Poeta
O Bom Combate
Certa vez, um poeta disse que nenhum homem era uma ilha. Para combater o Bom Combate, precisamos de ajuda. Precisamos de amigos, e quando os amigos não estão por perto, temos que transformar a solidão em nossa principal arma. Tudo que nos cerca precisa nos ajudar a dar os passos que precisamos em direção ao nosso objetivo. Tudo tem que ser uma manifestação pessoal de nossa vontade de vencer o Bom Combate.
Sem isto, sem perceber que precisamos de todos e de tudo, seremos guerreiros arrogantes. E nossa arrogância nos derrotará no final, porque vamos estar de tal modo seguros de nós mesmos que não vamos perceber as armadilhas do campo de batalha.
Além das forças físicas que nos cercam e nos ajudam, existem basicamente duas forças espirituais ao nosso lado: um anjo e um demônio. O anjo nos protege sempre, e isto é um dom divino – não é necessário invocá-lo. A face do seu anjo está sempre visível quando você vê o mundo com os olhos belos.
Eu sou quem eu quero ser,
Ser grande,
Ser poeta,
Ser o obliquo do possível,
A destruição do ser
O desequilibro dos dias,
A vontade dos deuses,
O maldito pergaminho daqueles sem futuro,
Ou o vento que sopra de diferentes lados,
Mais do que eu faço, sou aquilo que eu penso,
Por que as vezes é duro, dar razão, ao bom censo,
Ou pior que isso,
Ir contra a consciência,
Um cantor sem sua banda,
Um terrorista sem apetrechos,
Um dia sem suas horas,
Uma vida sem um amor,
A sua vontade de ser escolhida,
A maldade do meu ser,
O desejo do compositor,
Uma verdade com mentiras,
O obvio do acaso,
O álcool no seu sangue,
Aquilo que te faz ver a realidade,
Um dia na praia,
Um dia de chuva,
Com sua fúria,
No seu cálice sagrado,
A imaginação daquele que escreve
Ou a luxuria de quem lê,
O descaso com a humanidade,
A violência, a maldade,
Sou tudo que você possa pensar,
Ou sentir,
Sou aquilo que você vê,
O que não pode ser visto!
SER /ESTAR – POETA
Ao poeta cabe tudo
Às vezes, também nada…
Diria que na maioria das vezes, é nada.
Às vezes lembra um palhaço do circo do terreno baldio…
Esse, mesmo de alma triste, sorri de rosto alegre.
Cabe ao poeta acender a luz onde tiver escuro,
Saciar a fome daqueles que querem comer, palavras…
Matar a sede daqueles que precisam de vinho,
Matar sua própria alma para ver se ela nasce novamente…
Fazer rimas não é necessário…
Por que a poesia da vida, nem todos conseguem ler.
Nem todos conseguem ver,
Ou sequer, saber escrever…
Escrever a cada momento, cada segundo
Em tempo integral da vida humana
Procurar palavras quando no baú só há uma letra
Ainda enferrujada…
O poeta cansa de ser, quer também estar…
Eles são chorões, beberrões, tristes, alegres, abstêmicos…
São tudo que se pode ser, mas eles não querem mais ser…
Ser poeta é viver.
É ser, estar… É um verbo conjugar
Também é ser conjugado
Ser poeta é ser amigo, é ser amor…
Doar amor (pro filho, pra mãe, pro amor)
Ser poeta é sofrer, mesmo sem querer…
É querer, mesmo sem poder…
Ser poeta é não ser compreendido
É ser expulso do seu próprio mundo
Preso na sua própria cela
E, às vezes, inventar o próprio pecado.
Existem momentos que eu me considero um poeta, um filofoso de rua, porem existem momentos que o meu coracao fala e ditamina, o espiritu escuta, o corpo treme e a mao escreve, e o sentimento abstracto concretando-se em palavras.
Haiti
Adriana Janaína Poeta
Flor despedaçada
entre guerras e ruínas,
entre tremores e lágrimas,
entre a fome, pedaços e rajadas
de foligem e desespero,
do mesmo aço que foi forjada
na esperança e no medo,
tua armadura ainda é brava,
onda cortante
que teima em renascer no mar.
Tuas mãos famintas,
teus pés cansados,
ainda são movidos por corações fortes,
em teus olhos ainda brilha
o sol da esperança.
Tua terra sacudida se refaz,
feito semente germinada
que irrompe o duro solo.
Teu rosto, olhos e lábios,
lar dos esquecidos,
irrompe acima das nuvens,
ressurge,
porque a coragem e a vida
de mãos dadas caminham,
mesmo após violenta noite.
Te imaginavam dormindo,
eis que gigante em alma,
acordas.
Teu sorriso feito o sol
cobre o mundo,
desperta no Homem a humanidade,
após o silêncio e o frio.
Grande é a tua força
que enche de esperança a taça
que ergues agora ao mundo.
Ser poeta é.
viver a vida como um filme
E gravar na memória cada
Lágrima, sorriso e expressão.
Retirar do fundo de sua alma
A canção que canta em cada
Coração.
Fazer de singelas palavras,
Modestos passáros que viajam
Pela cabeça vazia de um mundo
Distante.
Recuperar todas as forças
E transforma-las em lindas
Rimas que fazem de seu olhar
Uma pureza de se apreciar,
Na imensidão de seus lábios,
Onde me perco em cada
frase que construo e
Por tijolos de papel faço
A minha pequena casa,
Que escrevi com minhas
Maõs.
Pulsar das veias o orgulho
De usar as letras para
Encantar e refazer um lugar
Perdido em um humano
Triste e sozinho que perdeu
A vontade de sorrir.
Criar um sonho, que é a
Sua própria realidade,
E vivenciar o que de melhor
A vida tem a me mostrar, e
Com cada respirar da natureza
Mais uma forma de tudo mudar.
Poeta valoroso
Triste tristeza. É o que me habita.
Buscando alguém para poder compartilha-a.
Entregá-la.
Amá-la!
Alguém que tenha um alto valor, que seja digno de cobiçar.
Não um valor fácil, pequeno.
Olhado dos outros como algo carnal.
Mas olhado por mim, como um valor moral.
O valor por mim é medido ao que se ocorre. Se a bela, é "comprada" por vários para ficar o lado, então é barata, pois não há valor ao que se compre fácil.
Minha Sina
Queria eu ser um poeta famoso
E mostra a todos ,o meu dom
Mostra que alem desse mundo sofrido
Existe um mundo mas bonito ,onde
A frase vira um verso, e os versos uma poesia
Queria eu ter meu nome escrito na causada da Fama
Ser lembrado pelos meus poemas ,minhas musicas e
Minha trama
Quero tanto se alguém pelo que faço de melhor
Se escrever e minha sina, não perco a rima
E rimando vou vivendo Escrevendo com alegria
Pos não há Nada melhor do que compor pra expressa
As verdadeiras fantasias do amor
Adivinhe quem sou eu?
Hum, olha vou disser tá! Saibas, que não sou um poeta apaixonado. E sim um jovem que sonha voce ao meu lado
Ser poeta é deixar o sentido das palavras oculto para os sábios e invisível para os tolos. Fazer arte com as palavras é o contrário.
Descobri que pra ser poeta
É preciso amar...
É preciso uma inspiração
Imergir e falar...
Imergir de si
Escrever o que vê
Viver e sentir
amar muito e sofrer
É preciso tristeza
Caneta, papel e clareza
alegrias nas palavras
e o poema se faz
Descobri que pra ser poeta
Tem que ter verdade
Tem que ter saudade
Olhar com generosidade.
JAAK BOSMANS O PAI DA POEMAGEM
(ACRÓSTICO)
Já nasceu poeta, e um
Artista de diversas artes,
A musica te embalou no ventre materno, um
Kit de carinho, amor e afeto.
Bela história de vida,
O homem Jaak foi escrevendo
Separando o joio do trigo,
Mas sempre com o coração amando, e
Abrigando todos os amigos.
No por do sol ou no alvorecer,
Só não te ama... quem não sabe te compreender.
Ou mesmo o seu talento... quem não sabe reconhecer.
Pai da Poemagem,
A sua criação foi para a poesia um desafio,
Intermediado entre criticas e elogios.
Poeta de uma grande sensibilidade,
O seu verso faz a gente sonhar,
E nesse seu universo poético
Malandro é quem chega... E aprende a amar.
A semente foi plantada,
Germinadas para mais gerações
E a poemagem chegou para ser amada
Musicada, e para sempre perpetuada.
(amaropereira)
16/11/
PERFORMANCE
Eduardo B. Penteado
Bebia o velho poeta num canto de bar
Sozinho, esperando um metafórico apagar de luzes
Melancólico
Equilibrista
De lados opostos de seu bastão de cristal
Um cigarro seca o copo
Um gole apaga a chama
"Estou livre do verso, estou livre da trama!"
Jovens sóbrios caçoam do velho
O garçom ébrio reclama
Então, à meia-noite,
Voa longe a tampa do tempo
No canto escuro do barzinho sisudo
Nasce um personagem absurdo
"Sou o bêbado, sou o vagabundo,
sou o maior equilibrista do mundo!"
"Silêncio," bradou uma voz lá do fundo
E o poeta, moleque, fez-se de surdo,
"Sou seu beatnik, sou seu punk, sou o que há de mais imundo!"
Calou-se a platéia de incrédulos debutantes
Um garçom sóbrio, inexplicável
No qual ninguém havia reparado
Trouxe um candelabro de ossos
Uma a uma, as lâmpadas se apagaram
E se pôs a funcionar o gramofone quebrado
O futuro passou com escândalo
Silenciosamente, fez-se presente
E fugiu pelo espelho da contradição,
Deixando o poeta no meio do salão:
"Sim, vivi a vida, talvez
Como poucos coçaram a ferida
Como poucos comeram-na viva
Não sei, é claro
O que virá em seguida
Um sol hepático
Uma lua enfisemática
Uma aurora boreal sifilítica
Mais um dia
Homem, sorria!
Nunca olhei horizontes
Pois cada curva me dispersa
Eu olhava o que eu seria
E via o que eu não queria
O tempo passa, e a vida, devassa,
Escancara aos abutres a minha carcaça
A fonte da vida!
A chama da vida!
A fonte apaga a chama
Que a água vaporiza...
Venham, abutres!"
E todos nós fomos.