Poesias sobre Mãos
DEIXE-A CAIR!
– Mamãe, você está chorando?
Mesmo disfarçando ela percebeu. De mãos dadas na porta de saída do restaurante, observávamos a chuva que havia iniciado e nos impedia de seguir.
– Sim, meu amor, mamãe está ficando velha e boba e se emocionou com a chuva. – Reparei então, pelo seu semblante, que não havia entendido bem a minha resposta. Continuei: – Chuva é riqueza para nosso povo tão pobre de água.
– Mamãe, mas estamos sem guarda chuva. Como chegaremos até o carro? Está bem forte. – Alertou a minha pequena, sempre tão prática e racional, e naquele momento também preocupada com o horário do prometido cinema.
– Não se preocupe, filhinha. Para a chuva, temos todo o tempo do mundo. Deixe-a cair! O Sertão está com tanta sede… E vê-la assim, tão densa, é bem melhor do que qualquer filme, tenha certeza.
Nesse momento, ajoelhei para ficar da sua altura. Eu poderia ter só me abaixado, é verdade, mas era de joelhos que todo o meu Ser queria estar naquela hora.
Na perspectiva visual da minha menina, pude observar ao longe um grupo de jovens em algazarra tomando banho na chuvarada, gritando, cantando, dançando e pulando poças. Nos edifícios, várias pessoas debruçadas nas janelas, sorrindo e observando a água cair. Os carros passando, vagarosamente, vidros entreabertos e os “caronas” com as mãos para fora (pelo jeito buscando sentir as grossas gotas ao encontro da própria pele).
Um senhor que passava ali portava um guarda chuva fechado (e não parecia ter a intenção de abri-lo), e o vi pedir muito sorridente um “saquinho plástico” ao garçom do restaurante que estávamos, decerto para proteger o celular enquanto enfrentasse o aguaceiro. Cada um demonstrando a sua emoção de um jeito diferente.
Continuamos ali paradas por mais alguns minutos, abraçadas, nos deliciando com o cheiro, o som e a visão daquele precioso evento, que alegrou sobremaneira o nosso domingo.
Queria
Queria pelas ruas,junto a ti andar,
de mãos dadas, pelas calçadas
caminhar.
Olhar o céu, as estrelas contar.
Em frestas de portões espiar,
ser criança, pois criança sabe amar,
sem se preocupar com o que os outros
possam vir a falar.
Abraçar-te em plena luz da lua,
voltar no tempo,lembrar a infância
sentir que a vida sempre se renova,
como o viver, o amar e a esperança.
Em tua cintura firme segurar,
e beijar tua boca, em plena rua.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Mãos se cruzam acompanhando a apatia
Própria que se trancam entre o aço e o concreto
Destino, também, que ironia!
Dos que escapam, ao menos mau, do urbano tormento
A fuga do incoveniente não esquipa à inexorável certeza:
Os maus em aspas se encontram no ápice de suas extremas
Unção somente aos nobres
Aos plebeus a indiferente natureza.
Amo quando me toca, suas mãos quentes, minha pele arrepiada
Amo quando me olha, seu olhar profundo, meu olhar tímido
Amo quando brinca comigo, suas brincadeiras bobas, eu boba apaixonada
Amo quando me encosta em seu peito, você me protegendo, eu segura em seus braços
Amo quando fazemos amor, seu corpo, meu corpo, um só corpo.
Amo seu toque, amo seu olhar, amo seu sorriso, seu cheiro, amo tudo em você!
Para viver a expectativa de um futuro certo e feliz é deixando-o guardado nas mãos de Deus! “Somente não sejam desobedientes... E não tenham medo, o Senhor está conosco! " Nm 14:9
No dia a dia escutamos ou lemos muitas vezes que “colocamos a vida nas mãos de Deus” Entretendo há um desejo natural querer estar no controle de sua vida, assumir que você pode controlar todas as situações. E esta expectativa irrealista levará à desilusão e à exaustão.
Deus tem um plano abençoado para todas as pessoas, o que inclui uma vida bastante superior a tudo que o mundo possa oferecer, mas atingir isso envolve negar-se a si mesmo. “Este é o Deus cujo caminho é perfeito; a palavra do Senhor é comprovadamente genuína. Ele é escudo para todos os que nele se refugiam. É Deus quem me reveste de força e torna perfeito o meu caminho.” 2 Sm 22:31 e 33
Deus, incansavelmente deseja libertar-nos do controle da carne. O processo de abrir mão e desistir do controle pode ser doloroso, mas o resultado final vale a pena. Assim, pare de querer assumir o controle e deixe Deus ser Deus em sua vida.
Coração intocável
Dentre tantos que o desconhecido destino
Entregou em minhas mãos
Apenas um com incandescência singular
Pode afagar meu intocável coração.
Os melhores presentes não foram
feitos para serem desembrulhados
com as mãos, mas com a emoção
que aflora à alma, e por não caber
no coração, escorre pelos olhos.
Sabe a saudade?
ela agora é minha companhia na sua ausência. Fica aqui do lado e vem sempre de mãos dadas com as lembranças. Lembrança do que foi bom, saudade do que vivi. Nesse meio termo, te espero!
Sobre o amor...
Tudo o que li,
Tudo o que vi,
Tudo o que até hoje vivi
encontrei em suas mãos...
Sobre o amor...
E eu que pensei que fosse tudo especulação
de seres a falar com emoção
sobre o amor.
Com você percebi
que nada mais é igual
depois de você.
Sobre o amor...
Nada perdi
em acreditar
que tudo é real.
Tenho a certeza, que nunca vou estar sozinho
Terei sempre essas mãos estendidas me ajudando no caminho,
E vai ser sempre assim,
Meus amigos, minha família, até o fim.
Perceba-se, não deixe que seu autocontrole se perca,
Todo o poder e razão estão em suas mãos, mesmo na incerteza,
Caminhe, claro..........mas só depois de discernir que o caminho será o mais correto.
É sempre bom ter um ou dois mistérios em mãos,
faz nos sentir especiais a procura d algo mais especial ainda.
Durante os seus momentos de aflição, erga suas mãos para o alto e peça que desça sobre você, uma luz curadora que possa te aliviar desse sofrimento e te conduzir ao equilíbrio que necessita.
Peça e receberás, porque sempre seremos ouvidos em nossas súplicas
Dor
Minhas mãos tornam-se tão inúteis
Quando se trata de dor
Fica em mim o desejo de expurgar
Extrair a dor.
Mas minhas mãos não
Abrangem um sentimento.
Homenagem ao meu pai! Wantuyl Vasconcellos Barbosa. In memorian
Lembro como se fosse ontem, mãos dadas rumo ao horizonte;
Caminhando sempre ao seu lado, me sentindo protegido e amado;
Sorriso estampado no rosto, nunca te dei um desgosto;
Infância linda e maravilhosa, muito feliz e todo prosa;
Nunca pensei que um dia, estaria a escrever com sabedoria;
Relatando os belos momentos que passamos juntos ;
Hoje vivo a realidade, você se foi e deixou muita saudade;
O meu coração ficou um vazio, ainda sinto o calafrio;
Da tristeza que me deu no dia que você partiu;
Hoje é dia dos pais, estou órfão, porém capaz de dizer;
O quanto te amo!
Este é meu pai...
De olhos e mãos cansadas,
Cabelos que lembram o branco da neve,
De pele marcada pelo tempo e desafios da vida.
Possuidor de um coração que apesar de pequeno abriga o mundo,
Acolhendo e sempre fazendo bem-vindo aqueles que um dia se foram,
Mas que retornaram por não saberem viver...
Este é meu pai,
O ser que me vê como sou
E que me corrige quando eu não consigo me ver...
Meu pai de tantas vidas em uma só,
Carregado de experiências e labores desta vida,
Possuidor de felicidades tantas vezes suprimidas.
Homem de sorriso guardado,
Mas que ilumina o lar
Em ocasiões especiais.
Meu pai, o ser sem poderes supremos,
Mas dotado de dons celestes;
Usando-os pra me ensinar.
Anjo, que depois de dizer “tchau”
Em nossas despedidas diárias;
Ora por mim.
Se eu conseguisse traduzir em palavras
Mesmo que fosse em qualquer língua
O amor que sinto por você...
Talvez isso pudesse pagar
Tudo aquilo
Que sempre fizestes por mim.
Queria-te abraçar,
As nossas mãos entrelaçar,
O teu corpo contra o meu,
E o meu olhar cruzar no teu.
Nunca esquecerei esse olhar,
E como me fazia sonhar,
A forma que me animava,
Quando deprimido estava.
Penso no teu sorriso,
Para mim, o paraíso,
Nunca mais o terei,
Mas jamais o esquecerei.
Tanto é o meu desejo,
De sentir o teu beijo,
Sonho com o teu carinho,
Mas acordo sempre sozinho.
Foste tanto para mim,
Um amor quase sem fim,
Mas tanto te desiludi,
Que por fim te perdi!
ESCREVER
Minhas mãos já calejadas
Continuam a escrever,
A descrever,
A crer,
A ver.
Ontem eu escrevia,
Hoje escrevo,
Amanhã escreverei,
O motivo disso eu nem sei,
Mas como alguém já citou no passado:
“Só sei que nada sei”
Os gestos são o início de tudo.
Primeiro vem as mãos.
Depois de irmãos,
vem o afago.
Depois do afago o sorriso,
depois do sorriso,
o abraço.
Depois do abraço,
tudo se desmancha em beijo
ou se desmorona o paraíso.
Pobre da laranjeira que nasce pelas mãos de um cultivador podre. Está fadada a, sem culpa, transferir a podridão do seu fiador.
E mesmo que se tente regar a laranjeira com água limpa, lá está o responsável mijando na raiz.