Poesias Pequenas com 4 Linhas

Coração

Talvez ele não siga linhas retas, talvez os obstáculos o fortaleza, talvez um dia ele se perca no caminho mas que logo ele seja encontrado, talvez diga mentiras para não ser machucado mas que pelas verdades ele seja julgado.

Não quero que o nosso amor
seja linhas paralelas
nem cruzamento de duas retas;
quero sim que seja um segmento de pontos:
contínuo e infinito.

Não importa se só tocam
O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto em linhas tortas
Nas portas da percepção
Em paredes de banheiro
Nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de historias seremos a memória dos dias que
virão
Se é que eles virão

Entre palavras e linhas. Poesia.
Entre dia e noite, lembranças.
A todo momento, ausência.
Na cabeça e no corpo, vontade.
De esperança ou espera: o tempo.
Bocas e quadris, encaixe.
Eu e você, saudade.

POUSO

Tal qual a caneta que após percorrer todas as linhas repousa exaurida sobre a folha de papel
Depois que eu fizer todo o percurso de sua pele
Embrenhar-me em seu corpo
Enfim exausta
Ofereça-me seu peito como pouso.

"Eu escrevo sem papel nem tinta.
Escrevo nas linhas do tempo.
Sem margens que é pra não delimitar meu pensamento..."

Vejo por tais linhas
inquietudes advindas,
tempos de outrora
a textura das páginas,
ásperas, porosas,
cansadas do tempo,
escondem histórias,
abrigam mistérios,
despertam curiosidades
dos olhos que as fitam..

"A beleza está na diversidade das cores, das formas, das linhas, da luz, dos sentimentos!
A beleza está nos olhos de quem vê! "

Mapeei a dedo tuas sardas
Contornei sem jeito tuas linhas
Que te entregam e desvendam o melhor em ti

Voltamos de novo
Com sorriso no rosto
Com sangue nos olhos
Linhas no meu bolso

Anos-luz à frente
Pronta pra dar o troco
Ressurgi das cinzas
Reconheci meu corpo

QUINTAS para filhote de gente

estrelinha estrelinha
entre linhas
papagaio, pião
pula corda!
entrelinhas...

Deus escreve certo por linhas tortas.
Nada é por acaso.
Falta as vezes abrirmos os olhos e enxergamos adiante.⁠

⁠No começo
Nós sonhamos em estar onde estamos
Seguimos linhas que redefinimos
Tão perto, mesmo assim tão longe
Estou caindo aos pedaços
Gostaria de ser o que o mundo esqueceu
E eu sei
Parece um paraíso quando se está perdido

(⁠manto)

costuro na tecitura das linhas
palavras que fazem sentido
para quem as escreveu

para quem as leu
faz-se abrigo...

Sinto-te aqui.
Onde? Não sei
Na onda do mar
Na ode do amar
Nas linhas
Nos trilhos
Na clave da canção
Sem estribilho.

⁠Não tente ler as entrelinhas das linhas que escrevo.
A compreensão pode estar depois das reticências.

⁠Aqui estou mais um dia, um detento diário
No meu diário, citar essas linhas é algo árduo
Normalmente, o que eu sinto, eu guardo
Sinto que resolveria alguns problemas com um infarto

Temos o poder de
Reescrever a nossa vida
E se sair por linhas tortas
Tem problema não!
A gente conserta

Marcas do tempo

Marcas do tempo que nos sintonizam
Pincelam linhas em surrados semblantes
Deteriorizam-nos em plenitude e beleza
E semeiam-nos o aprendizado das certezas

A beleza não está naquilo,
que os olhos enxergam.
Ou na perfeição das linhas ou formas.
A beleza vai além.
Algo que extasia a alma
e aquece o coração.