma de neurótica. Digo o contrário do que penso, ou muitas vezes prefiro me calar, porque não tenho o direito de agir como nada além de amiga. Se eu pegar no pé, ir atrás, chorar ou discutir, estarei ocupando um posto que não é meu. E, tudo que eu não quero é me enganar achando que tenho esse direito, porque não tenho.
Mas, dane-se!
Como amiga eu tenho direito de cuspir, de um jeito grotesco, tudo que venho notando há anos.
Ele não vai me deixar nem começar e já vai dizer que sou dramática e que tudo é criação da minha imaginação, mesmo assim, quem avisa amigo é! Tem coisas que finjo que não vi, para não parecer intrometida ou alguém que só aponta o dedo pro outro, mas ele muda quando está com os amigos, e essa não é a primeira vez. Custei lembrar que esse sempre foi o motivo para gente se separar. Ele se afasta como um gato sorrateio pela noite achando que ninguém vai notar sua ausência. Ele é reservado e prefere o seguro ao incerto, mas deixa transparecer tudo com o olhar. Ele se envolve como quem se apaixona por brigadeiro num sábado a tarde, se doa para, talvez, as pessoas erradas. Não quero julgar as atitudes e sentimentos dos outros, é só que quem o vê despedaçado sempre sou eu, quem fica para ajudá-lo a recolher os cacos sou eu, e isso não é fácil.
Ele nunca me decepcionou, muito menos me magoou, então não é agora que vou enxergar as coisas ruins, porque tenho muita culpa no cartório e não tenho direito de exigir nada de ninguém. Eu sinto sua falta, mesmo não estando há cinco quilômetros de distância. Deveria ter dito como me sinto há muito tempo, só que tenho a mania de me certificar de tudo antes de agir.
Talvez, esse tenha sido meu maior erro. Não tenho medo de mudanças, mas prefiro saber se estou pisando em chão firme antes de pular.
Eu poderia ter xingado. Eu poderia ter gritado. Eu poderia ter dito todas as coisas que odeio nele. Eu poderia ter sido uma vaca…
Mas não fui.
Não fui porque o amo, e porque quando se ama alguém, o ama por inteiro. O ama como um pai ama o filho. O perdoa. O aceita como ele realmente é, apenas uma pessoa que comete erros como todo mundo.
E, mesmo com tantas mancadas, com tantas decepções, com tanta falta de importância, prefiro escutar seus motivos, um tanto quanto medíocres e infantis de como e porquê me deixou de lado, mesmo dizendo que nossa amizade era, e sempre foi algo importante pra ele.
Ame sempre sem medo, sem vergonha, sem virgulas, sem ponto final... Pois este é os mais belos e incríveis sentimentos que podemos expressar
Em cada frase, um gesto. Em cada gesto, um motivo. Em cada motivo, um ponto. Em cada ponto, um final.