Poesias Romanticas para a Pessoa Amada

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Podemos conviver com uma pessoa mesmo sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por serem as mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos de dentro, aquelas vozes que dizem: vá por este caminho, se preferir, mas você nasceu para o caminho oposto.

Primeiro, preciso convencer a mim mesma de que sou uma pessoa. Depois, talvez eu me convença de que sou uma atriz

Eu nunca fui a melhor pessoa pra ninguém. Eu nunca fui perfeito e nem nunca passei perto disso. Eu nunca me destaquei nem procurei por isso. Eu nunca soube agradar alguém corretamente. Nem nunca quis ser o melhor pra todo mundo.

O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Intelectual? Não.

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É muito triste tornar-se um lixo aos olhos da pessoa a quem você ama, e que um dia te amou também...

O homem é menos ele mesmo quando fala de sua pessoa. Mas deixe que se esconda por trás de uma máscara, e então ele contará a verdade.

Oscar Wilde
The Critic as Artist (1891).

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Não há por que não criticar muito severamente quando se tem a sorte de amar a pessoa que se critica.

Uma pessoa que ama verdadeiramente não é aquela que acende a luz,mas sim aquela que mantenha acesa.

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica O impulso.

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Eu já sofri muito com os desamores. Me apaixonei por pessoas erradas, me perdi de mim, culpei pessoas por uma infelicidade que morava no meu peito. Que bobagem, o que é nosso é nosso, é maldade jogar nas costas do outro uma coisa que te pertence.

A rotina é sempre a mesma: uma pessoa entra na minha vida como quem não quer nada e quando ela se torna vital para mim, decide ir embora.

Qualquer pessoa pode ser boa no campo. Ali não há tentações. Eis por que as populações rurais são tão pouco civilizadas. Civilizar-se não é fácil. só se consegue por dois meios: cultivando-se, ou pervertendo-se.

Amor é quando você acha que a pessoa com quem você se relacionava era egoísta, possessiva e infantilóide e isso não reduz em nada a sua saudade, não impede que a coisa que você mais gostaria neste instante é de estar tocando os cabelos daquela egoísta, possessiva e infantilóide. Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres.

"Porque amor é justamente isso. É ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle."

Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica A lucidez perigosa.

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Estilo é uma coisa que nasce quando a pessoa morre. Não seja estilista de si mesmo, varie na sua criação

Há sempre uma pessoa na sua vida, a qual, não importa o que ela faça com você, você apenas não pode deixá-la ir.

Ando diferente, agindo diferente, pensando diferente. Não que não seja mais a mesma pessoa, não que deixe de fazer as mesmas coisas. É, talvez deixe, mas isso eu vejo depois. A diferença está na maneira de ver as coisas e de ver a mim mesma. A diferença é que agora não sei o que quero, ao contrário de antes. Quero fazer coisas que nunca fiz antes, só não sei bem que coisas são essas, ou sei, mas é complicado citar. Mudar faz parte do ciclo, não é mesmo? Só não sei até que ponto pode ser bom ou ruim, pra mim, pros outros. Não sei se é o certo, e no momento, nem estou querendo saber.

"Não se apaixonará pela pessoa ideal, mas por aquela que não conseguirá se separar. A convivência é apenas o fracasso da despedida. O beijo é apenas a incompetência do aceno."