Poesias sobre Natureza
JOÃO ALFREDO
Na vida do interior,
o dia começa cedo.
Tomar banho no riacho,
bem na sobra do arvoredo,
depois deitar no arbusto,
tudo isso sem ter custo,
logo ali em João Alfredo.
CÂNION DO XINGÓ
Vou seguindo no meu barco
Nesse curso correntio
Águas verdes, Velho Chico
Muito amor por esse rio
Esse Cânion do Xingó
É um tela de Miró
Um lugar que é ouro-fio
Me imaginei borboleta já que gosta tanto de flores já que gosto tanto de cores.
imaginei voando livre pousando em cada flor do Jardim depois de passar pelas profundas, dolorosas e necessárias metamorfoses da vida
Um simples enseada
Pé na areia, linda vista
Bem pequena, escondida
Encanta todo turista
A península pro mar
A baía de encantar
Qualquer um ela conquista
Onde se encontra a lua?
Escondida se aprontando
por de trás da cortina
Enquanto no palco
Dança a chuva.
Mariana, Brumadinho, Barão de Cocais, Nova Lima, Macacos, Itabirito, Rio Acima, Itatiaiuçu, Ouro Preto...
Em Minas, horizonte
era a curva protetora
das serras e montanhas
serenas, quietas
emoldurando o azul do céu
em Minas,horizonte
agora é castelo de areia
que desmorona
a cada sirene que toca
no meio da noite
ou que não toca
e no meio do dia
destrói sonhos e vidas
levados por ondas de lama
em Minas, horizonte
agora é banhado
por rios de lágrima e água suja
em Minas, horizonte
agora é medo...
Início de tarde
horário de verão
o mormaço
faz das árvores
esculturas imóveis
com folhas preguiçosas...
Ou a preguiça é do vento?
A Chuva passou
de madrugada
deixou
espelhos
espalhados
pela calçada
refletindo
árvores alagadas
no fundo
infinito do céu...
Arco-íris e felicidade são irmãos gêmeos.
Efêmeros, belos, acalmam após as tempestades.
Talvez, por serem efêmeros, arco-íris e felicidade são tão especiais e bem-vindos.
O homem que não consegue se conectar com a
Divindade Suprema através da contemplação da natureza, não o encontrará em lugar algum.
Viajem Mística
E o verde das arvores se misturava
com o azul celeste e escuro carregado
de estrelas cintilantes.
E quando rude caia a noite comtemplando
toda aquela vasta imensidão.
Eu me encontrava só, só com um velho xamã,
só, simplesmente só com um velho xamã.
E as rochas rochosas, claras e cinzentas
nos cercavam e uivos de lobos, uivos de lobos
eram ouvidos por todos os lados.
Desde do alto da montanha azul ater o
descer do riacho verde escuro.
E eu era um urso, eu era um urso, o velho
xama disse que eu era um urso.
Um grande e enorme urso e embarquei,
embarquei numa viajem, numa longa
e viajante viajem como um falcão.
Rumo ao horizonte, ao um lindo e
dourado horizonte, tão belo que me
lembrava os olhos, os belos olhos
negros de uma jovem, de uma linda jovem.
Então não podia esquecer, não podia esquecer,
e mergulhei nas profundezas dos olhos
dela, mergulhei nas profundeza linda
e irresistível dos olhos dela, guiado pelo
brilho, pelo lindo brilho dos seus olhos.
Então acordei, então acordei da longa
viajem do velho xamã, no alto das
montanhas rochosas.
Em frente e sozinho diante do mar solitário.
Contemplando toda beleza e frieza do mar.
Na mais completa sensação de solitude.
Então eu pude perceber o quanto
o homem nasceu para ser livre.
Anti-Matrix
A própria sociedade torna o indivíduo inteligente a ser antissocial ou anti-matrix. Perdendo o total interesse em algum tipo de relação social. Em um mundo frio por não ter alma.
Falta de interesse nas pessoais e no modo de vida social, mas mantendo empatia por todos.
Grandes homens foram quase sempre grandes solitários. Grandes lobos solitários. Do lado de um grande homem teve sempre a crescente e grande solidão.
O olho do puma no alto da montanha. As asas do falcão no celeste azul do céu.
Espero a sim o meu sonho final de ter uma vida tranquila em algum país que não seja o meu. E que me possibilita a viver em total liberdade e paz. Que só a natureza pode oferecer.
Mesmo que eu não tenha a dona do coração que bate em meu peito. Quero por fim uma espécie de solidão eremítica na natureza. Um selvagem extremista a viver na natureza de forma natural.
Vivendo na sua forma mais natural de se viver... viver em plena natureza. Um viajante solitário e extremista aventureiro. Minha ambição sempre foi o mundo. Mas vou lembrar para sempre daqueles olhos... vou lembrar para sempre daqueles lindos olhos como se fosse ontem.
Senti-la
A onde eu estiver eu posso senti-la, eu posso sentir as montanhas cobertas de pinhos como se cada um deles quisesse tocar o azul do céu. Eu posso sentir cada cervo a percorrer pelos campos, eu posso sentir as águas dos riachos a transcorrer e transcender pelas pedras e rochas. Eu posso sentir o uivo do lobo assim como também posso sentir o zumbido do grilo e o canto da cigarra a noite.
A onde eu estiver eu posso senti-la, eu posso sentir o orvalho pela manhã, eu posso sentir cada beija-flor beijando uma flor. Eu posso sentir o meu coração batendo apaixonado por tudo isso. Eu posso sentir cada grama, cada flor, cada folha, cada árvore e cada animal livre em plena natureza.
A onde eu estiver eu posso senti-la do olho do falcão ao olho do lince pulsando em meu coração. Eu posso ver e também posso sentir a natureza e toda tua riqueza. Eu posso sentir com certeza... eu posso senti-la, a onde eu estiver eu posso senti-la, transcorrendo viva dentro da minha alma.
Eu posso sentir as montanhas, eu posso senti-la cobertas de neve no inverno. Eu posso sentia a fortaleza e também a fraqueza dentro de mim. Eu não encontrei a natureza ela sempre esteve dentro da minha alma e também do meu coração.
No coração dos grandes homens batem um amor intenso pela liberdade. Um amor pela naturalidade e pela simplicidade das coisas. Um homem livre e indomável a não depender de nada a não ser dele mesmo e da sua própria alma. E a sim morrerei livre como um lobo, livre e indomável como um lobo. Uivando nas planícies encontradas pelo meu espírito, um guerreiro, um xamã. O escolhido da natureza o filho e o príncipe do sol.
No raio de um alcance do sol.
Sobre a fina linha do horizonte.
A ventania que sopra sobre
as asas do Falcão.
A sim como nos olhos do lince, os meus também podia refletir toda emoção do que era está livre... do que era viver a natureza.
Lá eu estava, eu podia vê-la, eu podia senti-la. O vento recaia sobre os pinhos; e as montanhas pareciam tocarem o azul celeste do céu. Eu estava finalmente a onde sempre sonhei está.
Êxtase Natural
Louco como nunca fui.
A não ser porquê não
precisei mais de explicação.
Louco pela natureza, louco
pela natureza, simplesmente
louco pela natureza.
Ressoava tal som dos sentimentos
que provinha das minhas
entranhas.
Loucas entranhas, loucas
pela natureza.
Tanta contentação pela
natureza.
Que expressava dentro da
densidade da minha alma.
Que pulsava pela liberdade.
O êxtase trazido pelo
elo eterno e cósmico com
a natureza ligada a mim.
Toda confusão morria nas
densidades místicas das
florestas.
Morria nas densidades místicas
da minha própria alma.
Porque minha alma se fortalecia
no interior místico das matas.
Ninguém preenchia o meu
vazio.
Mas a natureza preenchia
toda minha alma.
Tudo a natureza me trazia.
Êxtase, ar; alegria.
E tudo mais que minha alma
livre podia querer.
Por simplesmente do fundo
da alma... ama-la.
Corri entre campos de vegetação secas com o meu amontoado coração repleto de liberdade e paixão. Vivendo livre pela a estrada como um andarilho... como um simples e mortal vagabundo. Cujo a alma entreguei a Deus.
Dos momentos belos passando livre pela natureza ficou como uma tatuagem mística marcada na alma. Não teria como esquecer momentos belos de sinceridade que tanto me agradava.
Mergulhador
Mergulhar bem fundo e ver a luz do sol no fundo do oceano me observando. Apenas olho, sem tocar, para que sua luz não se desmanche.
Mergulhar bem fundo e sentir a luz em mim, as águas cobrindo meu corpo, a luz refletindo no meu olhar, o silêncio abraçando o alto-mar.
Mergulhar bem fundo e adormecer, despertar nos meus sonhos e nunca mais precisar voltar para encarar a realidade.
Aqui mora a paz que nunca se acaba.
Aqui mora o amor que envolve todos os corações.
Paz que acalma, amor que transborda, preenchendo tudo por dentro.
As águas são brancas, cristalinas. Não quero acordar para ver a realidade; só quero permanecer aqui, nos meus sonhos de fantasia.
Como uma célula louca, que se volta contra o próprio corpo, se tornando um câncer,
Assim é o homem que agride a natureza, sem dar-se conta que ele está contido nela.