Poesias Romanticas para a Pessoa Amada
Alma Perdida
Ensurdeci com meu choro contido
De uma alma perdida
Entre os mundos em fim
Calei-me diante dos tribunais celestes
Onde me condenavam por te amar demais
Amarrei meus gestos que eram amplos
Troquei-os pela cabeça baixa
Assumindo meus erros...
Mas diante de Deus confessei,
Que matei meu coração, sufoquei-o, arranquei sem dó...
Pois só assim iria conseguir sobreviver á paixão;
Mas agora vivo vagando
Perambulando pelo mundo na escuridão
Apenas uma alma corroída
Perdida nos caminhos onde percorri contigo...
Só me restaram as lembranças,
Do teu sorriso bonito
Do teu corpo maldito
Que fez pecar , que me fez perecer
Mas se eu tivesse uma chance novamente
Renascer suavemente, nesse mundo cruel
Faria tudo de novo
Procuraria-te sem pensar
Entregaria-me outra vez, iria te amar...
Pois não me arrependo de nada do que fiz
Apenas te amei
Pena que você não me quis...
Leticia Andrea Pessoa
Profan
Não me olhe assim... É melhor para você
Se fechares os olhos sobreviverás
Sou tal como a medusa
De beleza inebriante
Mas que cega a quem olhar
Em pedra te transformo
E me deformo em teu olhar
De coração profano
De alma mais profana ainda
Não tenho medo de te desprender tua alma do bem
Não quero você tão puro assim
Se vista de paixão
Quem sabe chama minha atenção
Me aceite assim
Não me prenda
Não me siga
Sou livre, ave negra e noturna
Figura do mal
Tudo que é certo eu odeio
Tudo que é sagrado eu destruo
Portanto rapaz,
Afaste-se de mim
Letícia Andrea Pessoa
Meu eu
Hoje minhas palavras estão um tanto negras
O espírito negro o outro lado de mim hoje dominou
Meu lado obscuro
Minhas vontades maléficas
Hoje saltaram para fora de meu corpo
Tentei prender esse meu eu
Mas de nada adiantou
Ele saiu abrindo a asa sobre mim me dominou
Comecei então a descrever esse mundo sombrio
Esse mundo fétido, escuro
Onde as trevas dominam
Onde a luz jamais entrou
Mete-me medo esse ser
Que de tão belo encanta
Mas que ao mesmo tempo tem a face deformada pela luxuria
Os sete pecados nele vivem
Todos os defeitos nele permanecem
Esse meu lado do mal
Guardo bem guardado
Escondido trancado
Á sombra dos olhos de Deus
Leticia Andrea Pessoa
Meus desejos
Meus desejos são inconfessáveis
Indecifráveis
Meus desejos são como animais ferozes
Atrás das grades precisam ficar
Como um louco, insano
Trancado precisa estar
Eles possuem garras fatais
Dentes mortais
São monstros horrosos
De feições grotescas
Mostram-se muitas vezes belos
De perfumes inebriosos
Mostram-se sedutores e muito calientes
Mas necessito mantê-los trancafiados
No fundo de minha mente
Nos labirintos de minha alma
Te peço deixe-os em paz ...
Leticia Andrea Pessoa
Versos ao ídolo - Ao meu ídolo Elias Matogrosso
Olho-te aqui tão distante
Me perco no teu olhar a todo instante
Amado meu á distancia permaneço a observar
És como estrela em noite enluarada
Que jamais pode se tocada
És canção na viola ponteada
As canções assim evocadas a um amor
Amor onde jamais se fará moradia
Pois não tenho essa ousadia
Em realmente te amar
Apenas te observo em teu mundo
Alguém em que meus pensamentos caminha
Viaja a me faz sonhar...
Sou alguém caro amor,
Que tão distante fica de ti
E que apenas quer sentir
Essa admiração a me inspirar...
Leticia Andrea Pessoa
O relógio marca a vida constantemente sem cessar
Marcam segundos
Minutos
Horas a passar
Se o tempo parasse...
Ah se o tempo parasse
Queria que parasse no instante em que te vi
Aquele mágico instante
Em que me deparei com teus olhos
Perdendo-me como se perde em um oceano tão profundo
Esses teus olhos verdes...
Ah esses teus olhos verdes...
Como eu dizia,... queria que o tempo parasse nesse instante
Que parada fiquei a te olhar
Vendo-te passar devagar, aos poucos
Fui me curvando...
Dobrando a rua atrás de ti
E assim sumiste ao fim...
Agora fico imaginando aquele momento
Em que por ti me apaixonei...
Leticia Andrea Pessoa
Mistérios
Mistérios esse teu olhar
Profundo
Claro
Escuro em meus desejos
Mistérios apenas mistérios
E eu a desvendá-los
Em promessas cantadas
Palavras enluaradas em noites de verão
Esses mistérios me deixam cada vez mais aguçada
Em minhas percepções
Quero tanto que eu mesma me estranho
Faço versos pensando assim em ti
Mergulho em minhas desventuras
Apenas amo-te, nada mais
Nada importa
Se há distância
Se não há importância ao que me revelo
Nada importa...
Tudo que quero sentir
É o meu coração assim por ti palpitar...
Leticia Andrea Pessoa
A rosa e a mulher
Uma é perfumada
A outra se perfuma e sai
Uma é tão bela que os pássaros atraem
A outra de beleza igual à primeira
Atrai apaixonados, poetas e sonhadores
Uma tem cores esplendorosas, inebriantes
A outra faz as cores se inebriarem, se faz arco-íris
Um apesar de tão bela possui espinhos aguçados e agudos
A outra como a primeira
Tão bela como a primeira
Tão perfumada quanto à primeira
Tão colorida quanto à primeira
Possui espinhos vorazes como a primeira
Espinhos pontiagudos, venenosos
Capazes de ferir mortalmente quem os toca
Crescido em seus momentos de tristeza e solidão
Mas nada a temer...
Pois esses espinhos se tirados com cuidado
Terás a mais bela flor do jardim
Ea mais amada mulher até o fim...
Leticia Andrea Pessoa
Faça de mim...
Faça de meu corpo terra fecunda
Onde nascem todos os teus sonhos
Onde se fazem frutos todas as sementes
Faça de mim.
Tudo o que pensas em compor
Seja uma música, com melodia e letras
Ou apenas versos
Soltos pelo espaço entre o presente e o futuro
Faça de mim...
Faço-me estrela cadente, entrando em teu universo
Incendeio-me ao teu contato breve e tão profundo
Faço-me lua em fases distintas...
Meio crescente meio minguante
Sou lua cheia ao teu encontro tão furtivo
Faça de mim...
Faça tudo aquilo que não sou , ou que nunca penso em ser,
Faça tudo , mas não me conte , apenas faça
Pois se eu souber , jamais serei assim...
Eu te peço , oro , rogo ..faça de mim...
Leticia Andrea Pessoa
Um sonho
Numa bela madrugada
De brisa suave e de caminhos tão claros, acordei
Sentei na cama, respirei e fundo e lamentei
Lamentei por ter acordado
Pois contigo sonhava...
De mãos dadas caminhávamos pela areia branca de uma praia
Coqueiros dobravam o vento
O mar assim tão azul
Mas acho que era verde...
O sol se deitava ao longe
Tudo era tão lindo
Em cores fortes e ao mesmo tempo delicadas
Olhava em meu redor e não via ninguém
Era apenas eu e você
Sentada na minha cama permaneci
Embevecida com o meu sonho...
Olhei o relógio na cabeceira da cama e vi
Que era início da madruga e que eu poderia voltar dormir
Olhei tua foto...
Senti o teu perfume em minhas roupas...
Relembrei tua voz....
Fechei meus olhos e novamente deitei,
Quem sabe outra vez o sonho traz você pra mim...
Leticia Andrea Pessoa
As avessas
Tantas vezes sonhamos com o príncipe encantado
Montado num cavalo branco
De crina comprida
De cavalgar suave
Que venha nos libertar de nossos pesadelos reais
Um príncipe tão belo
Tão encantador
Um conto de fadas perfeito
Tornando-nos rainhas de seu reino
Princesas maravilhosas...
Mas o príncipe está do lado
Nem tão belo
Sem cavalo...
Mas se observarmos bem direitinho
Dentro do ogro há um homem divino
Meio xucro
Às vezes de patadas a tratar
Mas é o príncipe da vida real...
Leticia Andrea Pessoa
Reflexão
Sonhos existem para serem sonhados
Amores para serem amados
Realidade para serem vividas...
Ninguém foge ao seu destino
Embora o destino possa ser mudado
Paixões arrebatam!
Ou simplesmente nutrem o coração
Amar é o que move o ser humano
É a razão das nossas vidas
Nascemos por amor
Amor entre dois corações
Amor, simplesmente amor...
Então vivamos o amor em toda sua magnitude...
Letícia Andrea Pessoa
Canção Cuiabana
Em versos poéticos de amor
Frases perfeitas de sonoridade
Igual a notas da viola de cocho
Deliciosas rimas como os sabores cuiabanos
Cuiabana... De meu coração...
Cuiabana... minha emoção...
Linda poeta, proseada enluarada
De versos e canções
Cuiabana o som ao longe corre as veredas
Das águas claras mato-grossenses
Cuiabana...
Meu grito solto ao vento
Aparece-me um alento os carinhos teus...
Tantas aves, flores e cores nos prados de Cuiabá
Cuiabana é a minha canção
Dos trens e fronteiras
Das horas matreiras dos campos gerais...
Das chapadas, céu azul, belos animais...
Cuiabana... De meu coração
Cuiabana... Minha emoção
Bela morena... Formoso peão
Essa canção cuiabana vou a cantar
Estrada sem fim ou se no fim, irei gostar
Se todas as estradas dessem em Cuiabá...
Leticia Andrea Pessoa
“Nosso mundo está em constante versão beta. Onde ninguém é um usuário experiente já que tudo muda constantemente.
Quem ficar parado vai ser engolido e o mesmo vale para quem se mexer devagar.”
“Não creio na construção sadia de uma humanidade longe da espiritualidade. Nem creio que alguém se torna melhor lendo cartilhas, para mim sentimentos são itens espirituais.
Para ser inteiro, não divorcio o corpo do espírito. Somos corporificação daquilo que os olhos não vêm, a melhor parte dos dois mundos.”
“O poeta escreve pra si.
Foi assim que compus meus silêncios.
Na letra exponho meus estados.
Lá não tenho armaduras.
Não tenho pele.
Tudo que me toca, toca no osso.
Tudo é letal.
Quem me lê, vê que oscilo do incrivelmente feliz para o dramaticamente melancólico.
Sinto, e muito!
Viver, para mim, está intrinsecamente ligado ao sentir.
Quem não sente, não pode estar realmente vivo.
Noto que habito numa terra povoada por zumbis.”
“Deturpei meus sentidos.
Chamei de amor os meus exageros e de paz minha surdez. Tudo em mim era mentira...
Exceto pela dor, essa nunca me traiu.
Sofrer foi a única prova de que mesmo delirando eu estava existindo.”
Gêmeos
"Há algo em mim que não é meu.
Há um fôlego que continua a me oxigenar mesmo depois que meu corpo se rendeu.
Há uma força que impulsiona quando as minhas pernas já não se movem.
Há uma bondade que compartilho que essencialmente não é minha.
Quando escrevo, não sou um, mas dois.
O que dita e o que redige.
O que é, e o que gostaria de ser.
Eu e você.
Sou o religioso e você a espiritual.
Eu lagarteio, enquanto você borboleteia.
Faço poesia pela minha incapacidade, de como você,
viver poeticamente.
Temos o mesmo DNA, os mesmos dias de vida
ainda assim você é muito maior do que eu.
Dividimos apenas o ventre não os predicados.
Minha esperança é, que ser você seja inevitável também para mim.
Ao vê-la percebo tudo no que posso me tornar.
Somos o Já e o Ainda Não.
Como semente que possui em si todo potencial de uma bela e frutífera árvore,
mas ainda não é arvore.
Você é arvore, você é já, eu... ainda não.
A folha, no outono,
que outrora surgiu.
Com a chegada do frio
caiu.
Pois a àrvore
desistiu,
de gastar sua energia
com quem só lhe consumiu.
Preferiu canalizar tudo que tinha
com quem mais lhe valia,
sua própria raiz.
“Amamos antes do amor chegar. Amadurecemos cercados de defesas.
As respostas mudaram conforme a nossa esperança.
Sufoquei-me com as palavras que nunca disse.
Cada vez que negligenciei minhas vontades algo morria em mim.
Perdi o paladar por só saborear desejos alheios.
Fui corresponsável pelo óbito do nosso futuro.
Tristes tempos pretéritos, presentes. Nossa química era física.
No final, só hiato de fato.”