Poesias sobre o Corpo
A fruta? A gente morde.
A sede? A gente mata na saliva ou na palavra do outro.
O convívio? A gente vira artista pra encarar.
O dia a dia? Céu e inferno. Faz parte.
A monotonia? Tem que descobrir o veneno pra combater.
A fonte? No corpo inteiro a gente descobre o seu esconderijo.
E se amar é ser pão e comida de quem se ama, o amor, seja ele qual for, vai sempre alimentar.
SEMPRE DO MESMO JEITO
É sempre do mesmo jeito
A mesma escalada à frente
O vento rodando o moinho
O sol batendo no rosto
O corpo transpirando forte
Festejos e saudações
O sangue correndo nas veias
Palpitando a alegria e a emoção
O sorriso a boca
A fala mansa e tímida
Nada sei responder
Meus versos, talvez belos
Talvez sem significado
Solto em uma folha de caderno
Neles o desejo de vencer
De ser talvez o que não se é
...
Poesia
A gente corre
Procura sempre
Algo além do real
É quase que normal
O corpo em chamas
Uma estrela no céu
A inflamar como guia
Sou talvez
Uma parte incompleta
Por razão
Que não sei responder
Nada do que se pensa
Pode ser revelado em si
O cheiro da morte
Em um desses dias de calor infernal
e sol rijo posto no meio do céu,
a morte nos abraça e não nos larga mais.
Rouba-nos o último sopro de vida restante em nossos pulmões
e deleita-se com esta nossa nova condição.
Tripudiando sobre nossos corpos mortos e frios
caídos em uma esquina qualquer da cidade,
em um canto imundo qualquer da periferia a morte sorri,
enquanto ajeita em uma das mãos um ramo de cravos e girassóis.
Quanta ironia!
O cheiro que a morte tem
é o mesmo cheiro que tem a vida.
Sossego...Sou cego...cegueira
defeito de visão que não colabora...
Que não me faz enxergar o que se passa em minha volta!
Que não me faz enxergar você!
Sossego...Sou cego...se aproxime mais para que eu possa te sentir...apalpar este seu corpo lindo...ouvir seu coração...Usar meus outros sentidos!
Sossego...Sou cego!!! Aproxime-se mais!!!
Amor De Almas!
Mesmo
em silencio…
Mesmo
que esteja
apenas em
minhas orações.
Mesmo que recusa
dividir comigo sonhos.
Mesmo que tudo
venha contra o
que penso e sinto…
Eu jamais irei
desistir de você.
Vou te amar em silêncio.
Sem alarde.
Na minha solidão.
E nessa solidão,
eu e você,
seremos sempre
os protagonistas
dos meus sonhos.
Eu acredito que
por ter sido tão valoroso
em minha vida…
Eu não posso
concordar com você.
De nos esquecermos.
De esquecer esse amor.
De não nos amarmos.
Meu amor será
tão intenso,
que sustentará
a sua desistência,
mas não a minha.
Vou te amar,
mesmo que outro amor
ocupe o seu lugar…
Ocupara em meu corpo.
Mas não a minh'alma.
A minha alma…
Será sempre para você.
Já que nosso amor
foi de almas!
Desejos De um Homem!
Quero
beijar seus pés...
Me perder por
entre seus dedos.
Dizer que isso
é apenas o começo,
desse meu
desejo de você.
Beijo seus pés.
Calcanhar...
Unhas.
Cada dedinho.
E não me escapa
nem o mindinho...
E neles eu me perco.
Beijos seus pés.
Perfumados.
Delicados.
Torneados...
E fantasio os
meus desejos.
Imagino se
assim é o começo.
E quando eu me
perder no meio
do seu corpo?
Penso que ai...
Não terá fim!
Sonho-te
que sonhando-me
sonhas-me,
em teus braços,
mil beijos sussurrados
Sonho-te
e sonhando-me
amo-te
no rasgar da pele
buscando
carícias longas
entregando-me
Sonho-te
no abraço incontido
corpo entregue
vencido
em noites de vendaval
E esse perfume errante
- seiva quente -
dá vida, dá alento
mesmo não passando
de ilusão,
que se desfaz em nada,
tal qual nuvem
em tarde de Verão.
Sonho-te
que sonhando-me
sonhas-me ...
amando-te ...
"Otília Martel"
Não é o corpo que me atrai, é a mente.
Belos corpos são vistos em qualquer esquina.
Mentes brilhantes, não. Elas são raras.
E muitas vezes são únicas.
CORPO/TEXTO (Bartolomeu Assis Souza)
Seu corpo é seu texto:
com toda a gramática, sintaxe e
aforismos estéticos
Nele esta escrito:
do berço ao seu caixão...
Escolha seu modelo...
Ignoro-te. Decidi não querer jogar, o que estamos jogando. Não quero que me olhes como se tivesse algo sobre mim, e nem quero corresponder-te o olhar e sorrir como uma estúpida, porque é isto. Falas comigo e queres saber como estou, o que estou fazendo. Respondo-te com a pouca força que resta-me, e insistes porque tu possui uma licenciatura em sedução e não sou mais que uma mera presa, uma ovelha negra na qual o leão fez o seu jantar.
Quando o vejo necessito fazer um esforço sobrenatural para reprimir minhas vontades de tocá-lo, como se isso me acalmasse os nervos. Arranho a palma da mão, me sentindo invadida.
Então cumprimenta-me e sinto uma corrente através de meu corpo. "Não é nada", eu digo, são apenas suas mãos segurando minha cintura com força.
Obrigo-me a não pensar que esta eletricidade seja só a que regenera meu corpo e que tu também não sentes quando me tocas ou me vê.
A ideia me dá náuseas. Francamente, tenho problemas tentando apagar este sábado, no boliche, onde algumas garotas sequestraram-te para que fosse o seu brinquedo em uma festa de despedida de solteira.
Quando voltou, aproximou-se de mim pelas costas e sussurrou em meu ouvido: - "Viu, não fiz nada com elas, me comportei bem"
Não deverias explicar-me, pois não somos nada, no entanto ali estávamos, os dois, você falando baixinho e eu sorrindo, por você se importar. E mesmo que eu quisesse, para o bem dos dois, que não seja nada, este nada sempre será algo.
Você despe a minha alma e cobre o meu corpo.
Não demora, e vai embora.
Quase grito por socorro.
Mas o amor é tanto, que não clamo.
Apenas te chamo.
Apenas te amo...
Triste
Todo o corpo frio
Apenas na face
O sol se poe
Um pouco por vez
Rouba o brilho do mar
E nesta forma agora
O vento pode levar
Corpo agora vazio
Vestido de tempo
Enroupado de rio
Segue seu curso
Rompe seus muros
Deságua seguro
Enide Santos 05/02/15
Releitura:
O corpo frio de tristeza e em sua face sente o calor como o do sol em forma de lágrima que por sua vez são gotas como as do mar leves para que o vento possa levar.
Sentimento de perda ainda prossegue, mas agora assume uma postura como a do rio, apenas segue
É no silêncio que eu me faço verdadeiramente presente, expressões são insuficientes para a quantidade de energia de uma alma que mal cabe no próprio corpo.
[25/05/2014]
Meu amor é duro quando acordo.
Quando acordo e tu não estás.
Perco-me nas linhas.
Nas linhas dos nossos lenções.
Onde tento escrever com o pensamento.
Desenho o teu rosto.
As tuas mãos.
O teu sorriso.
Sinto...
O perfume que deixaste tatuado.
Tatuado no meu corpo.
Todas as manhãs quando acordo e tu não estás.
Sinto-me presa em sonhos.
Sonhos onde as lágrimas secam no rosto.
Junto à cama com os nossos corpos saciados.
Eu podia jurar que em cada brisa que passa.
Oiço o teu nome.
Com imensos sentidos, tão perto de mim!
Só você
Só os teus braços
Conseguem
Fazer-me te esquecer.
Só a tua boca
Arranca-me
O desejo de você.
Só o teu cheiro
Alucina
O meu viver
Só o teu corpo
Assassina
o meu prazer.
Enide Santos 19/06/14
Tanta solidão
Tanta solidão já não cabe em mim
Vou procurar o mar, e lançar
meu olhar triste no horizonte infinito...
Quem sabe, talvez lá? Me liberto
dessas lágrimas amargas,
que insistem em me acompanhar...
Quem sabe, talvez lá? Eu encontre a paz,
que tanto procurei em seu olhar...
Tanta solidão já não cabe em mim
Vou procurar o mar, e me lançar
de corpo e alma, no finito das suas águas...
Quem sabe, talvez lá? O sal cicatriza as feridas,
que você deixou em meu corpo...
Quem sabe, talvez lá? As ondas levem
as lembranças
que você deixou em minha alma...
Tanta solidão já não cabe em mim
Vou procurar o mar, e me lançar
De corpo nu, sem medo de morrer.
Quem sabe, talvez lá? Eu encontre uma estrela,
que brilhe, o quanto você brilhou...
Em minha vida.
Liturgia ou letargia?
Come, este é o meu corpo.
Bebe, este é o meu sangue.
O medo, então, se fartou.
NADA MAIS
Por favor, me perdoe!
Se já não sei reconhecer
Quando teu corpo ardendo em desejo
Chama apaixonado pelo meu nome
Se meu corpo frio
Não sabe mais esboçar os gestos
Que te agradam e te saciam a vontade.
Perdoa se teu grito não me é mais audível.
É que não tenho mais
O mesmo desejo por ti.
E se não podes aceitar um sorriso,
Nada mais tenho para dar-te.
Sem acordo com meu próprio corpo
Minhas mãos desenham
Oh, meu próprio corpo
A visão está turva e não sei onde adentro
Não sei onde meus dedos entram
Mas está quente, bem quente
Sinto a seda pura
E são 03h:41min
Nenhum anjo acordaria este horário
O inferno está aberto
E eu sinto tudo quente no exterior, no interior
Meu interior
Ele está criando o que mais desejo
Você está me olhando profundamente
Enquanto me relaxo nas ondulações da almofada
Bela almofada que molda meu corpo, minhas curvas
E te favorece
Seu corpo está sob o meu
O que vejo é a linda parede medieval
Que nos enquadra sem dar nenhuma brecha
É aqui que começa nosso jogo
Não sei que horas são
Suas mãos estão sob meu corpo
Talvez dentro
Sentindo, explorando
Ah, tem um calor a mais
O seu calor
Essa soma é um tormento de arrepios de libertação
Ah, o seu corpo
I am back
São 03h:45min e nenhum anjo acordaria
O inferno está aberto e aqui estou eu
Porque não sou nenhum anjo
Nem mesmo o seu
Pelo menos não agora