Poesias para Bahia
Sinto que seu amor me chama
em meio as chamas de uma cidade
em guerra com a saudade que sinto
O relógio avisa que já não temos tempo
que o tempo que tínhamos
você picotou junto com as poesias
que eu ousei escrever um dia
E no meio dessa agonia
nessa cidade que é você
em som, cor, tom e imagem
Minha vida entra em guerra
ao tentar acalmar um coração
que te escuta e ao te escutar
ouve o meu nome
E nada faz mais sentido
pois estamos sós
cada um em um canto
sofrendo e morrendo de amor
aos poucos.
Bem que o relógio avisou
‘O tempo é cruel’
e faz amores morrer em vida
para que nada mais faça sentido
SALVADOR
Viagem curiosa esta,
Não paguei e estou a
Ver o mar. Olha lá!
A roda de capoeira,
O sotaque baiano,
Cá estou na primeira
Capital?! Mistura de
Cores enfeitam as
Ruas. Dança e cantoria
Denotam a magia do
Candomblé. O farol
É lindo! Seja bem vindo!
Disse Severino. Oxalá!
Quem dera voltar logo
Após o despertar...
Será lembrança tua,
ou é o samba de Dalva
Nas margens do Paraguaçu?
A impressão é que te vejo
Quando ouço a voz de Sine, aqui do lado
conversando teorias sistemáticas
de viagens que ele acabou de fazer.
Pode ser a vontade
ao ver Edson Gomes
Atravessando a ponte
Vindo pra cá, cantar
numa mesa de bar,
Sorrindo com todos em Lomba
Numa quinta-feira longa
Até o sol nascer no rio
Não sei se é tu ou Cachoeira
no porto, em seus becos e ladeiras,
ou cheiro do licor que esquentava
enquanto os pretos velhos dormiam
E as nossas almas de amor se consumiam.
Não sei se são lembranças,
Se é Cachoeira,
Ou será adiante, apenas, saudade.
As vezes me pego pensando nessas águas. Chego a sentir
o cheiro da areia molhada.
Outrora parece que ouço a sinfonia da correnteza...
Saudade boa do rio corrente.
Como um filho rebelde Eu fugir de casa
na esperança de conquistar o mundo
virar um andarilho em busca da sorte
mas nunca me bateram tão forte
como a vida longe de você
mas hoje o que posso dizer
é que me resta essa saudade louca
e sinto o gosto do azeite na boca
e começo a me indagar
ó Bahia quando iremos nos reencontrar.
Intimidade
Intimidade não é somente
Roubar os beijos grossos
Da mulher que passa e – sem fôlego –
Perder a noção do perigo!
Intimidade não é somente
Maldizer os deuses que saíram de férias,
Levando consigo o adeus
A imortalidade e a graça!
O íntimo pode se revelar
Na distância (real ou aparente)
Entre as almas, os sapos – pois tudo que
Respira se entende sempre!
Salvador
Grito forte, grito alto na cidade baixa
E os verdes amores dos tons das flores, eu esqueço, mas tenha piedade de mim, Deus
Nas noites frias dessa cidade
Pego o elevador e vou até os teus museus, os olhos dos velhos, a pele negra
O segredo do teu povo está escrito nas paredes, a sede, a fome
Amanhã eu era, ontem não fui, vim parar aqui, onde não entendo
A morte vem fardada sobre os trilhos de sangue nas ruas, e os cachorros latem a noite me assustando
O vento nas árvores, a lua me constrange, eu minto sobre o sol
Mas não me escondo da lua, ela não me julga, não me queima os pés descalços quando piso o asfalto
Nada é como ontem, que pena.
E as moças dançam para os moços
Que não ligam para as moças, a morena o leva a cama, mas só a branca ele ama, e a branca o levará a morte, se por sorte.
Ou o fará vagar pela cidade como covarde.
Como sem vida na ida, como sem corda na volta, se enforque, se mate hoje, assim é o ontem
Nosso sacrifício diário, suor e sangue sem valor
Os senhores da alta nobreza na cidade baixa desfilam riquezas, riquezas da vida
Mas a vida é terrena e pequena
Da ginga eu ginguei,
nas ladeiras doutro tempo,
miles de sonhos atinei,
mas vida correu depressa,
apenas com a poesia fiquei.
Saudades da Bahia, da Ritinha,
da capoeira que joguei,
daqueles olhos amanteigados,
daquela boca que beijei.
Meu coração é nordestino.
Meu coração é nordestino
Ele bate mais forte no mês Junino.
Corre no vento contra o destino
Que eu escolhi desde menino.
Apaixonado pelo nordeste eu sempre serei
Eu amo a Bahia posde crê meu rei
Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Maranhão, Paraíba e Ceará estados com beleza e muita história para contar
Entre o frevo e o forró,
entre Zumbi e Mestre Vitalino
está Pernambuco com o seu sotaque fortíssimo
Visse, cabra arretado óia só oque vou de falar aqui tem quadriá e quentão, pamonha e salão com muito forró para dançar.
Ela vai pro baile das santinhas. Ela dança e desce até o chão. Explode o sorriso e grita ao mundo a sua alegria. Ela é Bahia, é fé e é afoxé. Ela é o dendê
queimando tudo aquilo que lhe faz mal pra transformar em um delicioso abará
completo e axé. Sim, ela vai de joelhos subir a as escadarias do Bonfim. Vai, sim, amarrar a fitinha e fazer quantos pedidos ela achar que tem o direito de fazer.
Santinha. No baile, na vida e no amor. Beijando e dançando. Rebolando e rodando a baiana que existe dentro dela.
Maravilhosamente linda e fascinante.
E entenda uma coisa:
Ela é santa, porque ela é livre.
Olha como ela passa sabendo que em tuas passadas existem rimas de uma poesia de axé. Seu coração, ouço daqui. Não bate, batuca. Tambores do Olodum, no ritmo do amor que ela se dedicou a espalhar no mundo com a tua beleza. Soteropolitana de fé. Viciada em acarajé. Em sol. Até quando o sol não vem, é praia pra ela. Salvadora de si. A bela mainha. Sem aspas, mesmo. A nossa mainha. De quem vem de fora olhar o verão. Dança.
Nos carnavais de chegadas o ano todo. Ela, sempre linda. Soteropolitana.
Ritmando pores do sol. Com esse sotaque que é a sua melhor lembrança. E ela nem sabe que tem. Brilha, sempre.
Em festa. E força. De Salvador pro mundo é pouco. Ela vai sempre além.
Soteropolitana. É mais que um gentílico. Por isso, sol se tem na Bahia.
Dezembro chegou.
A Cidade logo muda de cor!
Festas de largo: Santa Bárbara; Conceição; Bonfim; Iemanjá.
O carnaval não esta longe de chegar.
Salvador, terra da magia, terra do sabor.
Da Costa do dendê, do samba de roda, do calor e do amor.
Da Barra a Itapuã.
Do São Gonçalo à Aquidabã.
Cidade Alta, Cidade Baixa.
Periferia quase nunca citada.
Engomadeira, Pernanbués, Liberdade, Peripiri.
Em São Joaquim tem cheiro verde, tem obi e orobô.
Tem água de rosa e água de flor.
Tem maxixe e tem jiló.
Também tem feijoada, rabada e mocotó.
Cerveja gelada, cambuí, jurubeba e catuaba.
De Itaparica à Vera Cruz.
Do Recôncavo ao Litoral Norte.
Praias repletas de gente preta, branca e amarela fazendo da Bahia este colorido que em nenhuma parte do mundo é visto.
A noite chega! Ouço som dos atabaques.
Vozes entoadas ao som do Ijexá, ritmo que atravessou o oceano junto as diversas formas de conversar com a natureza, ou seja, com os Orixás.
O fogo, a água, a terra e o ar elementos sagrados que misturados com a essência das folhas maceradas faz o Axé se transformar.
É Carnaval! Que agito em Salvador...
Na paz e amor, axé, dança e calor!
Passa a "pipoca", e fica o sentimento:
Bahia não me sai do pensamento!
Escrevo até um soneto solto ao vento.
Nem dá pra demonstrar tudo que tento!
Nem liberando essa energia e dor
Do desconforto ao ver o Sol se pôr,
Da minha lágrima a molhar o chão
Do meu Brasil nesse nordeste lindo!
Na tentativa a descrever "paixão",
O som do Pelourinho já vem vindo -
E essa alegria invade o coração:
Só no gingado eu fico assim sorrindo!
Desculpa se essa cidade é de um povo quente e cheio de energia, cheio de cuidados e cheia de alegrias não que não tenha suas mazelas, mas até assim suas ruas se tornam belas, existe um povo que tentam nós demonizar, só que do profano ao sagrado sabemos respeitar.
Quem vem à Salvador e conhecê alguns lugares, não existe, não senti vontade de retornar, se você não vem na Bahia, não vai ter história pra contar.
A casa da vaidade anda cheia de gente viva que morre aos poucos. Que não se contenta com o que conquistou e quer trapacear as conquistas alheias. Que deseja o inviável aos seus próprios limites. Que nasceu pra voar, mas que prefere rastejar na floresta de lama com a intenção de sabotar o ninho dos outros pássaros.
É quem envenena a alma só para apagar a luz do outro. É quem se define. Quem se acostuma. E que poderia ser mais, mas prefere o mínimo. Pois não consegue ir além daquilo que pensa todas as manhãs. O dia todo.
E isso não tem nada a ver com conhecimento, com sabedoria, com intelectualidade ou inteligência. A vaidade, geralmente, é um sintoma desses todos.
Meu pai dizia: Filho, onde quer que você chegue e por onde vá, nunca esqueça de manter os pés no chão. Se policie, se vigie. Até que a humildade seja um hábito.
Como deve ser apertado o espaço de quem precisa apequenar o outro para se sentir grande. Como deve viver o mundo das ilusões de que é maior, sendo que se rebaixa tanto.
Como deve ser triste saber que, sem a maldade, a vida não anda. E como deve ser tenso saber que, ao lado da maldade, um empurrão nunca é pra frente. Mas pra derrubar o ego.
E preste atenção: a vaidade não tem mãos para levantar ninguém.
CHAPADA DIAMANTINA
Quando Deus criou o mundo
Numa tarde inspirada
Com um suspiro profundo
Ele fez essa chapada
Olha só que obra-prima
Se vê tudo lá de cima
É uma terra encantada
Diante a efemeridade da vida, ainda há quem saia na Barra/BA para ver o entardecer e o "sol virando lua", diante a tristeza cada um busca uma distração e algum tipo de conforto ou diversão, nós quanto ser humano jamais entenderemos a nossa desobediência, até porque queremos sermos livres mesmo diante a uma pandemia perversa que mata milhares de pessoas.
Saindo da Barra/BA passando pela Sete Portas/BA, vejo o abandono, lençóis em forma de casa, moradores de rua e um congestionamento miserável na rua e em por dentro de mim, abaixo a cabeça e tento não refletir a vida, até porque tenho que regressar ao meu próprio ser e cuidar de mim!
A menina que visita
Elevadores e templos
Em praias e momentos
Em vista deslumbrante
E desigual
Bah, tu ia?
Bah, ia
Usando cada Giga de sua memória cerebral
Valorizando o real
Para guardar as fotos
Na cabeça
Em prol da imersão
Antes que os tempos a levem de avião
E novos desafios
Surgirão
Do calor nordestino
Ao frio de rachar
Que em transformação
Nunca esqueça
De volta e meia se lembrar
Urandi
Em urandi tem poesia
Tem gente cristã
Que vive com harmonia
Como se não houvesse o amanhã
Nas estradas tem umbuzeiro
No lajedo tem cabeça de frade
No morro tem o Cruzeiro
Que abençoa toda a cidade
Cidade pequena pacata
Onde há sossego e tranquilidade
Nas pessoas bem amadas
Tem-se belas amizades
Na serra tem nascente
De uma água maravilhosa
Desejada por tanta gente
Essa água tão famosa
Aqui tem belos carros antigos
Tem museu do século XX
Tem poemas dos bonitos
E a beleza natural está no verso seguinte
Tem pinturas na garganta do impossível
Pura beleza na cachoeira do Dedinha
Sem falar do poço do infinito
E do sítio arqueológico lajedo de tapuia
Não poderia deixar de falar
De um médico que muitas vidas salvou
Dorivaldo Dantas foi e sempre será
O nosso melhor doutor
Aqui só se ver gente formosa
Nas festas de tradição
E nas famosas festas religiosas
Tem Santo Antônio e São João
Urandi me faz feliz
Me faz ver o mundo com amor
Urandi flor do país
Beijada por um beija-flor
Só de contar as belezas da minha cidade
Me dá orgulho de morar aqui
Eu só quero a prosperidade
Para os cidadãos de Urandi