Marina Colasanti: poemas que transbordam emoção e poesia

Cerca de 29 poesias Marina Colasanti: poemas que transbordam emoção e poesia

Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

Inserida por regina_maria_braga

O que mais me doeu (...), além da dor da ausência das pessoas queridas, é perder os interlocutores das minhas lembranças mais remotas.⁠ (...) Recordações partilhadas são uma necessidade. (...) Nosso passado não passa, é um pretérito que mantemos vivo a poder de lembranças.

Inserida por regina_maria_braga

⁠Os gestos, os gestos todos que a automação está dispensando, têm mais funções além daquela imediata. Fazer uma cama não é só esticar lençóis e cobertas. (...) E não se trata apenas de exercício muscular. O cérebro também é convocado para lembrar a sequência certa dos gestos, a sua finalidade. (...) Os gestos são lembranças de gestos anteriores, nossos e alheios, são parte do repertório gestual que amealhamos ao longo da vida.

Inserida por regina_maria_braga

Olho a casa inteligente estampada na página do jornal, destacados em vermelho os pontos da automação. E não a quero. Abrir as cortinas do meu quarto ao levantar é um gesto que inaugura a manhã. O mesmo que a minha mãe fazia quando eu era criança. Afasto as cortinas para receber a luz, olho as montanhas, estudo o céu e suas nuvens, rego meus gerânios na beira da janela. E o dia começa.

Inserida por regina_maria_braga

⁠A vida não é linear, e o outro não te oferece sempre o mesmo rosto, o outro te oferece um rasto hoje, e um novo rosto amanhã, e por aí vai. Nesse caso, se você quer manter o seu casamento, há os acertos que precisam sempre ser feitos... Então, você puxa um pouco para cá, puxa um pouco para lá, eu te ofereço isso, você me oferece aquilo, segue para aquele lado, segue para aquele outro. Dito assim parece uma negociação fria, mas não é

Inserida por regina_maria_braga

⁠No diálogo de amor, o amor cresce junto com o medo, e no amor busca-se o amparo. A meta proposta é tão mais fascinante do que tudo, que tange e empurra e leva adiante. Propõe-se o encontro. O encontro de cada um consigo mes­mo. E o encontro total entre duas pessoas, que só o conheci­mento individual permite. A proposta desse encontro é tão grande, tão luminosa, que assusta. Mas, ainda que trêmula, ainda que assustada, é preciso colocar a mão sobre o primeiro botão e soltá-lo — é preciso procurar as palavras para come­çar o diálogo. Porque é falando da vida que espantamos a morte.

Inserida por pensador

⁠Não existe metro nem fita métrica, como usam as costureiras, para medir a felicidade. A felicidade é diferente para qualquer um.

Inserida por pensador

⁠Não sei como se mede o amor. O amor é inconsútil, não tem medida. Cada um vive o amor do seu jeito.

Inserida por pensador

Assim a vida vai, entre os revolucionários que gostam de mudanças, e os conservadores que não gostam delas.

Inserida por pensador