Poesias sobre Pássaros
QUEM QUER COMPRAR UM CORAÇÃO
Quem quer comprar um coração?
Muitos gigas de memória
Imagem transparente
Umas mensagens de presente
Um grande trecho de estória.
O preço é um preço camarada
Para os amigos ou estranhos
Do mar é o seu tamanho
É quase preço de nada.
Guarda arquivo importante
Ou simplesmente um gesto
Só vendo, este empresto
É reliquia exumberante.
Mas tenho algo à revelar
Há pastas pra excluir
Alguém as manchou aqui
Eu as não pude apagar.
REFÚGIO
Enfim, depois de tanto tempo longe de você
Eu volto novamente pra te ver.
E vejo
Que ainda sabe acender a lareira
E a fogueira aquece o que restou de mim.
Ainda tens a mesma confiança
E acredita o quanto que eu posso mudar
Ainda me percebes a criança
E o pouco que eu tenho pra lutar.
Tão vadio, tão ingênuo, insistente
Por valados nas mazelas me lancei
Lamentando a mesma dor, insipiente
Mesmo assim na mesma cela eu entrei.
Vi nas noites densas trevas na retina
E a geada os meus passos congelar
A friagem, garras firmes assassinas.
E o naufrágio conluiado com o mar.
Deixe-me aqui por esta noite apenas
Meu amigo, meu cantinho protetor
Que se converta em perdão as minhas penas
E que das cicatrizes, raízes de amor.
Depois que o sol enfim brilhar naquela serra
E a energia deste chão me socorrer
É nessa hora que o meu pranto se encerra
E outras terras, buscarei-as pra viver.
RESTO
Vivo aqui com minha apatia
Este tigre solto à me rodear
Falando de flor, sem saber do amor
Escrevendo versos, jogando no mar.
Nada aqui existe, nesta longa estrada
Em que eu vivi, e o tempo sem pena
Fez me ver a alfena que eu tanto queria
E agora perdi.
Entretanto resta sem ter nesta vida
Muito à declarar, este mudo e frio
Coração vazio,
Que agora distante
por medo de amar.
SAUDAÇÕES
salve a canção replicante
do outro lado do mundo
do triste gesto fecundo
à um coração palpitante.
salve à modos, agrave
a dor do som no papel
a linda voz do cordel
na pauta o ponto da clave.
salve a injúria que amarga
da injustiça o rancor
da insolência da dor
do porto que se alarga.
salve esta tarde vazia
de outono triste a soprar
vorazes ondas no mar
trazendo a noite sombria.
salve estes sinos tocando
e os jardins a florir
salve os poetas do mundo
os de aqui e de ali.
salve as luzinhas do poste
e as que não viram o chorar
deste poeta que um dia
foi-se pra não mais voltar.
SAUDADE
Saudade é dor que se aloja, nos lugares mais vistos no corpo
no sorriso que se apaga, no rosto que se entristece
no corpo que não se afaga e na voz quando se emudece.
Saudade é choro na certa, é solidão sem horários
é o silêncio da noite, que nos torna sectários
é o gemido da alma, quando se perde a calma, ao nos sentir solitários.
Saudade, o que dizer dela?
só vivendo pra saber, é tanta voz entalada
é mistura de beber
é veneno que envenena, sendo tão mal e sem pena
nos incomoda viver
Eu já sofri de saudade
sei muito bem o que é
senti falta da roseira
da tão ardente lareira
dos olhos de uma mulher.
Já vi meu ser de saudade, se desmanchar por inteiro
pensando nas velhas tardes, ainda meu corpo arde
lembranças do amor primeiro.
Saudade enfraquece os ossos
deixa o homem em morbidez
põe seu olhar em destroços e no sorriso escassez.
Saudade é preocupação, que desnivela o astral
põe pra baixo a razão e desmantela a moral.
Saudade ela é como o vento, é como a brisa do mar
é calma e traz acalento, mas é bom estar atento
ela sabe devastar. E quando vem devastando
não há um ser que suporte, o choro logo se aflora
quando se está agora á poucos passos da morte.
Pois saudade é violenta, entra, briga, fere e mata
mas, a morte de saudade, é suave na verdade
apesar de que maltrata
Se em cada dia que eu vivo, está saudade aumentar
serei pra sempre passivo inerte neste lugar
esperando a realidade, pra destronar a saudade e pro amor me levar.
Agora olhando as fotos, de nossas ocasiões
dos tempos de puro mel, de avelã e de céu
tão doces recordações
Guardei as nossas promessas, de amor e de amizade
de sonhos e dos prazeres
e todas nossas vontades
a mim mesmo assim me prendo
pra ver se tão cedo aprendo
a não flertar com a saudade.
SEM LIMITES
Nasce nas encostas tristes dessa angústia
E vem, a intenção é dar um brilho
É ir mais além, quem sabe irá.
Encrustado sobre pedras desce todo dia
Para ver o sol, e com este aprende o canto
Como rouxinou, chora sem limites
Tempo certo de parar.
Além do sentido que tens quer voar
Além desses asas pequenas, pousar
Além deste ninho escondido viver
Bater asas, sempre asas.
E no restante do planeta morar.
Voou, voou, sem limites acredito
Que ele não voltou. De pés firmado
Neste duro chão por onde ele pisou.
Partiu nas essencias, e por incumbência
Cumpriu o seu legado e no final
Enfim encontrou.
SILÊNCIO
Silencio é o premio que eu penso esta noite alcançar
o barulho é intenso que até o silencio pode atrapalhar
o estrondo dos traços, das letras que faço a riscar o papel
também incomodam e ao longe me jogam á roda do céu.
Silencio, é o inexistente, momento que o sabio deseja encontrar
é o tempo exato que leva o poeta a lua flertar
é o mega da mente, o morrer do repente é o que eu preciso
pra ter num segundo, distancia do mundo e a luz do paraíso.
Silencio, é o ponto mais claro que usamos em um planejar
é a ampla visão da imaginação, do ser a bailar
é o melhor conforto ou a perdição
é quando o controle pode está firmado ou quando fugindo da palma da mão.
o silencio só vem quando uma má noticia é o anteceder
se espera o pior, na garganta um nó, veio, emudecer
Se a noticia é boa, já quebra o silencio, quem traz tá falando
quem ouve, gritando, e sem perceber
E o silencio acredite
é o ponto que eu disse, onde quero ficar
pois tudo que ouvi, me trouxeram aqui, razões pra chorar
nem folha ou vento, soprando agora traria pra mim
algo mais do que penso, se acaso o silencio, chegasse ao fim.
SUPERLATIVOS
Lindos são teus olhos
Lindos pouco é
Com tudo que tens
E por ser mulher,
estes são lindíssimos.
São tão belos
Como a maçã
Estes são belíssimos.
Tão interessantes
Refletindo o amor
Mais vivos que a flor
Interessantíssimos.
Criador amado
Deus de perfeição
Só por tua mão
Mestre amantíssimo.
Que me traz à vista
A mão do artista
TODA MULHER
Toda mulher merece uma poesia,
pequena ou grande
depende da folha que eu for escrever
mas que vicio tenho
escolho as folhas de acordo
a pessoa . Ela merece por ser uma mulher
alma gêmea de alguém
a metade do homem.
Eu sempre vou falar delas
Sempre vou estimá-las
Vou reconhecer que mulher
Não faz de conta, ela faz
Acontecer, decide, sai
pra agir.
Mas a mulher que eu amo
Ela tem seus mistérios
Mas deixa eu saber que está insegura
Que não gosta se faço poesia pra
Alguém.
Ela nem imagina o quanto eu a amo
E ela tem um poema que é só dela
Que ninguém vai ouvir o que eu
Falei ao seu ouvido,
Se “te amo” é o maior poema
Meu amor, eu só farei pra você.
UM POUCO SOBRE O AMOR
Como explicar o amor?
Nenhum dos mais renomados poetas conseguiram medir o amor,
e por esta razão disseram que ele é infinito,
e tentando se esquivar de algumas verdades acabaram
titulando com outras esse sentimento tão discutido.
Eu pra ser sincero, não tenho idéia do quão grande ele é,
mas sei que por mais que seja tão dificil de explicar esta fonte,
ele é único e suas características são como a mente das crianças,
embora no começo seja tão limitado,
a tendência é se abranger intensamente,
tendo este o seu devido nutriente.
UMA VEZ APAIXONADO
Ponto, apenas este
Que aponto o meio
Do meu papel
É um desenho pintado
Um caracol bem bordado
Ou uma banda do céu,
Qualquer coisa neste ponto
Estado do coração, que
Uma vez apaixonado
É o doce som da canção.
Mas, ninguém ouviu o canto
Não há um som por aqui
Se ver apenas gravado
no rosto que afagado
a nota que vai surgir.
VIDA DE PEÃO I
Vem raiando o dia, a aurora a despontar
Desperta o galo “campina”. é hora de levantar
Calço as “butina inda suja”, da noite passada
E tomo um preto selvagem,
pra encarar a alvorada.
Vida de peão rotineiro, e batalhador
Enfrenta solos agrestes deste interior
Lamenta o cheiro brejeiro que ficou pra trás
E um gosto de um beijo ardente
Do seu grande amor.
Um grito grosso de um berrante acende
Na madrugada ao alazão surpreende
A energia solta e leve na brisa
Essa paixão desse peão ameniza
Antes que venha a noite, vê os amigos
Conta estórias, relembra os perigos
As voltas dadas ao redor deste mundo
E os desafios dos oito segundos.
Com seu chapéu trinta x é agora
Olhar do touro diz que esta é a hora
E na arena aquela que o desprezou
Tão linda ainda faz lembrar uma flor
Momentos duros de pura emoção
O velho amor martela o coração
e desligado do rodeio é o fim
quando sem pena o boi derruba o peão.
O MEDO E A VERDADE
O medo atalha o individuo de avaliar a profundeza da verdade, parando o próprio conhecimento acreditando q a veracidade está ali e ponto final. Com a visão estacionada pelo medo, muitas vezes não admitindo tal colocação, passa a julgar todas as coisas da vida conforme o próprio conhecimento alcançado. Ultrapassar os limites para ir de encontro com a verdade é ameaçador para o humano q já veio sendo desenvolvido na educação da cultura arraigada de seus antepassados, mudanças exigem muita adrenalina espiritual e coragem da própria alma de ir avante, mesmo com a prisão física dependente de seu próprio habitat. Portanto, devemos usar a fé como determinante ferramenta de escudo contra as barreiras criadas pelo sistema onde vivemos. Para tanto, é preciso crer q a verdade é infinita e de diversos valores, só assim há grandes possibilidades de conhecer o Universo – Deus.
Sobrevoou um lindo pombo branco sob o céu azul. Símbolo da paz. De repente, ouviram-se um estampido forte. Viram à direção. Um homem em fuga com a arma do crime à mão. As penas se espalharam gravitando ao ar. E, o sangue irrompeu mesclando-se à cena de um lindo dia. Aglomerados de gente observavam destroços da ave ao chão com a alma rasgada de tristeza.
"Só o amor pode construir um mundo melhor. Paz!”
SO TE AMAR FAZ SENTIDO
O sol não é só uma estrela maior
É a forma de explicar o brilho que há em teus olhos
Pois seria injusto houvesse trevas no universo
Tendo eu a vastidão das tuas retinas.
E todo esse cosmos vazio
Esses errantes cometas
E essa falta de ar
Pra flutuar os planetas.
Pra quê os tons dos corais?
E o tempo gasto na rota
Por que partir e voltar
Se o ficar lá, não importa.
Tão meigo gesto da pena
Obsoleto porém
E os novos meios da escrita
Se tornam os versos desdém.
Tão infundadas e incertas
Estas questões vagabundas
De uma mente ocupada
Por nossas Almas profundas.
Encharcadas num mar de amor
Só te amar faz sentido
Quanto às respostas. Não quero
Pra mim é tempo perdido.
E SE
E se eu dissesse que te amo
da boca pra fora jurasse
Que nunca te esquecerei
Por mais distante que eu fosse?
E se essa sinceridade
Te violentasse a alma
Que abatida buscasse
Um calabouço sombrio?
E se o Mel do meu beijo
Amargo então se tornasse
E em densas trevas o sonho
Em dor enfim convertesse?
E se tomasse outros rumos
Já decidido partisse
Matando a história da gente
Por um incerto futuro?
Se tudo isso viesse
Ao coração mentiria
Meu sol agora emagrece
Minh'alma então morreria.
SE EU SOUBESSE
Se eu soubesse que a sua partida fosse doer mais que o seu “não”
eu não teria insistido em buscar a luz em teus olhos
não teria feito serenata em sua rua e
tampouco gravado seus traços entre meus finos dedos.
Se eu soubesse que aquela canção de amor fosse me matar um dia
não escolheria na aurora cantar e sonhar ainda acordado sem
pregar os olhos, pensando em você.
Quem um dia amou, de toda emoção hoje colhe apenas
uma triste lágrima entre todo orvalho enrelvado e frio
vazio, insólito e passageiro o tempo, da noite e do dia que
por te trazer, te implantar em mim, me faz vulnerável dessa agonia.
Se eu soubesse que nem mesmo o sol e a força intensa de uma alva lua
fosse capaz de esconder os destroços causados por tua ausência
eu teria dado a minha vida em seu lugar, jogado meus sonhos no lixo
pra salvar os teus, eu teria amado, não mais que à Ele, nem te adorado,
porém parecido ao que amo à Deus.
Se eu soubesse ou ao menos quisesse, pensar em morte quando
as nossas almas juntas caminhavam
teria te mostrado um universo inteiro que à ti criei
juntando as palavras e todos seus desejos, eu arquitetei,
mas tudo é feito de surpresa, e cada passo escreve um dia a mais
descobristes pouco, e bem pouco usou, fechou os seus olhos
Saiu porta a fora, não me disse nada
não voltou jamais.
O REAL PODER MENTAL
Infinitamente ilimitada
é a mente adornada
de cor e poesia
Grandemente ousada
é luz na escada
o que dela irradia
é a porta de entrada
de acesso aos átrios
da sabedoria.
Exequível leito
sem mancha ou defeito
à o seu madornar
tão amplo, perfeito
e ao próprio conceito
permite criar
é o grito do efeito
é o verbo perfeito
pra se conjugar.
É a força de vontade
a curiosidade
é a interrogação
é o andar sem limite
do que se permite
ter no coração
o espaço do mundo
o assaz e profundo
saber de Platão.
Não tente impressionar uma mulher com algo que não te impressiona
e nem tente agradá-la com algo que não lhe é peculiar.
UM E UM
Uma mistura de fatos reais
um vinho à dois
um mundo de sonhos iguais
eu e você, você e eu
ninguém mais.
Lembras quando falavas assim?
O que fui pra você?
o que eras pra mim?
Tudo de bom que o tempo
por descuidos o tornou ruim
fomos tão amantes
tão apaixonados
e a cumplicidade que havia
Era eu teu anjo e você meu céu?
Já nem tenho asas
tornei-me amargo
quando antes era o teu doce mel
Nada é eterno mesmo
Machado assim dizia
ou vive do amor pra sempre
ou lho cria um mar
e se afoga nele
a cada dia.