Poeta
A pane no meu sistema é só confrontar a falta do meu pai chapado; nasci poeta, ele perdeu e pra mim morreu calado.
Admirável é o poeta
O abstrato transforma em vida.
Rompe o sol, descortinando paisagens.
Seus olhos refletem luz
Sabedoria de vidas
Explicações para dores...
Saudades...
Assim, é o poeta...
...o cientista fará cálculos, o poeta textos, o músico vai compor e nenhum deles saberá que estão falando sobre a mesma coisa, o infinito, o que também se projeta no mar, se estende no céu, no que chamamos de amor, tudo uma coisa só, manifestando-se na linguagem de quem diz.
Todo poeta tem dois lados
O de todo brilho
Que irradia luzes e cor
O outro sombrio
Que derrama sombras salpicadas de dor
Todo poeta tem dois lados
O que gargalha sozinho
Ou que chora juntinho
Um é espinho que corta
O outro o balsamo que conforta
Todo poeta tem dois lados
O que canta os amores
O que lastima as dores
Ser de amor farto
Ou de dor abarrotado
Todo poeta tem dois lados
O de seguir
Ou perder-se no caminho
Com o coração e a alma
Acompanhado ou sozinho
Senti uma parte sendo arrancada de mim
Um pedaço da minha alma que se vai
Mas já dizia o poeta
A dor, simboliza o recomeço.
Sou poeta que fenece existindo
Na tua voz calada que um dia disse que me amava
Um fantasma solto do exilo
Um piano que toca enquanto escrevo
Uma emoção... A palavra que abre o coração
O estonteamento de anseio que nunca se detém
Em mim... Há aguas brandas... Vindas de um dilúvio
Chamado Saudade...!
Não quero perder-me na solidão das noites
Vem... No sussurro da noite ao encontro do amanhecer!
celina vasques
O poeta e o filósofo colocam-se no ridículo quando falam de amor. Mas parece ser mais tolerável isto no filósofo porque a filosofia em si já é ir contra tudo e contra todos, e portanto não está fazendo menos jus de si mesma.
Poeta poetizando poemas vivo a sonhar.
Poeta na poetização de poesias a poetizar.
Palavrinhando com as rimas; rimando com as palavras; entrego me aos versos da poetisa, que com suas poéticas rimas, poeticamente poetizou o meu poético coração.
Eu me inspiro no grande poeta e músico, AA, para escrever os meus atuais versos. Este é um momento transitório. É preciso um estado de êxtase para escrever. Não sei praticar meditação mas para escrever esvazio a mente. Palavras caem como folhas secas em dias de inverno. É semelhante ao médium que psicografa. A diferença é que as palavras surgem do meu próprio espírito e eu vou. É descer degraus desenhados por essas palavras simples que muito conheço mas não conhecia em conjunto. Hoje, eu escrevo versos como quem borda cada ponto ou costura cada retalho. Eu descarrego sentimentos vivos de uma vida triste que traz dor. E dor não me serve pra mais nada.
Alegro a saudade que virá, com a triste
nota do pesar olhando a partida do poeta, que era tudo que ainda resta.
Poeta não escreve sem sentido
Ele ama borboletas, o canto dos passarinhos
Escuta o vento com calma, é namorado da lua
Sabe bem o que quer, mesmo parecendo ingênuo
Não tem medo de despir a alma
Habita nos próprios versos
e na verdade de suas linhas
Declara pra o universo...que viver é uma poesia!
O poeta é autor de suas próprias ciladas. As que tentam lhe aplicar, em geral, não cai. Já a capacidade de autossabotagem impressiona.