Poeta
O poeta é sempre akele q senti td e faz seus poemas de simples coisas q ele ja viu e trasforma em uma coisa totalmente mais linda do q já é.
O poeta navega num mar de sentimentos,guiado por ondas de acaso e ventos de incerteza...seu destino mais promissor vem do sorriso de quem o admira ou a lágrima de quem se identifica com seus sentimentos...suas alegrias...suas tristezas"
Comentários Sobre o Estatuto de Poeta de Silas Correa Leite
Por Mestra Dra. Alice Tomé* Portugal
Viver em Arte poética é entrar na dimensão do infinito sem procurar razões, e, como tudo tem um princípio e um começo a ideia deste comentário para o Estatuto de Poeta nasceu das inter-relações via Internet do grupo «Cá Estamos Nós» criado por Carlos Leite Ribeiro, jornalista, poeta e ensaísta português.
Se toda a canção é um poema, - para quem nasceu quase a cantar, dizem – é uma honra muito grande esta solicitação de comentar a obra – Estatuto de Poeta - de Silas Corrêa Leite, poeta e professor, que como todos os Estatutos são o caminho que se deve seguir para atingir os fins; e, como ele próprio escreve «Ser poeta é minha maneira/De chorar escondido/Nessa existência estrangeira/Que me tenho havido».
Uma maior honra ainda porque não trilhando directamente os caminhos científicos de Artes e Letras mas, sim, de Ciências Sociais e Humanas, e mais precisamente da Sociologia da Educação, a questão poética é algo que brota naturalmente em mim, como o riacho que nasce na montanha e vai escalando os espaços até se tornar uma força corrente e se juntar a outras correntes que lhe dão ainda mais força, e onde tantas vidas vão beber, alimentar, refrescar, repousar, sonhar, criar (…), e, em terras de Beirãs, do rio Côa os antigos contavam: «Quantos moços…Quantas moças?/Lenços brancos aí lançaram?/A corrente os arrastou/E sua benção partilharam…(Alice Tomé, Café Literário3, Editores Associados & Blow-Up Comunicação, São Paulo, Brasil, 2002)»
O Poeta e Educador Silas Corrêa Leite já tem um longo caminho poético percorrido, feito de experiências vividas, aprendidas, interiorizadas e como ele diz: «Não somos brancos, vermelhos, pretos, ou amarelos/Somos a Raça Humana…». E, para melhorar esse caminho «humano» nasce o Estatuto de Poeta que, por certo, logo no artigo 1º não deixa dúvida da sua grandeza e ambição na procura da Felicidade: «Todo o Poeta tem direito de ser feliz para sempre,…». Essa procura da Felicidade – essência da pessoa – que cada Ser vive e procura à sua maneira, que se mostra e esconde e não tem retorno; ou se vive ou não existe, algo sem definição, como a própria poesia, existe, sem mais, e, diria Manuel Bandeira «O verdadeiro poeta não acredita em Arte que não seja Libertação».
Bebe-se a água cristalina da fonte, bebe-se o vinho de pura casta que sacralizado se transforma em vida…,e, pensa-se poesia no silêncio ou na celeuma, porque poeta está para além do tempo e da razão, «…Poeta bebe…(artº. Quarto)».
Todos os Artistas transgridem as normas sociais, todos saltaram barreiras, todos, no sentido da normalidade, fizeram loucuras porque a deificação da Arte e Poesia é cósmica, é mística, é dogmática, e, o seu criador é uma mistura/mélange disso tudo, onde a Estética criadora existe na «Sonsologia do Ser, do já vivido ou do já sentido, (Mario Perniola)», e, nesse cruzamento de Olhares, visões e sensações nasce a obra, criação sua, fruto seu e sempre único, mesmo que em algo se assemelhe à Escola de uma vida feita de «Retalhos e Colagens» que os Autores (re)criam dando-lhe outra dimensão, outra existência, outra roupagem, à maneira de Miguel D’Hera ou de Eduardo Barrox e tantos outros…O artigo décimo, deste Estatuto de Poeta, transporta-nos até essa dimensão natural : «Poeta poderá andar vestido como quiser…».
A poesia vive-se, dá-se, partilha-se entre amigos, e, nesse acto de solidão, de sensualidade, de saudade, de comunhão que nos transportam os versos de autores, pertencentes ao passado e ao presente, grandes vultos poéticos que marcaram a nossa identidade Luso-Afro-Brasileira, como: Luís de Camões, Gil Vicente, Almeida Garrett, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, António Nobre, Florbela Espanca, Miguel Torga, António Gedeão, Vergílio Ferreira, Amália Rodrigues, Jorge Amado…, e, dando continuidade a essa veia poética estão Autores actuais: Flávio Alberoni, Ana Paula Bastos, Ângelo Rodrigues, Alice Tomé, Eduardo Barrox, João Sevivas, Manuel Alegre, Américo Rodrigues, Silas Corrêa Leite, Von Trina, José Ronaldo Corrêa, Valmir Flor da Silva…,e, tantos, tantos outros, são os testemunho universal e eternizante do poeticamente existindo e vivendo a dimensão Humana sempre aprendendo e criando.
«Sinto que algo se separa neste instante./É uma parte que se vai/ e já me deixa saudades…(Alberoni, Café Literário1, Editores Associados & Blow-Up Comunicação, SP, Brasil, 2002)»
Poeta luta pela paz mesmo no meio do “caos”, é irrequieto, irreverente, porque igual a si próprio na procura incessante do “Ser ou não Ser”, do “Estar ou não Estar”, “do Viver ou não Viver”, porque poeticamente sonhando e criando essa outra existência telúrica onde a Musa - da Arte poética – queima convenções formais e se torna «Pau para toda a obra…(artº vigésimo segundo)», e, aos que a saudade Lusa herdaram, ou a vivem, seja onde for, saia a POESIA do anonimato, divulgue-se este Estatuto de Poeta, viva-se em poesia e abra-se a porta do infinito…assim o esperamos.
*Mestra Doutora Alice Tomé – Portugal - Texto inédito criado para Estatuto de Poeta, de Silas Corrêa Leite de Itararé-SP/Brasil», aos 10 de Maio de 2002, Lisboa, Portugal.
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*Alice Tomé é Professora Universitária, Socióloga e Educóloga, Poeta, Ensaísta, e Doutora em Ciências da Educação, Directora da Revista ANAIS UNIVERSITÁRIOS – Ciências Sociais e Humanas, Editora da Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã, Portugal, e Responsável das Relações Internacionais Sócrates/Erasmus do Departamento de Sociologia da UBI; <"http://atome.no.sapo.pt/index.htm>; . A autora, além das publicações poéticas nas Antologias: POIESIS IV, (2000), e, POIESIS VI, (2001), da Editorial Minerva, Lisboa, colabora, em várias «Revistas Electrónicas», (sites na WEB): «Andarilhos das Letras», «Café Literário» - São Paulo, SP; «A Arte da Palavra»; «Grupo Palavreiros»; «3D gate»; «Rio Total»; «Jornal de Poesia»; Brasil; e, em Portugal, nos sites «Cá Estamos Nós» - Marinha Grande; «terranatal» - O Portal de Portugal; e, «URBI ET ORBI» - jornal on-line da UBI, da Covilhã, da Região e do resto.
Tem vários livros publicados, sendo também Autora – Coordenadora da obras: «Éducation au Portugal et en France. Situations et Perspectives, Editions de L’Harmattan, Paris, 1998; «Terra Vida Alma. Valongo do Côa», Editorial Minerva, Lisboa, 2000. Recentemente publicou: «Sociologia da Educação. Escola et Mores», Editorial Minerva, Lisboa, 2001.
Alice Tomé é Beirã de gema, Portuguesa de «jus sanguinis», amante da vida...de Lisboa e Paris (e Covilhã onde trabalha).
Nasceu em Valongo do Côa, Sabugal, Guarda, Portugal.
O valor de um poeta nao estao nos poemas que ele escreveu mais sim na intensidade que eles
sao lidos e interpretados pelo sentimentos de cada ser...
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.
Sou como um poeta, que precisa amar para viver...
mas sabe que precisa sofrer a dor de uma desilusão pra ter inpiração, então como escolher se decido amar intensamente e viver um grande amor perco a minha inspiração para escrever que é a minha vida, se decido continuar escrevendo tenho que abrir mão do meu grande amor e assim sofrerei tanto que acabarei marrendo de amor.
então como escolher?
Se amo não posso escrever!
Se escrevo não posso amar!
é na verdade eu acho que os poetas nasceram pra morer de amor.
POETA, ESCREVA PRA MIM
Poeta,
Não quero tristeza escrevendo, em mim, rimas de dor.
Não quero sangrar a qualquer hora, sem ser nada, sem nada ser.
Não me dou bem com a vida quando estou assim.
Quero alegria da fantasia de uma lua em mim.
Quero perfume das flores do meu jardim.
Quero todos os meus sonhos saltando de um trampolim.
Não quero saudade batendo na porta pra me fazer chorar.
Nem as lembranças de outrora ocupando o meu lugar.
Poeta,
Devo-lhe confessar,
Quero um céu estrelado repleto de luzes
para o meu indicador em suas direções apontar.
Careço de alegria e companhia para tagarelar.
Quero o som de águas correndo nas pedras de algum lugar.
Preciso um pouquinho de tudo para sobreviver
Poeta,
Escreva para mim
Perdi por aí todas as palavras e não consigo me encontrar.
Não quero que este seja o meu fim.
Por isso eu insisto:
Poeta, escreva pra mim!
DA MENTIRA, INVENTO RIMA
Sou uma pobre poeta,
que da mentira
inventa rima
para depois
viver no meu presente,
tão demente,
tão solvente!
Na verdade, sou uma farsante.
Vivo num caminho errante.
Minhas palavras são inversas aos sentimentos
e os meus momentos transbordados de paixão,
porque sou uma alma em erupção.
Em meu coração, não habitam instantes,
nem amores ambulantes,
nem minha emoção é vacilante.
O que sinto e por quem sinto
é um amor gritante,.
e como não sei fazer isso parar,
escrevo versos reversos,
na tentativa de meu choro sufocar.
NÃO SEI
Não sei se morrerei poeta.
Não sei se viverei sem trilhos.
Não sei se ficarei cega
e não enxergarei os brilhos
das estrelas sobre minha cabeça.
Não sei se morrerei à mingua.
Não sei se me faltará ar.
Não sei se ficarei asfixiada
pela falta que você me faz.
Não sei se morrerei amando.
Não sei se saberei continuar
se tudo que existe agora,
de repente, se acabar.
Não sei se morrerei tranqüila.
Não sei se viverei em paz,
se nessa sua alma agitada
todas as minhas vontades eu entregar.
Só sei que você me basta
ao se fazer refrão dos meus dias lentos,
sol de minha escuridão,
lua de minhas noites claras
batuques de meu coração.
No Algoz do Navio Negreiro
Eu escritor, poeta e passageiro,
Acordei em meio ao algoz de um navio negreiro,
Observando cada sofrimento de um povo,
Em meio a um devaneio,
Qual será o objetivo tão plena perversão?
Gritos de arrepiar os cabelos,
Seres humanos jogados em meio ao mar,
Por mera ineficiência,
E eu ali assistindo este sofrimento, estas mortes e estes maus tratos,
Sem saber o que fazer,
Rezei para as noites sombrias que avistassem uma terra firme,
Fixei meus joelhos rentes ao solo da caravela,
E avistei terra firme.
Oh, povo sofrido,
Deram-lhe suas almas para o lucro e o aconchego dos burgueses,
Meu sofrimento também deste povo,
Em meio a minha veia a rastro de sangue negro,
Resolvi escrever em meio de minhas poesias,
A luta de um povo sofredor, batalhador,
Que nunca se entregou ou muito menos se abalou.
Dizem que o poeta para semear seu eu mais criativo necessita sofrer. Contrapondo-me a essa máxima, eu mais alto vôo dou quando o amor me faz renascer
Horas poeta, horas artista.
Idealista, é o que eu sou!
Sigo na pista em busca da conquista...
Conquista da superação.
Superação do velho, do novo.
Do que está por vir sem rejeição!
Sou Poeta ou Artista?
Estou tão indecisa.
Sou Poeta ou Artista?
A escrever por toda a vida.
Sou Poeta ou Artista?
A Pintar o que me ver.
Sou Poeta ou Artista?
A esperar reconhecer.
Sou Poeta ou Artista?
Da vida tão traíra.
Sou Poeta ou Artista?
Não vejo mais saída.
Sou poeta ou Artista?
Expressar é minha vida.
COISAS SIMPLES
O vento que escoa nas colinas
É o mesmo que um poeta respira
~~
O canto que ecoa nas colinas
É o mesmo que um poeta ouve
~~
Esse vento que escoa esse canto que ecoa
~~
Passa por um livro aberto na varanda,e folia ele ate parar em um poema
Um poema
Simplesmente
Pequeno
E com versos de ouro
E uma lagrima deixada
Por um olhar delicado
Que La foi largada
~~
Esse canto
Que passa pelo olhar triste de um poeta
Faz em tua fase um sorriso extraordinário
Acontecer
E mais uma alma poética
Voltar a aparecer
Para enxugar a lagrima
De um poeta desapaixonado,
Que foi traído pelos seus próprios versos