Poetas Britânicos
Não amei o mundo, nem ele a mim;
Não bajulei seu ar vicioso, nem dobrei
Aos seus idólatras o joelho do sim.
Meu rosto não abriu risos ao rei
Nem repetiu ecos; a turba, eu sei,
Não me inclui entre os seus. Vivi ao lado
Deles, porém sem ser da sua grei;
E à mortalha da sua mente atado
Estaria se não me houvesse precatado.
O último dos teus beijos sempre foi o mais doce, o último sorriso o mais luminoso, o último gesto, o mais gracioso.
A poesia nos deve surpreender pelo seu delicado excesso e não porque é diferente. Deve tocar nosso irmão como se fosse suas próprias palavras, como se ele fosse se lembrasse de algo que, na noite dos tempos, já conhecia em seu coração. A beleza de um poema não está em deixar o leitor contente. É sempre uma surpresa capaz de nos tirar a respiração. Ela deve ser como o pôr do sol: milagroso e natural, ao mesmo tempo.
AS ESTAÇÕES HUMANAS
Quatro estações se sucedem no decurso do ano;
quatro estações tem o homem na vida;
tem ele sua Primavera ardente, quando a fantasia
absorve toda a beleza com facilidade;
tem seu Verão, quando voluptuosamente
rumina os doces pensamentos juvenis da Primavera
e, assim, sonhando alto, aproxima-se do céu;
grutas quietas tem a alma em seu outono,
quando as asas ele fecha, satisfeito em contemplar
as brumas, indolente, deixando as coisas belas
passarem imperturbadas como um riacho veloz.
Tem também seu Inverno, desfigurado e pálido,
sem o qual se veria privado de sua natureza mortal.
Meu amor é egoísta. Não posso respirar sem você.
Você não vê o quão necessário é um mundo de dores e dificuldades para ensinar uma inteligência e torná-la uma alma?
Estou com esse temperamento no qual se eu estivesse debaixo de água, dificilmente iria espernear para chegar à superfície.