Poesias Ulisses
Eu sou Ulisses na ilha de Calypso, mas saí de Calypso para encontrar Penelope. Eu amo e por isso existo.
Certa vez ouvi que “A cada minuto que passa temos a chance de mudar tudo para sempre”. Eis uma verdade insofismável, de consciência obrigatória e valor incomensurável!
O livre arbítrio e a consciência (ou a falta dela) nos torna os únicos responsáveis pelas mudanças acíclicas causadas na nossa vida. Aliás, creio que a fatalidade maior esteja no fato de acreditarmos “burramente” no domínio sobre a mutabilidade das coisas... Daí então, teimosamente resolvemos pôr à prova a existência da teoria da impermanência... E é quando ela se agiganta diante de nós, e de forma irretornável nos joga ao mar dantesco da instabilidade, causando enorme desarranjo... Desafiamos o destino, e por muitas vezes somos penitenciados a um futuro não pretendido!
"Alguns falam do gosto amargo da vida...
Amargo não é o gosto, mas a língua do que vê o amargo da vida em tudo o que prova.
Marcelo ULisses
Vejo pernas de lindas mulheres, quando lidas são as minhas,
Não minhas pernas, mas minhas mulheres esposa e filha.
Andando na rua minhas visões,
Dentro de casa minhas mulheres,
dentro de mim meu egoísmos...
Migalhas da Moral
Estamos vivendo o fim do mundo?
Se estamos vivendo o fim?
Acredito que a todo o momento.
A todo momento algo se vai,
O fim chega para todos, entretanto,
Por que o fim da moral?
Por que o fim dos valores?
Por que o fim de algo que se perpetua?
O fim de geração a geração...
O fim pouco a pouco, gradativo, a prestação, em gotas...
O pai exige do filho...
O filho não exige do filho...
O avô não exige do neto...
E quando tem o seu filho...
O neto não perpetua os valores...
Aliás, neste ponto pouco valem...
Será efeito do tempo?
Serão as migalhas da moral que recebemos,
Fruto da conveniência das gerações passadas?
As incógnitas das equações dos tempos,
Que foram descobertas sem a ajuda de Báscara ou Tales,
Será uma questão matemática a moral?
Será o tempo realmente uma variável, flexível e não constante?
E os valores onde ficam?
Perdem-se quando passados adiante?
Por quê? Se quem conta um conto acrescenta um ponto,
Que pontos não são acrescentados a moral e aos valores?
Serão os pontos invisíveis, ou cegos estamos, ou míopes?
Miopia moral? Será este o diagnóstico?
E se for, a quem procurar?
O oftalmo, o psicólogo, o psicanalista, o matemático?
Os gregos é que não, pois neste momento desejo um pouco de moral,
mas, não sei se as escolas de Platão, Aristóteles e Sócrates,
ainda poderão entender as equações de Keynes,
Economia, ah não... miopia já me basta..
Na miopia ver pouca moral já é demais!
Não quero pensar em pouco dinheiro, já me basta viver.
Marcelo ULisses
Sobre o Falecimento de Rosa Malena, esposa de meu Pai.
Meu Pai...
Tu fizeste o teu papel.... de esposo... de pai... de homem.
Tu mostraste que és forte e resistente e lutaste até o fim.
Deste exemplo de perseverança...
Te dividiste entre a esposa e o trabalho... entre o sustento e a saúde, mas tudo acontece conforme os planos do Criador...
...Ele nos permite passar por desertos do tamanho das nossas forças...
Forças estas que nem sabemos que temos, mas Ele, com sua inalcançável sabedoria nos solta como a crianças nos primeiros passos e nos vigia... não nos deixa cair... e nós, nós na pequeneza de nossa fé saímos assustados... cansados...e mais fortes... e mais sábios...
E Ele nos faz crescer...
E depois de muitas lições... nos chama.
Não sabemos quando, pois hora somos alunos...hora mestres.... mas sempre criaturas, guardadas nos braços do criador.
Força Pai.
Nós te amamos.
Marcelo ULisses
Visão do Pobre Viver
Quanto vale viver?
Como contamos o tempo?
Mês a mês conta o pobre,
Vendo o seu pagamento,
Fruto do trabalho nobre,
Que dura só um momento.
Que reza tomara que sobre,
dinheiro e não sentimento.
Nascendo envelhece a cada dia,
Mas pobre de grana aumenta a agonia,
Dos pais que falam, gostaria!
De ter grana, ser rico um dia.
A família cresce assim mesmo,
Por datas se mede o tempo,
Às vezes com vencimento,
Chega logo, meu pagamento!
Não sabe ele que vive,
Que mais velho fica e perto da morte,
Enquanto pensa em dinheiro e sorte,
Não curte o bom de ser livre.
Quanto vale deixar de viver?
Quanto custa pensar em morrer,
De fome ou doença algum dia,
Enquanto aumenta a agonia,
Aumenta o valor a perder.
Talvez a riqueza da vida,
Não esteja nesta comida,
Mas na fome de ver, um novo amanhecer.
Marcelo ULisses
Felicidade
Conheço pouco sobre a felicidade.
Não sei exatamente onde está.
Sei que não está nas coisas grandes,
Mas nas pequenas como enxergar?
Prestando atenção às miudezas,
Vejo falhas e erros humanos,
Vejo pequenos cheio de grandezas,
Assim como quanto imperfeitos somos.
Feliz eu sonho com o melhor,
Com um mundo cheio de coisas bonitas,
Com uma paz entre homens maior,
E com o fim de condutas aflitas.
Com uma vontade extrema de viver,
com atenção aos amores da vida,
com uma forma especial de ser,
com uma forma menos corrida,
de andar, de correr dia a dia,
de olhar de verdade o seu par,
de recuar pela paz e harmonia.
Não preciso sair da cadeia,
Para apreciar a liberdade,
Nem de achar que desgraça alheia,
Jamais será a minha verdade.
Marcelo ULisses
Corpos sem Aspas e Textos sem Rugas
A vaidade invade a sociedade daqueles preocupados com a imagem.
Vírgulas e aspas são retiradas dos textos, o mesmo que corpos
Que tentam se livrar das rugas e marcas de expressão.
Verdadeiras marcas das pausas e ressaltos da vida! Que custam...
Que custam tempo, custam suor, que custam dor, paixão.
Sobrancelhas feitas e pele lisa, ela corrige pontos tortos...
Como apagar as pérolas ditas àqueles que amam?
E o corpo? Pernas malhadas e bem torneadas, quanto custa?
Será que excreta o mesmo que os malfeitos de formas imperfeitas?
Quanto custa? Quanto custa corrigir o corpo e qual o preço?
Qual o preço de apagar as ofensas lançadas?
Talvez o tempo que impõe vírgulas e aspas à vida...
Talvez o autor que insere as rugas e marcas no corpo a viver...
Os faça apagar da mente dos infelizes destinatários das pérolas,
As joias guardadas na medida do autor, o tempo...
Textos sem aspas não valem o destaque,
Outrora sem vírgulas não mostram sentido...
Corpos sem rugas não mostram os ataques,
Do autor e temido tempo vivido....
E a imagem para a sociedade dos corpos sarados?
Ah! Esta é uma lauda na mão do autor,
Que sem palavras não mostra o passado,
Que deixa marcas de amor e de dor.
Aspas e vírgulas são valiosas, como a expressão do velho autor.
Marcelo ULisses
Milagres
As ações de Deus na vida de um ser,
Talvez não sejam vistas como milagres,
Pois o ser homem necessita ver,
Mesmo sendo sua essência e almagres.
Incrédulo, lascivo e hostil,
O filho procura resposta às questões,
E mesmo quando o Pai é gentil,
O outro continua flébil,
Pendendo para as suas razões.
Vem a luta, a derrota e o abismo,
Pra sentir a presença de Deus,
Mas pra quem só pensa nos seus,
Que não lembra do próprio egoísmo,
Nem das horas de extremo cinismo,
É difícil não ter ceticismo,
E trocar a ventura por Deus.
E do nada vem a ajuda,
Do nada em meus olhos somente,
Porque cego não há quem aluda,
Que Alguém entrou em sua mente,
E deu vida outra vez ao almagre,
Fazendo a esmagada semente,
Erguer-se e viver através de um milagre.
Marcelo ULisses
Vá em Frente
Vá em Frente e faça a diferença!
Os fracos ficam e avançam os mais preparados,
Os fortes levantam cargas e suportam pancadas,
Vá em frente e faça a diferença!
Na tua mente está o desafio,
O conforto a âncora dos teus pés,
Na dúvida a derrota imediata,
Vá em frente e faça a diferença!
Pois a massa segue o teu grito,
Grite antes beneficiando a multidão,
Não permita que os pobres aflitos,
Vejam derrota por falta de opção.
Vá em frente e faça a diferença!
Pule, grite, cante e encante,
Alegre, tire sorrisos de quem resmunga!
Do triste faça vir alegria,
Use seu espírito que contagia,
Faça com a inspiração que Deus te deu.
Vá em frente e faça a diferença!
Seja na matemática, medicina ou antropologia,
Não importa a operação ou terapia ou teoria,
Pois é fazendo que se beneficia
A arte a terra e sua melodia,
Seja no escuro da noite ou na luz do dia.
Vá em frente e faça a diferença!
Pois para trás o relógio não anda,
E para impulsionar esta velha ciranda,
É necessário desenvolver esta crença!
Vá em frente e faça a diferença!
Marcelo ULisses
Reflexão
Pensamento... uma nuvem cheia do que já vi;
Sentimento... uma onde que invade a minha pequena praia;
Saudades... O vazio que sinto do que vi e vivi;
Reencontro... uma viagem no tempo, de volta ao passado em direção ao futuro;
Amor... a nuvem do pensamento, a onda do sentimento, o vazio da saudade, uma viagem no tempo a todo tempo...
O amor... dois em um só; Deus em nós; Eu no lugar do outro; todos juntos...
O amor tem muitas faces... pessoas... tempos... versões... e duas moradias... metade dentro do outro... outra metade em mim.
Marcelo ULisses
Textos sem aspas não valem o destaque,
Outrora sem vírgulas não mostram sentido...
Corpos sem rugas não mostram os ataques,
Do autor e temido tempo vivido...
Marcelo ULisses
Mãe
Tentei definir o que é mãe e não consegui;
Procurei nas pétalas das rosas a delicadeza;
Procurei na luz e toda a sua clareza,
Mas tão forte ela é, que a busca resumi.
Tentei definir o que é mãe e não consegui;
Procurei a mãe na paciência de Jó,
Mas como mamãe pode ser um santo só?
Ela pede muito por mim para Deus,
E nas orações nunca se esquece dos seus,
É melhor eu parar por aqui,
Tentei definir o que é mãe e não consegui.
Busquei sua beleza e não mais o divino,
Lembrando de quando ainda era menino,
E toda emoção que em criança vivi.
Tentei definir o que é mãe e não consegui.
Procurei no que é invisível,
Explicar mãe talvez seja impossível,
Já não sei mais se vou definir.
Tentei definir o que é mãe e não consegui.
Por que mãe é um ser que não se define,
Pois mesmo que um instrumento não de afine,
É música a mãe para os ouvidos,
Do filho com passos definidos,
No conselho da mãe que se afirme.
E nos beijos e abraços devolvidos,
Mesmo quando à mãe aborreci,
Tentei definir o que é mãe e não consegui.
Marcelo ULisses
"Para tu, mãe"
Que bondade a sua,
Na minha mão vive segurando;
E com essa beleza que é só tua,
Vive me inspirando;
Não qualquer inspiração,
É inspiração de viver;
Viver a vida a razão:
De amar sem um porquê;
Não precisa dizer nada,
Seu olhos dizem mais;
Suas lembranças rabiscadas,
Me transformam, e me dão paz;
Se o vento te levar de verdade,
Quero que saiba com confiança:
Te amo agora e a eternidade,
Sem você só sou mais uma criança;
E se....
Talvez esta seja a expressão de maior incerteza que se possa existir no vocábulo humano.... Nela, o futuro é incerto e desprogramático e nos faz refletir sobre a real existência do "Princípio da Impermanência", onde tudo muda a cada segundo que se passa.
E se.... eu não tivesse desistido?
E se.... houvesse maior destemor naquilo que se quer?
E se.... pudéssemos voltar atrás e escolher diferente?
E se.... a vontade de ficar tivesse sido maior do que a covardia da partida?
E se.... tivesse dado certo?
E se.... E se.... E se.... E se....
Ela, a expressão, está em toda a parte e nos acompanha em tudo o que nos faz Seres Humanos.... Se faz presente no trabalho, na família, nas relações amorosas, nas amizades.... Ela é parte instrínseca da vida da gente mas, sequer a percebemos.
"E se...."
Certa vez a ouvi de alguém prestes a desistir de algo grandioso e me pus a pensar no peso daquela decisão e as consequências não desejadas que estariam por vir.... Aqui, neste caso, o "E se...." ficará para sempre sem resposta, será incerteza e arrependimento por toda uma vida.
Ao meu entender, na escola da vida a expressão "E se...." deveria sempre preceder ações positivas:
E se.... eu for em frente e mudar o final da história?
E se.... tudo der certo adiante?
E se.... eu tentar por mais essa vez?
E se?
Porém, nem sempre essa positividade é possível e daí então o arrependimento pelo "E se...." precedido de uma negação se agiganta diante de nós, e como uma vertigem nos traz amargura à vida e nos joga ao mar dos destinos incertos e indesejados, por todo o sempre....
O "E se...." pode ser por um momento, quando respondido.... Ou eterno, se deixado para trás.
Afro-brasileiro
Sou afro - brasileiro
Filho da Bahia
Uma terra carismática
De diferentes etnias.
Com o gingado e a meia lua
A capoeira é alegria
É dança é luta
É a representação do negro na Bahia
Sou afro - brasileiro
Tenho orgulho de ser negro
Construir uma cultura
Que sofre com preconceito
Vou cantar a luta
Contra esse mal social:
O preconceito contra os negros
Xenofobia e coisa e tal
Com muita resistência
Desse jeito vou vivendo
Valorizando minha cultura
Que com esforço está sobrevivendo
Diante da exclusão
Não baixo minha guarda
Seu preconceito é maléfico
Porém minha voz não cala
Minha etnia é forte
Meu caminho é só um
Sou amado e protegido
Com as armas de Ogum
Os orixás da minha terra
Eu respeito desde cedo
Mas cresci enganado
Por um forte preconceito
Isso me fez acreditar
Que oxu era o diabo
Olorum não existe
E oxalá era um pobre coitado
A crença prevaleceu
E o engano foi desfeito
Mas o baiano ainda vive
Com esse preconceito
Zumbi é meu herói
Respeito a minha história
Lutamos por igualdade
Em nome de sua memória
Sou afro - brasileiro
Tenho orgulho da minha cor
O povo negro, diante do preconceito
Resiste e vence essa histórica dor.
Não há mais o que expressar. Já vimos tantos fatos quantos bastem por hoje, de modo que nos faltam palavras para bendizerdes além de um bom dia e uma boa dose de paz no coração.
Você precisa parar as vezes e fazer um reset para que o seu sistema possa voltar ao normal, porque ninguém é super man ou super girl não somos maquinas.
Sabedoria é entender que não preciso provar nada para ninguém, a não ser eu mesmo que eu posso ser melhor.