Poesias Minha Mãe e Tudo o Mais
“Com a prática fiel das virtudes mais humildes e simples, tornaste, minha Mãe [Maria], visível a todos o caminho reto do Céu”. (Santa Teresa de Lisieux / Santa Teresinha do Menino Jesus).
Talvez minha mãe nunca saiba, mas suas críticas sobre a cor do meu cabelo me fizeram odiá-lo, dentre todas as pessoas pequenas que criticaram, ela teve um peso maior. O pior de tudo é que eu fui permissiva, deixei que a insegurança me invadisse.
Minha mãe me criou para ser uma versão melhorada de si mesma, bom em parte ela conseguiu, porém ela me perdeu nesse processo.
O pente fino que minha mãe passava em mim quando criança,hoje continuo passando,tirando quem não soma,deixando quem interessa.
Desde que minha mãe partiu, procurei o afago dela em muitas pessoas, até o dia que encontrei ela em mim mesma.
Tinham pássaros, canções, sinos de paz no sorriso da minha mãe, nasceu feliz e semeou a felicidade, uma eterna doadora de amor!
Quando minha mãe se foi para outra dimensão, fiquei como uma árvore seca e pálida, sem frutos e flores... Depois de dois anos voltei a ter alguns “ramos”, hoje sobrevivo da orquídea que ela mesma plantou! Orquídeas, falam sim!
As orquídeas em veludo imitam a risada de minha mãe, são as asas que encontrei para entrar no coração de sua estrela.
Visitei a cidade que minha mãe foi criada e agora indo rumo a cidade que meu pai nasceu. Estou me perguntando como eles conseguiram se encontrar de lugares tão distantes ?! A vida é magnífica e surpreendente!
Minha educação foi a melhor que poderia ter recebido. Equilibrada. Minha mãe é a palavra dura e meu pai a mensagem de mansidão. Não posso reclamar do carinho que recebi desde sempre. Quando penso em tirar os pés do chão, meus pais se manifestam como seres simples e humanos que são, e me mantém firme e enraizada. Isso completa a idéia que tenho da família como sendo um dom divino.
Minha Mãe é minha eterna Rainha, tenho 5 irmãs, sou o irmão mais velho e sempre me senti no dever de proteger a minha família, eu ainda era muito jovem quando minha Rainha me disse para tratar todas as mulheres como princesas, com respeito e educação, como eu gostaria que todos tratassem minhas irmãs e minha Mãe.
Quero homenagear as mulheres da minha vida, amo a todas de coração e paixão; minha Mãe querida, minha parteira e as minhas parceiras de meu trabalho, todas as que me ensinaram que o caminho da vida não tem atalho. Minhas irmãs, tias, avós, netas, primas, sobrinhas e cunhadas, todas por mim, muito amadas. Minhas professoras e educadoras, todas as mulheres que fizeram parte da minha formação de um cidadão honrado, para ajudar nossa nação em cada estado.Todas as minhas amigas queridas espalhadas por este mundão. Minha esposa amada pelos nossos 50 anos de união, para todas eu mando um beijão no coração.
A minha mãe sempre diz que a gente se acostuma com tudo nessa vida e ela tem toda razão. Quando a ausência vira um hábito, a gente também se habitua a não fazer mais questão da companhia de quem não está nem aí pra nossa.
Todo mundo diz que amor não existe, mas minha mãe dizia que eu não sou todo mundo, então, vou contrariar o rebanho e continuar acreditando que ele existe.
Minha mãe costumava dizer que nessa vida, a gente se acostuma com tudo. Podemos até nos acostumar, mas não devíamos. Jamais deveríamos nos acostumar com coisas que nos machucam, que nos diminuem ou que nos causam dor.
Você não é minha mãe, o amor que sinto por ti é egoísta, contigo não vou brincar de amor porque o orgulho faz ferida que não cura, o meu amor por ti não é bondoso tão pouco paciente porque é invejoso e cheio de ódio por quem fica contigo enquanto finjo paciência.
Eu cresci ouvindo minha mãe dizer que o amor tudo suporta e, por um tempo eu até acreditei nessa falácia. Mas quando eu me amei de verdade, descobri que isso não era verdade, que amor não suporta tudo, como dizia Maiakóvski "onde tudo é aceito, eu desconfio que haja falta de amor", principalmente amor-próprio. Amor é canteiro e canteiro que não é cuidado, erva daninha se alastra e vai matando aos poucos qualquer forma de vida que exista ali, até que só sobre ela.
Entre tantas lembranças que guardo da infância a que mais me enternece é a da minha mãe deitada ao meu lado, do calor do seu abraço me envolvendo como um cobertor quentinho e do som da sua doce voz que como uma canção de ninar embalava lentamente os meus medo, antes que o sono chegasse.
Cresci ouvindo minha mãe dizer que a gente se acostuma com tudo. Não, a gente não se acostuma com tudo. A gente não deve se acostumar com tudo, a gente não precisa se acostumar com tudo, principalmente com o que magoa, com o que fere, com o que dói.
Eu cresci ouvindo minha mãe dizer que "amor louco dura pouco". Na verdade, eu nunca soube direito o que ela queria dizer com isso. Hoje entendo que era sobre o equilíbrio que ela estava falando: tanto o excesso quanto a falta matam e o grande pulo do gato é gerenciar esses dois pontos na busca pela harmonia.