Poesias sobre Pássaros
HÁ UM SENTIMENTO
Todas as palavras de amor
Eu já falei.
Todas as verdades sobre o amor
Eu desvendei.
Eu fiz de tudo pra mudar minha vida,
Sentimentos eu deixei pra trás
Com intuito de regenerar uma história perdida.
Se hoje há uma vida em mim guardada
Há também um sentimento na estrada
Há uma flor que não morre,
e não vai embora
Há uma agua que escoa,
mar a fora.
Há uma dor,
e esta chega e acaba tomando
A minha razão,
E como dor,
faz a dor
Acabar com a rima da minha canção.
INOCENTE
Triste injúria,
calúnia que qual dardo
flerta e acerta
Este teu coração, sei que dói
oh, pequeno peregrino, é o destino
quão dorida esta face, que nasce
das garras que a ti prepararam.
Não se irão os teus anos aqui nesta cela
A maldade se foi quando a ti encerrou
E a justiça a vagar clama a quem a maneje.
E enfim acredito, teu rosto entregar
Nesta foto pequena a quem é seu amor
Eu direi do soldado que luta e disputa
A fim de vencer
que vai logo chegar
e então se dará para o seu
bem querer.
SENHORITA
De todas as emoções
de todos os gestos
de tudo que eu faço,
eu separo pra mim
o que há de mais essencial.
De cada flor que eu vejo
de todo sentido de amar,
de cada manhã que acordo,
eu busco seu rosto encontrar.
De tudo que eu já ganhei,
que eu um dia pude possuir,
de em cada sonho que eu tive,
e todo pensar e sorrir,
busquei pra mim mesmo o sentido
de você no meu existir.
aceite esse humilde poema,
em nome da nossa amizade.
e saiba que ter seu sorriso,
é o símbolo da felicidade.
MENTE AMANTE
Pobre homem que sou, apesar de uma alma tamanha cercada de grandes intuitos, ainda me sobra um espaço que acaba por não ser preenchido.
Meu alvo é tomar pra mim mesmo o que ainda me resta e multiplicar no espaço vazio com um pouco mais de virtude e chama-lo de amor
Pois é isto que sou, um ser transparente, daqueles que tem no olhar uma marca e um dom de jamais usar do engano pra ferir os demais; entretanto, conheço que nada do que fiz ou que faço de explêndido em toda minha vida de mim não faria, é que o senhor da minha alma me fez este ser tão amante.
Pois do amor sei bem pouco, um pouco que aos poucos me torna capaz de ver o tamanho que sou e o que posso ainda crescer.
Enfim acredito que o amor nos mede e sabe em qual quantidade devemos por ele ainda sermos ocupados, e é claro que as mentes amantes vão sempre querer ser mais cheias deste mar.
Tudo que eu acredito, tudo que eu desejo e tudo que eu mais penso, é no grande ato de transformação que o amor pode fazer na vida de um ser humano, é uma pena que nenhum dos meus ideais estão totalmente ligados aos demais corações, pra junto sentirmos qual é o teor deste ópio vital.
O ERMITÃO APÁTICO
Era noite, era dele
e com ele
a vontade que lhe possuiu
partiu, decidiu
quem intentará?
Suas causas, por ele
Jamais esquecidas
Por fim decidido
Ninguém o mais viu.
Sem dinheiro
Sem prestígio
Sem vontade no viver,
era a doce
Que o mantinha
Como ele quis contar
Até que rompeu-se o dia
Foi-se a linda melodia
Quando a outro viu a amar.
Amargos são os cravos
Tão destemperados
Desce a força acaba
Este paladar
São como espinhos
Este teu caminho
Quem o ajudará?
Sei dessa dor que se aloja
É amarga a expressão
Grita um pranto de soluço
Entalado, quer sair
E a ferir, a decepção.
Quem era amante partiu
A espera de algum lugar
Foste a vida tão hóstil
Desistiu e decidiu
Ir pra nunca mais não voltar.
o preço
Uma noite dessas você veio aqui
Me tirou do sério me roubou um beijo
Me tocou com essas palavrinhas doces
E falou um pouco destes teus desejos
Antes de entrar passou no meu jardim
Disse que tomou do beija-flor pra mim
E como se eu fosse um escravo seu
Fiquei desnorteado, com o que me deu
Me deu uma vontade de contar estórias
Enquanto você usava todo coração
Aproveitou meu jeito tão despercebido
Enquanto com uma estrela estava envolvido.
Me roubaste um beijo quando veio aqui
Terei que cobrar, vais ter que pagar
E eu quero em dobro com juro e mais
Minha financeira, não marca bobeira
É isso que o banqueiro faz
Procure pagar, vai ser bom pra nós
Eu quero em dobro com juros e mais
Nem sei se eu lamento, esse atrevimento
Mas isso é o que me satisfaz.
O ÚNICO
Põe sobre mim seu olhar
Nunca me deixa partir
Cuida do meu coração
E me ensina sorrir.
Me acompanha quando só
Eu penso que estou seguindo
Me leva pra sua casa
E a mim dá um sonho lindo.
Perdoa-me quando erro
E escuto quando ele fala
Quando precisa, ele diz
Entendo quando ele cala.
Me toca quando abatido
Se falho me aperfeiçoa
E pra me fazer vencer
O mesmo me abençoa.
Enfim, ele é o único
Razão que eu descobri
É a poesia mais viva
De todas que já escrevi.
PAZ
Ela vem vindo
Que seja bem-vinda
A este lugar, vem assim
Surgindo, e num sonho
Lindo, meu mundo tornar.
Branda leve
Cabe neste coração
Como se eu voasse
Esta assim me leva
A navegar no céu
E o meu paraíso
A luz do sorriso
Que esta então me deu
O meu complemento
Meu novo intento
Quando me valeu.
Busco a ti óh, paz
Por tantas campinas, serenas e tristes
Noite a cavalgar
Mas seja bem-vinda
Já que tu vens vindo
Pra este lugar.
PENSEI
Pensei que amar
fosse simplesmente
Se encontrar, tocar
se emocionar
Mas estava errado,
é entristecer
É também chorar.
É se preocupar,
é então lembrar
E se lamentar, a distancia cega
Como fosse faca
corta qual navalha
E espalha no chão, este pobre ser
Que mais nada faz,
apenas pensar
E amar você.
POETISA
um grito que chama
educadamente com fulgor
vem
diz vem
pra que eu não sei
mas diz vem
e eu fui
me deixei levar
mas seus olhos como fosse lua
estava em fase de fazer poemas
e em suas poesias eu cheguei e me vi
preso como uma libélula em uma gigantesca casa de aranha
PORTAS
Porta da casa e da rua
Porta da escada e da lua
Porta de entrada e saída
Porta que é minha e sua
Porta da boca e do ouvido
Porta da inspiração
Da consiencia, o sentido
Porta da minha razão.
Porta que vai e que vem
Que abre e pode fechar
Porta da terra e do além
Porta dos rios, do mar.
Porta da noite e do sono
Do sonho, do anoitecer
Porta de guerra e abandono
Porta que não vou querer.
Porta da integridade
Porta da sabedoria
Porta de uma amizade
De descoberta e harmonia.
São portas que se abriram
Portas de imaginação
Que portem bençãos tais portas
Para o teu coração.
PRA SERMOS AMADOS
Ao olhar pra você e cantar a canção, que eu fiz pra nós dois
De te olhar e te ver, este meu coração diz que nada se foi.
Ainda existem motivos, emoções e sorrisos, num profundo guardado
Mas os velhos costumes te alcançaram e assumes, que está acabado.
Basta apenas lembrar
Como a primeira vez
As palavras que um dia, ouvi e falei
Pra que o nosso sentido, traga um novo sorriso
Ao amor que deixei.
Vale a pena lembrar, que se as flores morreram
Decerto faltou agua, pra as alimentar, se a noite foi fria
Ou a tarde sombria
Nos faltou cobertor pra poder esquentar.
Se sabemos que erramos e não aceitamos
Vivemos errados
Deixe que o amor nos mostre, o caminho perfeito
Pra sermos amados.
PRESA
Vejo desta penha
Pobres inocentes a cruzar a relva
Caçam sem notar
Que eu estou a caçar
Esta é a lei da selva.
Esta visão não me engana
E estas asas como raio corta o céu
Na velocidade
As garras invadem
As suas entranhas
Sem lamento levo
Sem notar que a dor
Aos outros é tamanha
No ninho os filhotes
Brigam e disputam
Uma vida inteira
Pra manter a minha
Águia que sozinha
Aprendeu viver
Com os ancestrais
Respeitar quem for
Bem maior que você. No demais, és presa
Que tão facil fostes, pra minha retina
Calculei o tempo e pro seu lamento
Salvei a rapina.
QUALIDADES
Alma de poeta
Sorriso infantil
Mente de atleta
Amor pueril
Extensão de mar
E curvas de rio.
Bela como a lua
Doce como o mel
firme como a rua
nobre como o céu
tem gestos de flor
e a pureza de véu.
Olhos de diamantes
Mãos de avelã
Rosto do instante
Boca de maçã
Linda interessante
Como a manhã.
É um dicionário
Cheio a verbear
O meu calendário
Pra me informar
Todo seu horario
É todo contrario
do meu desamar.
QUATRO ESTAÇÕES
Era primavera, eu liguei pra ela, pra falar das belas flores que eu comprei
sem nenhum apreço, perdi o endereço, já nem sei o preço que eu ali paguei
mesmo assim perdido, um pouco aturdido, ali estarrecido á ela entreguei
e saí sozinho, pelo meu caminho, lembrando o carinho que eu não ganhei.
era um outono, eu no abandono, não me via dono da minha alegria
fiz um julgamento, no meu pensamento, que outra vez sedento eu não mais seria
eu saí pra fora, o coração agora, não contava a hora, da noite e do dia
como a moinha, espalhada sozinha, e em cada folhinha que no chão caía
chegou o verão, o meu coração, teve a sensação de querer voar
naquela aventura, deixar toda agrura, e de alma pura o mundo ganhar
fiz minha bagagem, comprei uma passagem, no mundo selvagem eu fui me lançar
mas deu tudo errado, eu fiquei de lado, e agora parado sem saber voltar.
enfim, este inverno, que parece eterno, não me dá um terno para me vestir
tô na beira rio, com fome e com frio, meu fone sumiu e eu não mais vi
quero ir embora, me levar pra fora, mas não vejo agora razão de existir
não aos olhos teus, sim as mãos de Deus, nos sentidos meus... eu sobrevivi.
QUEM DIRIA
Quem diria que um triste dia
Esta rosa fosse uma elegia?
Que esta amizade, antes bem que tarde
Trar-me-ia a face da infelicidade?
Que este canto lindo
Viria ser findo, pra ferir a alma e
A matar dormindo?
Que este sonho imenso
Com que há de intenso
Desodorisasse do amor o incenso?
E por fim o rótulo
Da minha ilusão, seguiria aceso
E faria preso este coração.
QUEM QUER COMPRAR UM CORAÇÃO
Quem quer comprar um coração?
Muitos gigas de memória
Imagem transparente
Umas mensagens de presente
Um grande trecho de estória.
O preço é um preço camarada
Para os amigos ou estranhos
Do mar é o seu tamanho
É quase preço de nada.
Guarda arquivo importante
Ou simplesmente um gesto
Só vendo, este empresto
É reliquia exumberante.
Mas tenho algo à revelar
Há pastas pra excluir
Alguém as manchou aqui
Eu as não pude apagar.
REFÚGIO
Enfim, depois de tanto tempo longe de você
Eu volto novamente pra te ver.
E vejo
Que ainda sabe acender a lareira
E a fogueira aquece o que restou de mim.
Ainda tens a mesma confiança
E acredita o quanto que eu posso mudar
Ainda me percebes a criança
E o pouco que eu tenho pra lutar.
Tão vadio, tão ingênuo, insistente
Por valados nas mazelas me lancei
Lamentando a mesma dor, insipiente
Mesmo assim na mesma cela eu entrei.
Vi nas noites densas trevas na retina
E a geada os meus passos congelar
A friagem, garras firmes assassinas.
E o naufrágio conluiado com o mar.
Deixe-me aqui por esta noite apenas
Meu amigo, meu cantinho protetor
Que se converta em perdão as minhas penas
E que das cicatrizes, raízes de amor.
Depois que o sol enfim brilhar naquela serra
E a energia deste chão me socorrer
É nessa hora que o meu pranto se encerra
E outras terras, buscarei-as pra viver.
RESTO
Vivo aqui com minha apatia
Este tigre solto à me rodear
Falando de flor, sem saber do amor
Escrevendo versos, jogando no mar.
Nada aqui existe, nesta longa estrada
Em que eu vivi, e o tempo sem pena
Fez me ver a alfena que eu tanto queria
E agora perdi.
Entretanto resta sem ter nesta vida
Muito à declarar, este mudo e frio
Coração vazio,
Que agora distante
por medo de amar.
SAUDAÇÕES
salve a canção replicante
do outro lado do mundo
do triste gesto fecundo
à um coração palpitante.
salve à modos, agrave
a dor do som no papel
a linda voz do cordel
na pauta o ponto da clave.
salve a injúria que amarga
da injustiça o rancor
da insolência da dor
do porto que se alarga.
salve esta tarde vazia
de outono triste a soprar
vorazes ondas no mar
trazendo a noite sombria.
salve estes sinos tocando
e os jardins a florir
salve os poetas do mundo
os de aqui e de ali.
salve as luzinhas do poste
e as que não viram o chorar
deste poeta que um dia
foi-se pra não mais voltar.