Poesias Keidy Lee Jones
O Que Eu Quero? - Segunda Parte
Não quero muito
Apenas um banco de praça
Onde eu possa sentar,
Pensar e,
Escrever uma poesia.
O Que Eu Quero? - Terceira Parte
Não quero muito
Apenas um travesseiro
Onde possa encostar a cabeça
E soletrar meus sonhos.
O Que Eu Quero? - Quarta Parte
Não quero muito
Apenas o complexo
Justificado numa chuva doce
Pra que não molhe meus contos.
O Moço da Esquina
Eram seis e meia da manhã, ele estava se aprontando para o trabalho quando de repente escutou lá de fora algo que lhe chamou atenção. Ainda não dedilhou aquelas palavras como deveria e até como desejaria, mas algo em seu mundo parou e andou rapidamente, ele tentara acompanhar, mas de nada adiantava seu sentimento de perda e ganho. Trabalhou introspecto querendo ainda ter o pouco de nada ter. Queria ter o dom, a beleza que jurava estar na casa do vizinho. Ele queria mudar até o dia em que percebeu que não se entenderia de forma alguma. E continuou a viver com o peso silente de existir. Ainda não me contou o que aconteceu, ainda não sei o que havia escutado. Mas ele queria mudar o mundo e de tanto tentar acabou sendo modificado pelo mundo, mas não sobreviveu a tal e voltou a fazer do desentendimento seu fiel companheiro.
O Mestre
(leia em: keidylee.blogspot.com)
Há cem anos indaguei um mestre
Queria saber o que é sentir
E, sair de minha vida anestesiada
Longa demais em um só dia.
Ele esperou o inverno chegar
E o frio acalentar minhas vestes suadas
Levou-me a ruas calmas,
O mundo estava calado
Só se ouviam suspiros raramente
Quando até as matas se fechavam.
Ele segurou minha mão
E mortalmente intactos
Escutamos um barulho inebriante do inexpressivo,
Das pessoas paradas nas ruas desertas,
Dos pingos de chuva
Que insistiam em lavar minha alma
E, em me dizer: você está vivo.
Escutamos o puro inocente barulho do mundo
Que não conseguia calar,
Pois suas paredes riscadas insistiam em me comunicar.
Entrara em mim. Senti.
Século XXV
(leia em: keidylee.blogspot.com)
Deve ser essa a diferença
A tal diferença que a tanto falo:
O que me torna diferente
Da maioria dos humanos
É que eles quando estão apaixonados
Perdem o sentido das coisas,
Eu não!
Não vou dizer que sempre fui assim,
Que nunca fiquei boba,
Eu fico boba sim!
Afinal, essa é a graça do amor:
Deixar-te feliz.
Mas os humanos,
Oh humanos!
Custam a entender
Que por mais forte que seja o sentir
Devem reconhecer os defeitos e fraquezas e,
Não só as virtudes.
Desromantismo (keidylee.blogspot.com)
Pouco silêncio,
Cá estou a escutar
Amores eternos acabam
Em dois ou três dias.
No mar onde piratas se consagram
Nas ruas desestas que não calam,
Apelam por paixões inebriantes
Corações sozinhos e palpitantes,
Gritos escrevem suas novas canções
Decorrentes de tantas necessárias apresentações,
Cartas apelam sozinhas
A um dicionário de paixões proibidas:
Um pouco de amor.
Cansadas canetas românticas,
Cabeças pensativas vazias,
"Desromantismo" inaugurado sem nostalgia.