Poesias sobre Música
Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho
Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Somos vazios despovoados
De personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
E um pacote de tabaco
Dão-nos um pente e um espelho
Pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
E uma cabeça presa à cintura
Para que o corpo não pareça
A forma da alma que o procura
Não cantes alegrias a fingir
Se alguma dor existir
A roer dentro da toca
Deixa a tristeza sair
Pois só se aprende a sorrir
Com a verdade na boca
Gárgulas Não Sabem Amar
e só de pensar
que nada que eu faça
vai mudar o que você fez
tento me lembrar
de todas as vezes
que não foram sua vez
eu não sei
quem tu és
mesmo assim
seguirei apesar das diferenças
pois,
eu, vou te engolir a seco
eu, vou devorar o seu medo
eu, só de pensar em ti
acabei petrificado aqui
voa, voa
gárgula
encontre uma parede
antes do dia chegar
coração de pedra
não consegue
perdoar
Não vou
Se me pedir pra atirar pro alto
Se me pedir pra descer do salto
Não vou tirar o batom
Abaixar meu som
Dizer que ta bom
Não vou
Me ensinaram que era feio, ela e o corpo dela
Feio ser a chave pra abrir a própria cela
Feio ser pincel, pintar a própria tela
Dê me perdão se eu cheguei tão tarde
Não crie alarde pra me ver chorar
É que sem boemia não há poesia
E sem poesia não vou trabalhar
A família me pergunta
Quando que eu vou trabalhar
Porque não ta dando em nada essa história de cantar
Tanta gente aí famosa
Nunca chega a minha vez
Mas eu não tô nem aí e tô cantando com vocês
Chega de ouvir os outros
Chega de aceitar conselho torto
Todo dia é dia de olhar no espelho
E de abusar do meu batom vermelho
Do fundo do poço, eu não passo
Do fundo do poço, eu não passo, não
Se quero não, eu mudo a direção!
Se procissão, eu vou na contramão!
Se batidão, eu desco até o chão!
Se der paixão, se entrega, coração!
Vá descobri o seu caminho
E deixe em paz meu coração
Se não sei tocar a vida
Eu sei tocar meu violão
Sinto dizer
Já não tem porque
O nós, os nós que demos
Desataram-se
Mas vá em paz
Que a dor ficou
Em mim e nas últimas doze temporadas
Que a gente encerrou
A gente precisa respeitar
Para também querer
Quem sabe não tem que disputar
Pra quê?
Suave na nave ninguém tá
Quer saber por quê?
Estrada demais para caminhar
E viver
Eu só quero é brincar de ser feliz
O que eu peço para Deus ele me dá
Não importa o tamanho do nariz
Ninguém tem o poder de me julgar
O futuro está todo escrito a giz
O passado não dá para apagar
O destino é eterno aprendiz
Preconceito aqui não tem lugar
Vamos amor
Vamos curtir, bora pra beira do mar
Vamos pra onde está fazendo mais calor
E ninguém pode nos achar
A vida é pra quem sabe viver
Procure aprender a arte
Pra quando apanhar não se abater
Ganhar e perder faz parte
Levante a cabeça, amigo, a vida não é tão ruim
Um dia a gente perde
Mas nem sempre o jogo é assim
Pra tudo tem um jeito
E se não teve jeito ainda não chegou ao fim
Amor a maresia e a brisa me levaram
Marés me transbordaram pr’outro continente
E as lágrimas que em nossos olhos brotaram
Plantaram um oceano
Separando a gente