Poeta
VANITAS
Só, em silêncio, a inspiração tímida e fria
Poeta... A prosa sai tremulante e inquieta
Rascunhando a estrofe em uma linha reta
De ilusão secreta, dor e suspiro em agonia
Febril, sua o devaneio, amotina a euforia
Bravia a alma grita, palpita, e então espeta
O nada, por fim, quer ser qual um profeta
Iluminado, falante e de alucinada idolatria
Poeto... cheio da minha imaginação cheia
Nascente do meu mais abismo profundo
E desagregada das paredes da teimosia...
Farto, agora posso descansar a cavalaria:
As mãos nervosas e o coração moribundo.
Arranquei-ti-ei pra vida, vivas tu ó poesia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O verso,
as vezes agoniza,
busca respostas
além do infinito,
faz do poeta
um desaguar inútil de sua essência,
marca nas palavras
até alguns momentos
de extrema unção
quando jaz a letra,
que nem verbos conjuga,
vira montículo de cinzas
dentro do coração.
Hoje acordei
Assim
Meio poeta
Meio louco
Para o louco
Leio poesia
Já o poeta
Esse não
Tem jeito
Não há
Remédio
Que o
Cure.
Poeta é sol
chuva fina
feito pássaro canta
versos e campinas
poeta é flor de cheiro
canta o verde
canta o mar
é prosa
rimas !
Enquanto escrevo o poeta fala o garoto se esconde e o homem dentro de mim pede para que não ouse outra vez usar o coração. PauloRockCesar
A dança do poeta
O poeta é uma incógnita
É um copo vazio, que espera ser preenchido
É também cheio de suas palavras mórbidas
Embasbacado por qualquer paixão pequena
À espera de uma nuvem
Para rechear seu rio carente, quase no fim
E, talvez, algum dia
Se tornar abundante enfim
Chego a acreditar que sou poeta
O diploma eu tenho
Um coração partido e arrasado
Mas afinal, quem não tem o sentimento machucado, definhado...
Mas do poeta para o ordinário
Fica a divergência no decifrar
O metafísico é o limite de suas frases
O universo do subjetivo usufruído para interpretar
O poeta se despede
Mas, com um grande pesar
Continua sendo poeta
Até sua nuvem encontrar
O nascimento
Nasço na alma do poeta…
O começo
O embaraço do primeiro encontro
Torna-se forma lentamente… e as palavras nascem em cada linha
Como algo que se torna belo, cheio de sentimentos
Nasço na alma do poeta… as linhas que me vais ler
E assim me torno um texto
Cheio de tudo o que me podes dar
O poeta, o meu amigo
O sonhador e o encenador
Nasço na alma do poeta…
O meu folgo de esperança que posso ser
Aquilo que quiseres….
Nasço na alma do poeta…
Até à última linha…
O meu eu torna-se real para ti sonhador de letras!
Poesia
É a relação do poeta com o sonhador. De transportar a realidade em amor, às vezes
em dor.
Poesia não é, poesia deveria: deixe ser!
Poesia é permitir que palavras sejam
verbo.
ou
não.
Poesia é arte
ou
não.
deveria ser simplicidade e cumplicidade
do tomar o café junto a beira da mesa.
de dividir os problemas, os sorrisos,
ou
não
Poesia,
às vezes é dividir o
silêncio.
silêncio do olhar.
no perder de vista,
de se entender,
se perdoar.
poesia.
É dividir o silêncio.
É a relação do poeta com o sonhador.
Que sonha acordado em linhas, quando todo mundo está indo dormir.
No fundo a casa do poeta
É o seu livro.
E seus amigos
São as palavras...
Que sempre fazem presentes.
VERDADE DO AMOR
(08.11.2018).
Verdade do amor,
Que expressa os sonhos,
De um poeta que anda
Na busca por uma alma.
A alma não muito semelhante,
Mas irradiante pelo mundo inteiro.
Cuja paz se infiltra em mim,
Como um verbo no tempo.
Dizia um Poeta!
Aquele que por ventura permitir!
Numa noite a encobrir!
Uma mulher a se deitar!
Sem um sorriso a demonstrar
Jamais poderá dizer!
Que sabe como viver!
Pois a maior demonstração de vida
e fazer a alegria
Daqueles que estão tristes por um Dia!
Pois ainda que não se acabe
O sorriso sempre abre!
a oportunidade de Viver!
Cada poeta tem o seu jeito
de escreve as cores
Pinta os seus sentimentos
Narra as flores
Colher amores
Ah, se eu fosse um poeta!
Eu faria uma história de amor feliz.
Faria o sol se casar com a lua.
Faria uma esquina de flor
No meio da rua.
Faria o joão-de-barro construir uma casa
Só minha e sua.
Ah, se eu fosse um poeta!