Poetas Franceses

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⁠"Não tenho convicções, como o entendem as pessoas do meu século, porque não tenho ambição. Não há em mim base para uma convicção. Há uma certa cobardia ou, antes, uma certa moleza na gente honesta. Porque venceria eu, pois nem sequer sinto vontade de experimentar? (...) Todavia, tenho algumas convicções, num sentido mais elevado, e que não pode ser compreendido pelas pessoas do meu tempo"

[Moderna] “é a pessoa que faz de sua vida uma verdadeira obra de arte. Aquela que inventa a si mesma, que faz de sua vida algo singular”.

⁠"O amor pode derivar de um sentimento generoso (...) mas depressa é corrompido pelo gosto da propriedade"

É preciso ser leve como o pássaro e não como a pluma.

Contra a justiça
Armei-me

Engraçado como tudo no começo é puro e verdadeiro, são juras e promessas. Sem cobranças, tudo é perfeito.
Mas o tempo passa e novamente caímos na ilusão e esquecemos de viver o começo pra viver o momento. MOMENTO passa e hoje vejo que o começo também, só o que resta é o sentimento verdadeiro de que tudo nessa vida passa. E você tem que estar sempre preparado para o recomeço.

⁠"O homem ama tanto o homem que, quando foge da cidade, ainda é para procurar a multidão, isto é, para refazer a cidade no campo"

⁠"A propósito do sono, aventura sinistra de todas as noites, pode dizer-se que os homens adormecem diariamente com uma audácia que seria ininteligível se não soubéssemos que é o resultado da ignorância do perigo"

O que era magreza em sua juventude tornou-se transparência, diafaneidade que deixava entrever um anjo. Era mais que uma virgem, era uma alma. Parecia feita de sombras: o mínimo de corpo para que ali houvesse um sexo; um pouco de matéria envolvendo uma luz; grandes olhos sempre modestos; um pretexto, enfim, para que uma alma permanecesse na terra.

Romance - Arthur Rimbaud (Versão do Livro "Angel", de Iago Silva")

Não somos sérios aos dezessete anos.
- Uma bela noite, cansado de cerveja e limonada,
Cafés barulhentos com suas lâmpadas brilhantes!
Andamos sob as tílias verdes da praça

As tílias cheiram bem nas boas noites de Junho!
Às vezes, o ar é tão fragrante que nós fechamos os olhos.
O vento carregado de sons – a cidade não é longe –
Tem o cheiro de vinhas e cerveja...

- Ali, você só é um pequeno trapo
Azul escuro, emoldurado por um galho,
Alfinetado por uma estrela malvada, que derrete
Em estremecimentos doces, pequena e muito branca...

Noite de Junho! Dezessete anos! – Nós somos dominados por tudo isso.
A seiva é champanhe que sobe à cabeça...
Nós falamos bastante e sentimos um beijo nos lábios
Tremendo ali, como um pequeno inseto...

Nosso coração selvagem vai Robinsonando pelos romances,
- Quando, na luz de uma lâmpada pálida da rua,
Uma menina passa, atraente e charmosa,
Sob a sombra da gola terrível de seu pai...

E à medida que ela te acha incrivelmente ingênuo,
Ao bater suas pequenas botas,
Vira abruptamente e de modo vívido...
- Então, cavatinas morrem em seus lábios...

Você está apaixonado. Ocupado até o mês de Agosto.
Você está apaixonado. – Seus sonetos a fazem rir.
Todos seus amigos somem, você é ridículo.
- Então, uma noite a garota que você venera condescende a lhe escrever...!

- Aquela noite... – você retorna aos cafés claros,
Você pede cerveja e limonada...
- Não somos sérios aos dezessete anos
E quando temos tílias verdes nas praças.

Os livros são amigos desapaixonados e fiéis.

Victor Hugo
HUGO, V., Os Miseráveis

As Armadilhas do Passado - Estudemos as coisas que já não existem. É necessário conhecê-las, ainda que não seja senão para as evitar. As contrafações do passado tomam nomes falsos e gostam de chamar-se o futuro. Esta alma do outro mundo, o passado, é atreita a falsificar o seu passaporte. Precatemo-nos contra o laço, desconfiemos dela. O passado tem um rosto, que é a superstição, e uma máscara, que é a hipocrisia. Denunciemos-lhe o rosto e arranquemos-lhe a máscara.

⁠"Tanto no moral como no físico, sempre tive a sensação do abismo, não só do abismo do sono, mas do abismo da acção, do sonho, da lembrança, do desejo, do arrependimento, do remorso, do belo, do número. Cultivei a minha histeria com prazer e terror. Agora, continuo com a vertigem e hoje (...), sofri uma singular advertência : senti passar por cima de mim o vento da asa da imbecilidade"

Quando há duas criaturas a vida é possível. Havendo uma só, parece que nem se pode arrastá-la. Renuncia-se a ela.

Victor Hugo
HUGO, V., Os Trabalhadores do Mar

Deus é o invisível evidente.

Sua bondade e sua caridade, sozinhas, lhe darão o direito de ser, no mundo, real?

O crepúsculo é a brecha entre os mundos.

"O mais belo estratagema do Diabo é nos persuadir de que ele não existe."

Tudo o que era deixou de ser, tudo o que será não é ainda. Não busqueis fora daí o segredo dos nossos males.

A moral é a fraqueza do cérebro.