Poesias sobre Pássaros
O HOMEM E O PÁSSARO NA MESMA GAIOLA
Coitado do homem da grande cidade,
Trancado em casa por trás do portão,
Qual passarinho sem ter liberdade,
Quase vivendo em igual condição!
Os dois na prisão, cantando saudade,
Pássaro e homem no mesmo refrão;
Um por causa da humana crueldade,
O outro com medo do astuto ladrão!
Coitado do homem, nem se dá por conta
Que a liberdade ele mesmo afronta,
Mantendo o pássaro em uma prisão.
Ele, na verdade, é que está mais preso
Do que o passarinho — pobre indefeso! —
Prisioneiro sem saber a razão.
Às vezes quero ser igual aos pássaros
que dominam o céu.
Quero um voo livre onde posso extravasar
todas as minhas emoções.
" Na calma da minha casa
não ouço canto de pássaros
nem barulho de crianças
talvez esteja morto e não saiba
mas é uma paz surpreendente
um caos que não sei dizer o quê
fico assim no mundo
num mundo que não fica assim em mim
nos arredores da minha casa
os carros passam
as pessoas riem
o mundo gira
só aqui que tudo fica parado...
Nunca deixe de sonhar
Nunca deixe de sonhar
por que a alma é um pássaro
que precisa voar,
mesmo que suas asas
pareçam feridas
e seu olhar distante perdido
nunca deixe de sonhar.
O mar é finito
Mas sua esperança é infinita
Deus deu asas para os anjos
E com certeza ele lhe dará
asas novas também.
O Passarinho e a Lua
Dois amantes solitários
Que em muito são contrários
Mas a pouca semelhança
Lhes soa como uma aliança.
Ora penso, como podes estar
Livre no céu a voar
Ou iluminando, um luar.
Mas aparecem sozinhos
Como podes tu passarinho,
Não ter alguém para amar?
Em tom suave ele me responde:
Ah como eu amo!
E a ti minha melodia deponde,
Canto pelo dia a minha solidão
E a noite com seu brilho ela corresponde.
Nos amamos desse jeito,
Respeitando nossas diferenças
Quem aprende a ser assim
Supera todas as desavenças
Pois quem ama de verdade
Aprende amar a liberdade.
Aqui no céu somos libertos
Dizes que no amor seremos incertos?
Mas em verdade que vos doa
Me responda caro humano,
Consegues amar alguém que voa?
O QUE SOMOS?
O que somos nós, afinal?
Flutuamos pela vida à fora
Folhas secas, passarinhos
à vontade do vento...
Somos amores que se perdem,
Sonhos que acordam
Somos tudo. Somos nada!
Sentir e pensamentos...
Em nós tudo é muito fugidio
Tão inconstantes...
No entanto somos magníficos,
em nossas alegrias e tristezas dúbias.
Vivemos ilusões de um " talvez",
tendo diante de nós uma realidade
que a alma recria.
... Motivos para prevalecer.
Somos gritos na escuridão.
Somos vozes que ressoam
Palavras nunca ditas
Somos as águas no moinho do tempo
Dia de lacunas escancaradas;
outros, cubículos de solidão,
cárceres que nós mesmo erguemos
ao nosso retor...
Mas
somos o que somos
e o que, em que, tentamos
nos transformar.
Evolução
ou
Estagnação do ser.
No entanto somos o milagre
A mais bela obra da criação de Deus;
perdidos nos caminhos de si mesmos,
sem saber o que fazer com o livre arbítrio
que nos fora concedido
De que nos serve a liberdade,
se não sabemos por quais céus voar?
Somos belíssimas complexidades...
Bom dia
Amigo passarinho
Que, talvez esteja
Entregue à própria sorte
Bom dia, amiguinho
Bom dia
Pra todo mundo
Que qual passarinho
Não vive pela lei da mais valia
E que mesmo assim
Reina em seu reino
Sem nenhuma garantia
Bom dia
A todo passarinho que não tem ninguém
Que vive cada manhã
Assim que ela vem
Porque sabe que o canto é em coro
E que o choro é sozinho
Bom dia pássaro sem casa
Cujas asas
Não lhe pertencem também
Voando de cara pro vento
A vida inteira
Não se ocupa em pensar
Se a vida
Ela é boa ou não é
A vida é só voo
O voar é momento
Que se vive à toa
À luz da lua
Um luar de leoa
Um pássaro qualquer
Sem ramo, semente, sem chão
Diferente de gente
Porque gente pensa
Pensamento ecoa
E gente diz que pensamento voa
O pássaro jamais
Nem pensar ele quis
Não faz questão
E se gente não voa
Inventa ventania
E mente
Passarinho, não.
Edson Ricardo Paiva.
Devaneios
Na escuridão da noite e sozinho,
Pensando naqueles belos momentos,
Como um passarinho no ninho,
Debruçado sobre o sofrimento.
Lágrimas que caem ao chão,
Sofrimento que insiste em me parar,
Atingindo com força o meu coração,
Tirando-me a vontade de sonhar.
Sonhos, que impulsionariam todo o ser,
A lutar por seus objetivos,
Se sonhasse ,então poderia crer,
Nos princípios desse motivo.
Sorriso,regozijo de um grito,
Saudades,vaidades de um tempo,
Sofrimentos,sentimentos explícitos,
Acontecimentos expostos em fragmentos.
O mundo ensinará esse rebelde,
Que insiste em seguir por tal caminho,
Angústia que nunca se mede,
Pela grande quantidade de espinhos.
O mundo ainda é dos fortes,
Daqueles que empunham a espada,
Necessário também ter sorte,
Sabedoria pra fugir dessa cilada.
Cilada de um tolo desejo,
Apresentado por belas aparências,
O mal oferecerá um doce beijo,
Para testar a tua displicência.
Lourival Alves
SOU AVE. SOU PASSARINHO.
Sou ave.
Sou passarinho.
Meu voo é bem de mansinho.
Mas se estou apressado,
Faço um voo descuidado:
Voo alto ou dou rasantes,
Nunca voo como antes.
Não ligo pro que dizem as gentes:
"Se quer voar, nem tente"!
Acredito nas minhas asas
E na força que elas têm,
Porque, quando eu sinto a pressão,
Vou de pássaro a gavião.
As asas as quais eu tenho
São as melhores de voar:
Conduzem-me em meu caminho
E não me deixam perder o ar!
Sou ave.
Sou passarinho.
Sou bicho solto que voa,
Mas, se encontro bom ninho,
Do meu voo as asas pousam.
Me perco no aconchego
De um afago acolhedor
Que não corta minhas asas,
Porque sabe quem eu sou:
Um pássaro, um gavião
Que precisa sempre voar,
Mas que alegra o coração,
Quando tem onde pousar.
Nara Minervino
Passarinho, passarinho!
Quando a flor de agosto murchar em setembro
E apenas o lírio vermelho-fosco, permanecer
Na fugaz noite de seu delírio...
Quando uma nota se fechar no piano louco
E nossa música não mais se ouvir.
Quando a chuva dos olhos secar
E ficar apenas a retina, de tanto chorar.
Olharei para setembro com sonhos de desgosto
porque tudo dali partiu.
Hei de chamar um passarinho
E dizer o quanto o amei,
e que todas as minhas flores
Para ele eu deixei.
__Passarinho! Passarinho!
A menina selvagem veio da aurora
acompanhada de pássaros,
estrelas-marinhas
e seixos.
Traz uma tinta de magnólia escorrida
nas faces.
Seus cabelos, molhados de orvalho e
tocados de musgo,
cascateiam brincando
com o vento.
A menina selvagem carrega punhados
de renda,
sacode soltas espumas.
Alimenta peixes ariscos e renitentes papagaios.
E há de relance, no seu riso,
gume de aço e polpa de amora.
Reis Magos, é tempo!
Oferecei bosques, várzeas e campos
à menina selvagem:
ela veio atrás das libélulas.
Passarinho livre
Um passarinho precisa de liberdade
Precisa sentir saudade
Precisa escolher seu destino
Precisa conhecer o desatino
A solidão, a frustração, a decepção
Só não espere a mesma gaiola à disposição.
Amor,
Bom dia, que alegria estar contigo nas primeiras horas após o renascer do sol.
Os pássaros cantam lá fora com muita euforia.
Natureza em sintonia com a gente.
Que essa energia nos faça mais tolerantes.
Perdão por tudo, obrigada sempre, só quero te fazer feliz, mas sou aprendiz, então não espere perfeição e sim muita força de vontade. Vamos fazer destas palavras perdão e obrigada nosso refrão. Sempre terminar nossas conversas com uma delas. Foi muito difícil pra gente se ter, não quero te perder. Só para saber: eu te amo cada dia mais, obrigada por nascer.
Hoje acordei com o canto de pássaros.
Que privilégio ter mais uma oportunidade de agradecer pela vida. Ter a resiliência para ressignificar e refletir sobre meus atos para com o próximo e trazer a tona meu amor próprio.
AH! O AMOR...
Ah! O amor
Que nos dá asas
Para voar como pássaro
Nos dá força
Ou então fraqueza
Nos dá eloquência
Ou trava a língua
Nos faz heróis
Ou simples escravos
FUNCHAL – MADEIRA
Rio, 05/08/2013.
Eu pouso em ti
Como um passarinho,
Descendo do alto,
Em qualquer caminho
E ando tuas curvas
Com muito carinho.
Teus olhos se choram
São lágrimas de flores.
Teus muitos abismos,
Precipícios de amores.
O mar que te olha
Te afaga melhor,
Te salga, te molha
E te protege ao redor.
As pedras são enfeites
Por todo teu horto,
São como confeites
Que salpicam teu corpo.
Às vezes tens o olhar
Com choro de relvas,
Teu sorrir a me matar
Tem brilho de selvas.
Teu céu de cristal
Te cobre feliz,
Teu sol sem igual
Tua força motriz.
Paraty dos passarinhos,
Da Capelinha,
Da Pracinha ha qualquer hora,
Paraty do paratiense e dos indio que ja foi e do que aqui chegou,
De todos que se encatam e migram numa história de amor por existir,
Das ruas de pedra dos bairros que cerca
Paraty da área rural vendo a baía
Paraty dos Quilombos onde orgulho é beleza,
Da sua natureza absoluta!
Paraty das cachoeiras brutas
Das Ilhas e grutas.
Paraty é o salto do peixe e o rio desaguando
Paraty do fjord, da península
Paraty das Cirandas encantadas
É remar sua rede nas canoas de kumaru
Paraty de Trindade até Perequê
Paraty é protegida pela Serra Verde
É a mare alta que se espera
É humida e fresca feito a vida
Onde os passarinhos gostam de cantar
Onde o amor de tanta gente ve o mar
Paraty é a alegria de estar aqui.
André Luz
Meus passarinhos
E de qualquer forma voces vem.
Vem me fazer companhia e transmitir sua mensagem.
Chegaram ascenando com suas lindas asas e alegrando o meu coração.
Com sutileza e requinte no coro, e suave melódia, se aproximam com muita delicadeza, destilando perfume, beleza e bondade, o que neste momento vale mais que um conselho irmão.
Vem com um canto novo, trazendo as boas novas.
Sinto que só podemos nós unir a Deus, se o coração estiver entregue , e que seja realmente pequeno , diante da grandiosidade que nós é oferecido a cada segundo.
Neste momento me degusto e compreendo que os menores acontecimentos da vida, são na verdade os maiores e mais gratificantes a alma, e são encaminhados pelo Pai Celestial. Com um docê suspiro , com a leveza e harmonia que me é oferecido, revisto- me de luz e amor, me reverêncio a excelência e digo:
Oh Senhor, quão pequenina é mi'alma, para poder no deleite deste dia , mais uma vez estar aqui.
Gratidão, Gratidão ,Gratidão.
Simone Vercosa.
17/04/2020..