Poesias sobre Música
As flores seguem o passo cor da minha natureza
Espinho é proteção, melhor aí não encostar
Eu trago na bondade a força da minha braveza
E o meu amor é coisa de contagiar
Levanto a bandeira da revolução
Eu canto e a minha voz ecoa na nação
A jornada é dura, eu não desisto não
Eu tô na rua é pra lutar e que haja flores onde eu pisar
Meu bem, amor assim quero longe de mim
Sou mulher, sou dona do meu corpo
E da minha vontade
Fui eu quem descobri poder e liberdade
Sou tudo que um dia eu sonhei pra mim
Linda, te amo hoje mais ainda
E eu tô desesperado
Querendo te ver, vem
Linda, cê não sabe a falta que faz
Não sou o louco de anos atrás
Eu preciso de você, vem
Todo mundo nasce artista
Depois vem a repressão
Não faz arte - diz a tia
Vê se deixa de invenção!
Todo mundo nasce artista
Depois vem a castração
E o artista que há em nós
Vai do quarto pro porão
Eu senti teu calor
Bagunçou, mexeu comigo
Tu chegou, mergulhou
E me levou contigo
Eu senti teu sabor
É água doce, doce
E choveu, me molhou
É maré cheia
Você pode ligar pro meu celular a hora que você quiser
A proposta de pé, pra você passar o inverno comigo
E se a gente se der bem, passa o verão também
A placa de censura no meu rosto diz:
Não recomendado à sociedade
A tarja de conforto no meu corpo diz:
Não recomendado à sociedade
Vem cá
Me dê a mão
Me conta essa aflição que te alucina
Vem cá
Me dê a mão
Encosta a sua urgência na cadência
NA BATIDA CERTA
Nossos corpos tocaram em sintonia
Tocaram uma sinfonia
Aquela noite, naquela luz
A partitura mostrava suas notas
Aquele dueto de dois corpos
Num tom que subia, ressoava
Ecoava
Por hora flauta, por hora tambor
Por hora gaita de boca, teclado
Soprava, aspirava
Tocava
Tocava, tocava
E o som acalmava e ensurdecia
Até chegar na barra dupla
Onde se acabava em uma fermata
Salubre
Ajeite a casa, abra a janela e deixe o ar entrar,
jogue a bagunça porta a fora e bote a música para tocar.
Nós estamos distantes fisicamente, porém, a nossa conexão é tão grande que, mentalmente, estamos bem próximos, estás presente em alguns dos meus sonhos mais frequentes, motivados pela intensa vontade de estarmos juntos, partilhando um amor ardente, unindo os nossos mundos.
Dentro de um sonho daqueles citados, num cenário elegante, estou diante de ti, onde o tempo aparenta parar, enquanto que os nossos corações abrasados e agradecidos não param de acelerar, assim, os nossos olhares dialogam na linguagem do nosso mútuo sentir, uma emoção singular.
Ainda sonhando, prossigo, seguro a tua mão delicada, a tua cintura, aproximo o teu corpo ao meu, sinto o perfume no teu pescoço e nos teus lindos cabelos, rapidamente, uma música de fundo toma conta de todo o ambiente, espalhando uma distinta veemência, propícia para dançarmos calmamente.
Claro que não desperdiçamos a oportunidade e entre beijos, dançamos por um certo momento, passos simples transmitindo verdade, sentimentos acalorados por sermos conduzidos por nossa reciprocidade, na qual, ficamos embevecidos e somos avivados pela profundidade.
Aquela sonoridade aos poucos vai dando espaço ao silêncio, é quando paramos de dançar, em seguida, torna possível ouvir o ofegar da nossa troca de afetos, o pulsar intenso de cada coração num sincronismo verdadeiro, um alto grau de exultação que certamente não tem preço.
Sempre com uma sensação demasiada de realismo, tanto que desconfio que sonhas o mesmo, seria um bom motivo para justificar os detalhes profusamente vívidos que fazem eu esquecer de que não estou acordado, vivendo ricamente a vida contigo, um viver sem dúvida memorável.
Pedras da Labuta
No palco da vida, os contrastes se entrelaçam,
Onde uns têm praias e outros, a labuta sem parar.
Choro e fome afligem os humildes,
Enquanto fama joga prata ao vento no ar.
Tempo impiedoso no ambiente ruge,
Escurecendo lembranças na memória,
O calor arde, o dragão voraz.
Partimos repentinamente,
Sem delongas, seguimos em frente,
O passado não mais nos satisfaz.
Ser feliz é sonho a alcançar,
Sorrir e cantar é a essência a buscar,
Mil invenções borbulham em nossa mente,
Mas é quando a poesia se arrebenta,
Que as pedras, enfim, revelam seu canto apaixonado.
Neste mundo diverso, desigual,
Paisagem que oscila entre luz e sombra,
A música dos destinos ecoa, sem igual.
Quem é próspero vive à beira-mar,
Mas quem labuta sem ter lar.
Quem não chora, passa fome a penar,
Mas quem tem fama, joga prata no ar.
O tempo, implacável, impõe suas marcas,
Nos desafios, construímos nossa história,
Caminhamos sem parar, em busca do lugar
Onde a felicidade vem nos abraçar.
Com sorrisos e canções a acompanhar,
Criamos o verso, a prosa, a melodia no ar,
E quando a poesia ressoa e se liberta,
São as pedras que cantam, enfim, com alma inquieta.
Ciranda
Cirandinha
Já não quero cirandar
Vou dar meia volta
Espairecer
Anéis de vidro
Cortam
Como amores poucos
Quando se acabam
028 - “Você é aquele poema
que eu nunca consegui grafar,
é aquela história que eu nunca consegui contar,
é aquela música que eu nunca consegui tocar,
é aquele brilho que nunca vai se apagar,
é aquela lembrança que pra sempre vai ficar,
porque perto de mim sempre vai estar...”
Idemi®
Às vezes, parece que eu nem entendo
Embora seja injusto
Fale com os incontáveis eus que foram criados por mal-entendidos
somos todos eu
De qualquer forma, estou bem