Poesias sobre Música

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Sonhei com você
O nosso amor era um longa metragem
Tipo Netflix
Pra nunca acabar
Uma viagem de carro pra Recife
Uma passagem de ônibus pra Belém

Inserida por pensador

Dá muito trabalho esse negócio de escutar o outro
De esperar pra ver brotar o novo
E quando venta a gente já não voa

Inserida por pensador

Já se foi minha alegria
E a felicidade que me cobria
Foi simbora bem na hora
Quando eu já ansiava para ter o novo alvor
A desaguar em mim

Cobri-me de cimento e lástima
Já tranquei neste meu corpo
A repulsa
O desconforto
O desfecho do momento
Desmantela o coração
Se o acaso do descaso
Trouxesse o meu chão

Inserida por pensador

E a incerteza de seguir
Me persegue como um cão faminto
Eu escrevo
Grito
Escancaro o peito
Por eu ser assim tão sentimental

Inserida por pensador

Cobri-me de deslumbre e mágica
E jurei de dedos cruzados
Que eu ia converter
Inverter os papéis
Porque eu quero é viver
Na mansidão
Mansa fúria como o mar

Inserida por pensador

Procuro meu caminho
Bem na palma de minha mão
Persigo meu destino
Ouço a voz de minha mãe

Dizendo filha olha
Ao seu redor entenda
Tudo é como deve ser
Tenha coragem

Cresça
Procure um abrigo
Quando a tristeza canta
Desobedeça a dor

Inserida por pensador

A solidão se desmanchou em chuva
Ensopou as ruas do meu coração
Onde havia buracos de mágoa
Lagos cheios de paixão

A solidão tem dois lados
Pra quem quer
Pra quem pode
É um adeus mal colocado

Inserida por pensador

É uma causa nobre
Há solidão pra todo lado
Em cada gesto civilizado
É se perder do outro
Quando esse alguém de você foge

É achar a si próprio
Voar entre os bandos
Sobre os muros dos becos sem saída
É uma ação primitiva
É voltar pra barriga
A solidão se desmanchou em chuva
Ensopou as ruas do meu coração

Inserida por pensador

Quando você for ver o mar
Seus olhos mergulhar na casa de Iemanjá
A Bahia de todos os santos vão abençoar
E verá seu interior festejar
A lembrança de ser livre
Na selva
No barro
No mangue

Nas dunas de um corpo que baila
No canto que o vento espalha
Segue o barco
Segue o rumo

Inserida por pensador

Ela é de leão e tem fogo
Quando desce a ladeira da federação
Quando sobe a ladeira da quebrada
Altera a ordem do espaço com seus passos

Inserida por pensador

Cadê meu celular?
Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome
E explicar meu endereço
Aqui você não entra mais
Eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo
Se você se aventurar

Elza Soares

Nota: Trecho da canção Maria da Vila Matilde.

Inserida por pensador

E quando tua mãe ligar
Eu capricho no esculacho
Digo que é mimado
Que é cheio de dengo
Mal acostumado
Tem nada no quengo
Deita, vira e dorme rapidinho
Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim

Elza Soares

Nota: Trecho da canção Maria da Vila Matilde.

Inserida por pensador

Na avenida, deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida, deixei lá
A minha fala, minha opinião

A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do resto dessa vida
Na avenida, dura até o fim

Mulher do fim do mundo
Eu sou, eu vou até o fim cantar

Elza Soares

Nota: Trecho da canção A mulher do fim do mundo.

Inserida por pensador

Pra você que transforma
Brisa em brasa
Fóssil em míssil

Pra você que transforma
Rímel em rima
Fuga em fogo

Pra você que transforma
Linha em lenha
Careta em carinho

Pra você que transforma
Calma em chama
Cama em caminho

Pra você que transforma
Rambo em rimbaud
Pouco em palco

Pra você que transforma
Acordo em acordes
A dor em roda

Pra você que transforma
Heavy em leve
Cansaço em canção

Pra você que transforma
Em mim o que virá em verão

Eu canto, meu amor
Até chegar no mar

Inserida por pensador

Para depois da tempestade
Para um novo amor chegar
Para que entrem os insetos
Para aqui dentro desembolorar
Para ver melhor a lua
Para a rua poder entrar
Para assistir ao beijo na esquina
Para a menina tomar um ar
Para quem curte o sol
Para quem quer se soltar
Para que as plantas todas
Aos poucos possam se aproximar
Eu quero quebrar as paredes
Nós vamos quebrar

Inserida por pensador

Despedidas são da vida
Vida entre avenidas
A dor é menor, bem menor
Quando termina em samba

Inserida por pensador

Aos meus amigos
De vida e de passada
Eu não vou pedir mais nada
Só vos canto essa canção

Salve o amor salve a paixão
Salve o cantar de um coração
Eu sei que mesmo sem saber
Um dia vou voltar a ver

Inserida por pensador

Não, tristeza não
Essa é quando a alma veste luto
E já não luta

Sim, peleja sim
Coração, em busca de beleza
Corre, anda, rasteja
Só não deixa fugir a vida
Que te beija
Que te beija

Inserida por pensador

E vem cantar
Como quem resiste
Resisitir, como quem deseja
Encantar, como quem resiste
Resistir, como quem deseja

Inserida por pensador

Eu vacilei na primeira regra do rolê
Fiquei doidão
Liguei pra você

Mas quem um dia irá dizer
Que o nosso amor
Precisa se esconder

Inserida por pensador