Poesias de Marina Colasanti
Olho a casa inteligente estampada na página do jornal, destacados em vermelho os pontos da automação. E não a quero. Abrir as cortinas do meu quarto ao levantar é um gesto que inaugura a manhã. O mesmo que a minha mãe fazia quando eu era criança. Afasto as cortinas para receber a luz, olho as montanhas, estudo o céu e suas nuvens, rego meus gerânios na beira da janela. E o dia começa.
A vida não é linear, e o outro não te oferece sempre o mesmo rosto, o outro te oferece um rasto hoje, e um novo rosto amanhã, e por aí vai. Nesse caso, se você quer manter o seu casamento, há os acertos que precisam sempre ser feitos... Então, você puxa um pouco para cá, puxa um pouco para lá, eu te ofereço isso, você me oferece aquilo, segue para aquele lado, segue para aquele outro. Dito assim parece uma negociação fria, mas não é