Poetas Portugueses

Cerca de 6405 frases e pensamentos: Poetas Portugueses

Tenha sempre cuidado com os que distorcem sentimentos por detrás da sombra de outrem, medíocres são profanos de ordens alheias.

O discurso trás os montes ao fracasso quando imita o canto dos pássaros.

Música não é igual a poesia, uma é base a outra é ar, é ninguém quer sufocar.

"É talvez o último dia de minha vida. Saudei o sol levantando a mão direita, mas não o saudei dizendo-lhe adeus. Fiz sinal de gostar de o ver".
(Poemas inconjuntos - Alberto Caeiro)

"Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?".
(Poema em linha reta)

Mentiras
Ai quem me dera uma feliz mentira
que fosse uma verdade para mim!
J. DANTAS

Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
Quando o teu doce olhar pousa no meu?
Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
Qual a imagem que alberga o peito meu?

Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo
O bom sonho da feroz realidade...
Não palpita d´amor, um coração
Que anda vogando em ondas de saudade!

Embora mintas bem, não te acredito;
Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito...

Mas finjo-me enganada, meu encanto,
Que um engano feliz vale bem mais
Que um desengano que nos custa tanto!

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

“Tenho da vida uma náusea vaga, e o movimento acentua-ma”.

“A vida, para mim, é uma sonolência que não chega ao cérebro. Esse conservo eu livre para que nele possa ser triste”.

(Do livro do Desassossego - PDF – Bernado Soares)

Agora que sinto amor
Tenho interesse nos perfumes.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.

( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa], In O Pastor Amoroso)

Ah! Ser indiferente!
É do alto do poder da sua indiferença
Que os chefes dos chefes dominam o mundo.

(Álvaro de Campos [Heterônimo de Fernando Pessoa], (escrito em 12.1.1935), In Poesia)

A palidez do dia é levemente dourada.
O sol de Inverno faz luzir como orvalho as curvas
Dos troncos de ramos secos.
O frio leve treme.

Fernando Pessoa
REIS, Ricardo. Odes de Ricardo Reis. Lisboa: Ática, 1946.

Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.

“Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é”.

( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa], In Poemas Inconjuntos - In Poesia, Assírio e Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001.)

Mas eu não tenho problemas; tenho só mistérios.

Todos choram as minhas lágrimas, porque as minhas lágrimas são todos.
Todos sofrem no meu coração, porque o meu coração é tudo.

( Álvaro de Campos [Heterônimo de Fernando Pessoa], In Poesia, Assírio e Alvim, ed. Teresa Rita Lopes, 2002.)

Uma mulher, por mais feliz que seja, tem necessidade das lágrimas como do ar... chora-se insensivelmente, quando se é feliz, como se respira quando se dorme.

Dar a cada emoção uma personalidade, a cada estado de alma uma alma.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Me ardem no sangue, me comem
Todos os velhos terrores,
Superstições,lutas, dores
E os sonhos todos do homem!

Gritando que me acudam, em voz rouca
Eu, náufraga da vida, ando a morrer

Escureceu tudo... caio por um abismo feito de tempo...

-Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa do conto : "Era uma vez..."

A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços...