Poetas Gauchos
"Eu não sou um homem erudito.
Não me debrucei sobre Machado, Zé de Alencar, Drummond ou Conceição Evaristo.
Eu só sinto.
Sinto tanto, sinto coisas que, se não externadas de alguma forma, matariam-me em um suspiro.
São só suplícios.
As vezes são súplicas por um amor que, sei que está morto, mas ao meu eu, é um Deus vivo.
Ressurreto, como o próprio Cristo.
Eu só sinto.
Sinto muito por ela não ver-me como eu a vejo, sinto por ela não compartilhar do meu delírio.
Ao leitor sou devaneios, loucuras, fantasias, mas todo aquele que me conhece sabe; sou sucinto.
Sou sozinho.
E não somos todos nós? Uns mais que outros, quando a carne, sempre acompanhada, não encontra em outra alma, um abrigo.
Quisera eu, que as lembranças passassem, como as águas serenas, do Velho Chico.
Lembro-me dos versos do grande Vercillo.
Quando em nosso abraço se fez um Ciclo.
E eu só sinto.
Sinto por não ser o que ela queria, não ser o sonho dela, não ser dela pela eternidade e não sair desse labirinto.
Talvez um dia, quando eu for só um espírito.
Quando eu for um poliglota da carne, e saber ler as curvas da beldade que é aquele corpo, como um papiro.
Ou talvez, quando eu for um sábio, letrado, talvez de posses, um homem rico.
Quiçá, talvez, quando eu for um homem erudito..."
Veja, Raoul, esses muros, esses bosques, esses arcos, essas telas pintadas, tudo isso testemunhou os amores mais sublimes, pois aqui eles foram inventados por poetas que se agigantam diante do tamanho dos homens. Diga que nosso amor também vive aqui, meu Raoul, pois ele também foi inventado, e que ele também é, infelizmente, apenas uma ilusão!
“Eu escreverei, mesmo depois de você.
Você é o motivo da minha existência, mas não a existência do meu ser.
Eu escreverei, mesmo depois de você.
Eu escrevo para mim, escrevo para o mundo, quanto a ti, só lhe restou o meu amor por você.
Eu escreverei, mesmo depois de você.
Escreverei uma história com um outro alguém, e em cada face, tentarei te esquecer.
Eu escreverei, mesmo depois de você.
Talvez eu escreva até depois de mim, pois antes, só existe você.
Eu escreverei, mesmo depois de você.
Narrarei a aurora da eternidade, e descobrirei que nada nesse universo, goza de tamanha beleza, quanto você.
Eu escreverei, mesmo depois de você.
Quando eu vislumbrar a face do próprio Deus, e nem mesmo ele for capaz de conceder-me a devida inspiração, eu me recordarei de você.
E então escreverei, mesmo depois de mim, de nós, de você…”
Cada realidade carrega suas dores e obrigações.
Nunca falamos delas, ninguém toma conhecimento e poucos vão percebê-las.
Mas nós, os poetas, às vezes exteriorizamos.
[...] Então passei a vigiar-me para
Que nunca cresça a ponto de não ser mais criança.
A única e grande verdade e' que nosso anjo e' a criança
Permanente em cada um de nós.
O adulto e' um ser oculto que se despiu das asas brancas
E enveredou-se no sombreado da vida.
Tudo isso eu sei porque era criança, e via como as crianças
Viam e nada saberia se já fosse adulto.
Do poema ( minha amendoeira), poeta_sabedoro
me move.
me brisa.
ò sol.
lindo mover.
estrela ilumina.
o céu estrelado.
eu canto.
eu danço.
à luz do lual
Borboletas
As Borboletas perseguem-me à rua
O bater de asas trouxe-me novos ares
Ignorando o medo do novo, as mudanças
Devorei todos os casulos e suas lagartas
Contenho agora borboletas em meu estômago
Metamorfoseando-me por todos os cantos
A cada esquina, novas flores, mulheres e cores
Novamente, tudo muda com um bater de asas
As flores fazendo fotossíntese e eu metamorfose.
Gosto das manhãs de sol
e vento fresco
Olhar o azul do céu
me traz um turbilhão de sentimentos.
O som dos passarinhos,
das árvores grunhindo,
ao som de mpb, com um gato do lado dormindo.
Sentimento de paz que essa cena me trás.
Porém, gosto das tardes frescas
como em um pôr do sol no domingo.
O mundo parece ficar em silêncio
e sempre me perco em meus pensamentos.
Me amarro nas noites.
Noites chuvosas, frescas ou calorosas.
Tudo isso tem cheiro de boas memórias, as noites são mais vividas
e é aí que as pessoas se perdem em adrenalinas.
Mas amo mesmo as madrugadas.
Nas madrugadas que vivem os poetas
que vivem procurando saber se as palavras e frases estão corretas
quando as coisas na vida parecem estar incertas.
É nas madrugadas que o silêncio fica
É nas madrugadas que muitos se amam, se odeiam,
se conhecem, se apaixonam.
É na madrugada que têm mais vida.
É na madrugada
que se ouve um choro de uma criança mais alto
Ou que você consegue dar mais carinho pro seu gato
depois de um dia cansado.
Na madrugada
vivem os artistas.
Os compositores acham maneiras de sua canção se encaixar em um som
e os poetas rimam todo o embaralho de sua "gratidão" ou "solidão".
Na madrugada não tem fingimento,
somos quem somos por dentro.
Madrugadas são vividas
para aqueles que ainda procuram algo na vida.
Tem dias em que me encontro numa ansiedade angustiante
Tem dias que nada no dia pode ficar estressante
Tem dias que me encontro vazia, desanimada, depressiva e pensante.
E tem dias que me encontro em uma harmonia EXTREMAMENTE gratificante, apaixonante e interessante.
Há dias e dias, por que não sermos sinceros para ajudar nas nossas energias?
Tem um alívio depois do desabafo que realmente foi escutado ou digitado.
É por isso que gosto dos poetas, suas palavras são sinceras mesmo que não sejam diretas.
Não dão muito importância para o que é escrito
Mas sim pelo o que é sentido quando lido.
Poetas só precisam de uma única palavra
para conseguir dar continuidade nos sentimentos que te acaba.
Esta chama que me aquece os sentidos,
Que já não sei se é felicidade,
A infelicidade de ver no colorido,
Uma mistura de mentira e de verdade.
Nunca diga,eu não posso
Antes de tentar,antes
De cair,pra depois se levantar
Você pode,você vai conseguir
É só não desistir!
CANÇÃO PRO SOL VOLTAR
Puseram algema nos braços do mundo,
fizeram um muro em torno do mundo
pro sol não chegar.
Os donos do mundo, que adoram as trevas,
com medo,taparam os olhos do povo,
prá noite durar.
Munidos de força,de falsa verdade,
com autoridade de quem tudo pode,
com a prepotência de quem tudo manda,
os donos do mundo,senhores da Terra,
tornaram verdade as mentiras da guerra,
tornaram mentira as verdades do amor.
Os donos do mundo,com suas mil bocas
que falam de guerra,de "marcha,soldado!"..
disseram ao povo : ser bom é fraqueza,
sorrir é tolice,amar é pecado.
A lua era boa,amava os poetas,
amava os amantes,amava o porvir.
Se a noite chegava,a lua risonha
rondava na noite pro sol ir dormir.
Os donos do mundo,com suas geringonças,
subiram na lua, treparam na lua,
a lua do povo,senhora dos sonhos,
a lua dos beijos,dos olhos risonhos.
Os donos do Mundo treparam na lua,
taparam,com trapos,os olhos da lua
Mas eu ainda canto,os olhos vendados,
os braços atados,já quase sem voz.
Quem sabe o meu canto,o canto do povo,
consigam que a lua ainda acorde de novo ?
Quem sabe o corguinho,cantando na serra,
consiga que as plantas floresçam na terra ?..
Consiga que as rodas do engenho maldito
parem de repente,ouvindo o meu grito ?
Consiga que a Máquina,já enferrujada,
com suas engrenagens,talvez já cansadas,
esqueçam um pouco de só trabalhar ?..
Consiga que o sol ainda volte prá nós ?...
MISTÉRIO
Em cada canto do mundo
Em cada forma de amar
Em cada tempo de vida
Em cada sol a raiar
Em cada lua surgida
Em cada expressão erguida
Em cada tempo que há
fica sempre bem escondido
um mistério por contar