Poeta
Olho à distância.
Nada surge com a forma almejada para causar o sorriso.
Imagens opacas de um tempo findo e fina estampa de uma hora que não conclui.
Olhos na imensidão a observar os seus olhos também perdidos e me perdendo sem explicação.
Vou vagueando sem muito esperar esperando o dia encerrar com o nascimento de nova forma de ver e sem desequilíbrio das gotas que fluem minando a minha alma.
Adornei o doce encanto do sorriso para receber o dia que nasceu.
Colori os espaços, ainda, vazios para não ferir os pincéis dos sonhos.
Criei o que eu cria.
Sorrindo fiz um mundo cheio de você.
Incrível como as prioridades se revelam nos gestos.
Muitos preferem deixar suas pegadas nas redes sociais... Eu prefiro amar e sentir realidades tocáveis.
Que o tempo indefina a definida angústia da hora que passa sem retrocesso... Que a tristeza se torne inconcebível nestes vazios que encenam o adeus do tempo findo.
Não raramente as pessoas se surpreendem com o questionamento sobre o tempo findo....e a resposta, também, se confirma na falta de atitude para mudar de vida e não perder o novo tempo.
A tristeza só assume uma posição lamentável quando não assumimos a posição de reflexão sobre os seus danos e não procuramos eliminar a sua origem.
Queria não dizer nada e nem ousar sentir o que sinto agora neste singular vazio desenhado pela sua ausência. Abraço-me ao resto de mim sem você para findar esta noite.
O céu está para todos, mas é para poucos. Tem pessoas que falam de sonhos e não sonham... Falam de amor e não amam....gostam de receber, mas não doam muito pela secura de seus corações.
Noite sem sono.
Sonho entristecido.
Vontade perdida no silêncio.
Lua beijando os meus olhos.
Sono com fome do sonho que se alimenta da solidão.
Não ouvi a sua voz nesta manhã.
Tentei criar um enredo colorido para pintar um sorriso.
Menti para o meu coração que você iria aparecer... Nada!
Saudades sem fim.
Que os ventos soprem e
cada um com o seu igual/desigual deve cuidar da sua nau.
Ninguém vive a vida do outro.
Somos muito permissivos quando gostamos.
Invadimos os espaços sem sabermos se podemos ou não.
Por isso, ou, talvez, por tantos eloquentes sinais... devemos nos retirar.
Estou caminhando
com as dificuldades de um pássaro sem penas
e com as tantas penas da vida.
Sigo lentamente para não correr o risco de eliminar em excesso... pois outras penas podem surgir.
Não há gaiolas, mas o coração está preso em você.
Bato as asas para me libertar do peso que sobrepesa o coração e a minha alma.
Não alço voo algum.
Prendo-me muito mais ao contido lembrar que mina os meus olhos.
Declaro-me seu em cada gesto e em cada movimento.
Pena. Penas... de mim.