Poesias que Falem em Mãos
HIDROCÍDIO II
Ah sonho de luz pra vender!
Gerado por mãos hidrelétricas
Energia de águas repletas
De força, a vida a mover.
Felicidade a conta gotas servida
A conta watts gota a gota contada
Tostão a tostão cada vida mensurada
Em mercadoria dia-a-dia transvestida.
Na escuridão de nossa vã sabedoria
A ignorância é a luz que irradia
De nossos sonhos-pesadelos tão comuns.
Se mal contidos nossos sonhos mal deságuam...
Num incontido ato nosso, mãos degradam
A natureza mãe de todos e cada um.
Mas eu queria suas mãos nas minhas
Revelar as fotos que tiramos e ninguém sabia
Da sua partida (da sua partida)
Ao meditar nas obras de Tuas mãos
Percebo a imensidão do Teu poder
Os céus revelam a Tua glória
O sol reflete Teu resplendor
A lua e as estrelas proclamam Tua majestade
E até a mais simples flor fala do Teu amor
Sim, tudo é Teu pois Tu o criastes
O universo inteiro está ao Teu dispor
Mas nem os céus, nem os céus dos céus
Poderiam te conter
E ainda assim, vieste em mim morar
E me escolhestes para Tua glória expressar
Como posso eu simples pecador?
Retribuir tão imenso amor?
Coloco-me ao teu dispor
Faz de mim um templo digno de Tua habitação
Vive em mim Tua santidade
Reina em mim a Tua vontade
Brilha em mim a Tua glória
Enche-me do Teu amor
E que minha vida seja para o Teu louvor
É a todo instante, o instante que passa e já não me pertence, passou, fugiu.
Com as mãos não o retenho. Nem com os pés.
Eu tento. Apanhar. Guardar, reter.
Segurar no olhar. Na palma da mão.
Mas passa. Ele. O instante.
Sem seguro. Solto e fujão, escorrega.
Mandou-se.
Fiquei. Fui. Arremeto. Arremessada sou, a todo instante.
Deste instante para outro. Logo ali.
Talvez. É a Soma? Somo todos. Indago.
Mas o que resta, é só um. Este.
Somos instantes. E num instante já não somos.
Nem estamos.
Fomos.
Seus olhos cansados ,suas mãos geladas
Seu rosto pálido ,seus lábios rachados
Ela se perdeu em um escuro confuso.
Ela se perdeu , na escuridão de seu próprio mundo .
Seus olhos não tinha luzes ,seus cabelos macios ,
E um olhar de medo ,sorriso disfarçado
se afogou no mar sereno .
Ela escuta vozes sombrias ,ela escuta vozes desesperadas ,
Ela tenta procura-las ,mais se perdi no meio do nada.
Ela acha o caminho ,e vê um espelho de seu tamanho
Em volta arvores mortas , e escuta alguém chorando .
Sabe o que é descansar em Deus?
É deixar nas mãos Dele o controle de sua vida, principalmente daquelas situações que você já tentou, já chorou, já se desesperou e não conseguiu mudar... pare de tentar por suas forças e só se desgastar .... Deixe Deus cuidar disso pra você, Ele quer ser a Tua força , permita que Ele vá a frente e lute essa batalha porque quando descansamos Nele e com fé confiamos no Seu cuidado não existe batalha que o Deus Todo poderoso não vença!
Então acredite e descanse e grandes coisas você verá Deus fazer !
Débora Aggo
Mãos Lascivas
Plácido amor, polifonas,
Querente coração, poejo,
Onde carinhos sem mensura
Brotam como a luz do dia...
O toque orquestral de um beijo
Tinge de ardor celestial ventura.
Nesse ninhal, refúgio de carícias,
Ondulando nossas almas com mestria,
Teus braços,maciez incontinente
Me levam a essa fonte de delícias...
Clarão inesgotável do poente.
Quero o afago dessa mãos lascivas
Sobre a pele,lume que se expande...
Orvalhando o leito de poesia.
Lá fora, geme o vento em cantigas!
Flores onde quer que ande,
Num turbilhão de alegrias.
Tua Poesia
Espelho da alma,
Vida que escorre entre as mãos
Assim é a poesia...
Todo o poeta acalma
As dores do coração,
Em versos que pronuncia.
A pena alegre ou triste
Detalhes vai contornando,
Em singular aventura.
Desde o dia em que partiste
Vivo teu nome rimando,
Com a palavra amargura.
Meu coração agora
Já tem a forma de flor
E o perfume do jasmim...
Que esta rima sem demora
Chegue a ti, meu amor,
Num abraço sem fim...
Desperto…
minhas mãos frias
crispam os dedos inertes
no gatilho da espingarda
Debaixo de mira
numa linha reta que dificilmente erro,
o alvo
Um corpo negro,
meio nu…
Apenas o cobrem os restos daquilo que foi
um camuflado zambiano
Veste no rosto,
encimado por um chapéu também camuflado,
a raiva
Para ele nós somos o invasor,
o inimigo a abater que importa liquidar
ainda que connosco tenha aprendido
rimas de civilização
Nós somos o invasor que (ele) quer
expulsar
destruir
aniquilar
E ele, para mim, o inimigo de ontem
será o amigo de amanhã
a quem hei-de abraçar
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
DOR...
Enquanto muitos fogem, eu ando de mãos dadas com ela, porque não tem como alcançar a glória sem passar pela dor.
Noite e dia louca de amor...
vem meu amor com tuas mãos
loucas de desejo, corpo quente
junto ao meu, boca do meu beijo
vem amor faz-me insana, profana
louca pelo teu corpo como aroma do meu
atiça-me, provoca-me, chama-me
inflama-me, queima-me, é tudo teu
Geme comigo, com paixão,
que meu corpo seja teu e o teu
se una sempre ao meu amor
vira-me do avesso, faz-me delirar
Sem medo, sem reservas, sem pudor
ao ouvido dizes-me que sou todo teu,
quero-te, desejo-te e amo-te...!!!
DOCES LEMBRANÇAS
O passado tem braços longos,
Tem mãos como tenazes,
Tem pernas compridas
Tem pés gigantescos
Que pisam na minha cabeça,
O passado é como uma tigresa
Dos dentes de sabre
Que tem minha cabeça
Entre suas presas...
Que tem meu coração
Pulsando na relva
E tem minhalma vagando sobre os lagos
Dançando as valsas
De madrigais inesquecíveis,
Doces lembranças que não se dissiparam...
Amor feito....
com um copo de vinho do porto
mãos agarradas à cama velha de ferro
chia, já gasta de gemidos, suaves e fortes
Sinto as tuas mãos agarrar as minhas.
Sensações loucas, travessas de um vendaval
boca que pediu o teu beijo, simples de desejo
abraço tremulo de emoção, respirar arfante
sentimento neutro da mesma certeza perfumada.
Flores mágicas de um jardim florido numa noite
num dia de inverno, quente e fria, onde chia, chia
a velha cama de ferro, florida de amor e esperança
feita com um copo ou dois de vinho do porto.!!
Das mãos limpas que me valho
são exemplos dos meus pais:
honestidade e trabalho;
ganância... inveja... jamais!
Quantas pedras removidas
e quantas por remover.
Provações em nossas vidas
que só nos fazem crescer!
Não existe lei que impeça
um pensamento funesto
de quem semeia promessa
quando não quer ser honesto.
Distância não é medida
se a paixão é verdadeira;
o calor de despedida
não diminui a fogueira.
Pergunto ao tempo até quando
a falsa paixão se esconde.
E ele passando... passando...
sutilmente já responde!
A terra liberta cios
e os braços do homem aceita
quando a chuva por seus fios
tece o manto da colheita!
No fim do túnel a luz
sinaliza uma esperança.
Quem a seu brilho conduz
a vitória sempre alcança!
Pelas flores que plantei
entre espinhos... muito fiz
que um grande jardim ganhei:
Minha sina é ser feliz!
"Minha liberdade foi retirada
Arrancaram de minhas mãos
Quando disseram que não existe um tal de sentimento denominado 'amor'
Como não existe?
Se eu posso senti-lo?
Se preciso dele para manter-me viva?
Sinto que arrancaram de mim uma parte enorme de meu ser
Como se tivesse ficado um lugar vazio
Um nada..."
Rosa...
Em minhas mãos,
carrego a rosa
que ainda espera
tuas mãos
para recebê-la.
Talvez nunca se lembre
do quanto te esperei aqui,
mas acabei indo embora
e a levei comigo
para que a saudade
fosse menos cruel
ao me abraçar
e pedir abrigo.
Há espinhos escondidos
que ferem as mãos ao tocar a flor,
mas há o perfume dela
que embriaga e faz ir
sem medo de pegá-la.
Viver,
é romper barreiras.
Liberdade...
Leve tua liberdade contigo
porque em minhas mãos,
serias mais um prisioneiro.
Canta teu canto
por onde andar
e seja encanto
onde pousar,
teu livre
e eterno voar.
Agora,
sem sombras
para te aprisionar
nem grades em tua vida
que livre veio
e livre,
deve ficar.
Poema ao Invejoso.
Estas minhas mãos feridas,
Das lutas da vida,
Da dor que carrego em minha alma.
São a prova que eu,
Sem o consentimento seu,
Vou vencer nesta vida,
Lutando e tentando,
Sem fraquejar,
No coração eu carrego,
O saber de ganhar.
Tu não queres de mim,
A vitoria na vida,
Mas eu digo a ti,
Esta luta é minha.
Independente de tudo,
Sei que vou vencer,
Pois não depende de ti,
Apenas do meu querer.
E querer é oque tenho,
É oque carrego nas mãos,
Batalhando na vida,
Seguindo meu coração.
Não tenho medo da dor,
Pois eu ja a senti,
Não é tão assustador,
Quanto viver sem sorrir.
Sei oque devo fazer,
Pra na vida vencer,
E nunca desistir,
Nem ser como você.
Conformado com tudo,
Em uma vida sem nada,
Criticando a todos,
Em uma vida arrasada.
Não é ganancia oque sinto,
Minha sede não é dinheiro,
É apenas prazer,
De fazer meu querer,
Nesta vida tão curta,
E não ser infeliz.
Infeliz como muitos,
Que nem chegaram a tentar,
Sonharam com coisas,
Mas nunca tentaram ganhar.