Poesias sobre Mãos
Boneco feito de nadas
Com as mãos cheias de nadas
Acordo dum sonho dorido
Tentando repor em meu mundo
Pedaços inteiros de nadas
Acordo e durmo
Durmo e acordo
Nas mãos trago todos meus nadas
Sozinho e sem nada
Atravesso outro dia
Querendo montar peça a peça
Desse meu monte de nadas
Meu coração que é tolo
Insiste e bate por nada
Lá dentro do peito essa dor
Que continua, doendo por nada
Sem nada acordo dum sonho
E tento dar vida ao boneco
Feito de montes de nada
É meu coração, esse tolo
Que sofre por nada e por nada
Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa
Rodrigo Gael - Portugal
Ventre do Sentir
Não fiquei a colher a flor,
desnuda entrega de tua voz.
Adentrei-me, avesso ao passageiro.
Desejei-me morada em tua raiz.
Quis ser lamparina,
respiro brotado por entre tuas mãos
no pulsar candente de tuas veias:
- Eis-me: Habitado pelo ventre do teu sentir
Século De Mãos
Cada criança que nasce é um tumúlo,
Que se abre no útero da sepultura,
Da consciência intra-uterina da alma humana.
Nascer é ser parte do fatídico da vida.
Viver é provar que a degradação não é congênita.
Ó caminhos da existência sobre a vereda da morte!
Ah, mãos da minha infância!
Da infância que ainda hoje sou.
Da adolescência que não tive.
Mãos que sustentam outras mãos.
Ah! – Deus! Deus! Deus!
Por que ainda fecunda-nos com mãos infantis?
Mutilações, substituições! – E sempre novas mãos!
E quanto a mim, que sou outra criança?
Então é uma criança a cuidar da outra?
Deus! – Há na terra um pacto de mãos.
As mãos infantis ardem!
O dramaturgo da vida é Deus.
Minhas mãos estão cansadas de tanto rezar! Abro-as!
Renego a tudo – Aos gritos!
– Mãos oriundas da criação do orgulho a dois.
Progenitores de séculos de mãos!
Não, eu não preciso de mãos para me proteger.
Talvez precisasse de Deus...
Mas cadê Deus? Onde está Deus?
As desgraças sempre foram distribuídas entre as mãos humanas.
Eu estou sozinho e o evangelho sumiu.
Soltar das mãos
As mudanças em relação ao sentido da vida muitas vezes causam uma insegurança, dor e medo; seja mudança no sentido natural da vida, a morte, ou seja, a mudança no sentido da vida familiar.
Quando se percebe que os filhos já caminham sozinhos, e que nossas orientações muitas vezes são desnecessárias, isso nos faz sentir uma sensação de vazio. Talvez porque não tenhamos praticado direito, o desapego.
Soltar das mãos é deixar ir, mas isso pode nos deixar com uma sensação esquisita, uma sensação de impotência, mas que se faz necessária.
E quando a vida apresenta um espelho diante de nós, nos causa um descontrole, uma dor, que nos leva a uma profunda reflexão.
E quando retornamos dessa reflexão percebemos que a vida é isso mesmo:
Que em toda chegada existe uma partida;
Que em toda união existe uma separação;
Que em todo crescimento existe um desprendimento;
Que em cada sorriso há uma lágrima;
Que em cada aprovação há uma desaprovação;
Que em cada sucesso há uma perda.
Enfim viver, gera mudanças.
Tem dias que a gente acorda explodindo de vontade de uma paixão, dessas que tiram o ar por completo
De suspirar
Coração doer
Sorriso bobo
Paixão louca, intensa
De ficar mais linda para ele
De passear de mãos dadas com ele
Sorrir com ele
Enfim e por fim ser todinha dele
Dessa paixão que continua explodindo no peito, alma, sorriso
De ficar contigo
Na tua vida
Te deixar entrar na minha vida
De fazer da minha vida e da sua vida às nossas vidas juntos
P a í s
+Um país será belo,
+Se mãos construírem beleza;
+U m país será culto,
+Se mentes criarem cultura;
+Um país será próspero,
+Se corações desejarem prosperidade;
+Mas um país será vazio...
+Se todos o abandonarem.
Sei que nada é de mãos beijadas
Mas têm exagerado e muito...
Pois, nem tudo precisa ser de mãos calejadas
A melhor sensação do mundo é ter a certeza que o controle não está em suas mãos, mas de quem te ama incondicionalmente e sabe o que é melhor pra você!
Gratidão ao Senhor, meu Deus
Não Procuro Palavras
As palavras me procuram
acasalam em mim
entre si procriam
pelas minhas mãos vem ao mundo
em forma de versos
para assim
gerar outros mundos.
Inspiração não tem limite
A inspiração surge sem tardar,
a toda hora em todo lugar
Principalmente quando fala em luar.
A poesia impregna com todo afinco.
Em tudo está presente,
evidenciando, abrangente, pungente!
Em um segundo, compõe-se um tabuleiro na mente.
Onde as peças são as rimas se fazendo presente.
Deixamos tudo de lado, para poetizar o instante.
Com lápis, papel, pena, tinteiro, poetizamos para o mundo inteiro.
Quando escrevemos, nosso ego não vaga ao léo, sobe ao céu!
O casarão velho, a muralha de pedras, a borboleta beijando a flor.
Tudo faz junção para o poeta versejar, historiar, o amor! Versa tudo o que vê,
observa o casal de idosos de mãos dadas a caminhar, admirando o luar.
Pressupõe tanta fábula, enredo.
Vê naquele casal,
um entrosamento sem igual, imagina um dia viver assim, um casamento, uma história real.
Assim somos nós poetas.
Ao contemplarmos a Lua, ela já se converte em uma diva, uma musa, poesia.
Se vamos ao campo, a mente não freia, não descansa, dispara a pensar, vê poesia em todo lugar.
Inspirados, coração palpitante!
Árvores, pássaros, riachos, plantação, igual imaginação, em todo lugar.
Atordoado fica, de emoção, não se sabe como parar.
-- Escrever para um poeta
é uma deleitação que traz vida ao coração!
A poesia é teimosa como a flor.
Como assim?
Brota seja lá como for, e resiste.
(Sendo poeta até o Sol virar Lua) verdade nua e crua!
Rosely Meirelles
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MÃOS DE VERÃO
Incontrar-se com os lhos, o espaço de um tremor.
Comunicar-se com a mente, enquanto pensa no amor.
Brincar com o olhar, por trás do último véu.
Deixar-se transportar, enquanto se apaga o céu.
Confundir o sabor do sal com o suor. Depois apertar os lábios e escutar o mar.
Um piscar de olhos, desejo, prazer. Palavras sufocadas...
Mãos violentas e doces... Em uma praia, um verão...
Pintura íntima,
Da pele nítida,
Na lembrança dos meus olhos,
Com eles fechados,
Da luz acesa da minha mente.
Lembranças palpáveis,
Sinto a textura rentável,
Como se sentisse na palma da mão.
(16/06/19)
“Aquelas mãos que seguravam as suas, quando você era criança...
Aquelas mãos que lhe davam segurança e amparo...
Aquelas mãos... fazem uma falta danada...”
Corpo e Alma
Amo os cílios
Os olhos
A cor deles
As sombrancelhas
A boquinha
O narizinho
Os cabelos
As orelhas
Mãos e dedos
Pés, unhas e pêlos
Braços e pernas
Costas e nadegas
Barriguinha
Seios, umbigo e cotovelos
A nuca e tornozelos
Palma das mãos macias
O olhar e o doce no beijo
Amo a alma
Amo até o que não vejo
Castelo de Sonhos
A menina até hoje brinca com a boneca de pano, e com seu sorriso indulgente desabrocha no Jardim da vida pétalas
em flor...
Em seu castelo pueril observa agora atentamente suas mãos enrugadas e as marcas de expressão em seu rosto que ficou...
Mas ela continua sonhando e acha que o tempo não passou...
Me diz qual é a cura
Pra usual dor dentro do peito
Que aperta o coração
Como se fosse duas mãos
Espremendo-o entre os dedos
Caroline Sória
Copyright © 2019
Quantas mãos ontem estiveram levantadas em oração pedindo a Deus paz para o mundo?
Quantas mãos hoje negam um aceno para um irmão?
Estas mãos serão as nossas?
Talvez haja uma verdade universal absoluta. Talvez ela justifique todas as perguntas. Mas isso está além do alcance dessas pequenas mãos.
(Yang Wen-li)
Em liberdade sigo a vida e pensamentos,
não marco momentos de indecisões,
nada procuro, nem quero, nem fomento,
sou apenas passageira desse tempo de ilusões
Se tive ou tenho amores, que interessa?
apenas eu posso saber de meu caminho,
mas é certo, que é correto e sem pressa,
vou por ele cumprindo apenas o destino
Nas mãos levo um bouquet de flores
simples, do campo, perfumes a granel.
distribuo-as, enfeito a vida de mil cores,
quero que cada um tenha um pedacinho de céu
MÃOS
(Bartolomeu Assis Souza)
Está em nossas mãos...
A nossa vida...
Cada escolha determina
o que virá em seguida...
Pode ser belo ou não
Procure sempre o melhor
Estamos indo à vida
Famintos por viver
Mesmo que aja espinhos...
A vida só proporciona
o espetáculo do agora.
O amanhã ninguém sabe
se ainda estará aqui.
Aproveitar o agora, o momento,
é o que nos resta.
Viver como se fosse o último momento.