Poetas Modernos

Os tempos primitivos são líricos, os tempos antigos são épicos, os tempos modernos são dramáticos.

O miserável receio de ser sentimental é o mais vil de todos os receios modernos.

A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo.

É a solidão que inspira os poetas, cria os artistas e anima o gênio.

Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra.

PEQUENO ESCLARECIMENTO

Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio..., este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.

Os poetas são impudicos para com as suas vivências: exploram-nas.

Todos os grandes poetas se tornam naturalmente, fatalmente, críticos.

Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.
Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.

Mas as flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram coisas vivas, não eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.

Para que haja grandes poetas é preciso que haja também um grande público.

Os poetas reclamam que a ciência retira a beleza das estrelas. Mas eu posso vê-las de noite no deserto, e senti-las. Vejo menos ou mais?

Os pintores e os poetas sempre gozaram da mesma forma do poder de ousarem o que quisessem.

Nós, poetas, na nossa mocidade começamos com alegria, / Mas daí passamos finalmente ao desalento e à loucura.

Uma vez declarada a guerra, é impossível deter os poetas. A rima ainda é o melhor tambor.

Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o amor toma conta dele.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Há muitas razões para duvidar e uma só para crer.

A poesia dos poetas que sofreram é doce, terna. E a dos outros, dos que de nada foram privados, é ardente, sofredora e rebelde.

A beleza existe em tudo - tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e poetas sabem encontrá-la.

Talvez os poetas estejam certos. Talvez o amor seja a única resposta