Poesias de Robert Louis Stevenson
Trovas De Ciúme
"Dosado", o ciúme é tempero
que à afeição da mais sabor...
Mas, levado ao exagero,
é o pior veneno do amor...
Cão de guarda, ameaçador,
a rosnar, furioso e cego
eis afinal, meu amor,
este ciúme que carrego...
Do amor e da desconfiança
infeliz casal sem lar,
nasceu o ciúme, - essa criança
tão difícil de educar...
Perigoso, onipotente,
verdadeiro ditador...
o ciúme é um cego, doente,
ou um doente, cego de amor?
Eis como o ciúme defino:
mal que faz mal sem alarde
corte de alma, muito fino,
que não se vê... mas como arde!
O ciúme, desajustado,
por louco amor concebido,
era uma amante, (coitado)
a padecer... de marido!"
A vingança é como uma víbora de duas cabeças: enquanto você vê seu inimigo cair, você está envenenando a si mesmo.
(Aang)
— É tanto sofrimento e eu não sei como ignorar isso.
— O que te machuca?
— Não, não é comigo. São eles. É todo mundo. Não acaba nunca. Você entende?
Se eu fosse a chuva
poderia eu me conectar com o coração de alguém assim como ela pode unir
os eternamente separados, terra e céu?
Cada gota que caí é um
Momento que se foi
Assim é a cachoeira da vida
Uma fonte inesgotável de lembranças
Uma enchente involuntária de saudade.
- A senhora, duquesa, seria capaz de lembrar de algum grande erro que tivesse cometido em terna idade?
- De muitos, receio.
- Então, cometa-os de novo. Para se recuperar a juventude, basta repetir as mesmas loucuras.
- Uma teoria deliciosa. Tentarei colocar em prática.
(...)
- É verdade. - disse Sir Thomas - este é um dos grandes segredos da vida. Hoje em dia, a maioria das pessoas morrem de uma especie de concenso servil, e, quando já é tarde demais, descobrem que as únicas coisas que não nos arrependemos são nossos erros.
Uma coisa te vou dizer: se quiseres conhecer bem uma pessoa, tens de te zangar uma vez com ela. Só então é
que podes julgá-la.
ROSA... ESPINHO
Pago a impaciência
desta paixão ansiosa
por te querer
em meu caminho..
quis colher a rosa
feriu-me o espinho.
EM TODOS OS JARDINS
Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Parece coisa de louco
Como explicar na verdade
Que o amor, que durou tão pouco
Me doa uma eternidade
Agora
já frio o coração
(mas a alma, entretanto, ainda ferida)
resta-me a amarga e silenciosa convicção,
de só tão tarde ter percebido
que nem sequer existi em tua vida.
A gente sabe que é amor,quando de repente encontra razões para perdoar o que nunca se perdoou ,quando os mais duros pensamentos são palavras de ternura...
fora da boca
-e a gente sente,sente
mas não pensa...
Que o diga meu coração , que deseja ofender-te e transforma em poesia a minha mágoa imensa.
Poema egocêntrico
sou o que sou
somente o que sou
e não o que acham
não me descrevo
afinal, você já tem uma opinião formada a meu respeito
às vezes fico numa dúvida existencial
de caráter introspectivo
e me pergunto: quem sou?
mas a resposta já é certa: não sei o que sou,sou simplesmente EU!!!
minha propaganda é minha presença
só te garanto que
igual a mim não existe
é fácil fazer julgamentos quando não se conhece uma pessoa
mas garanto que não sou somente um "rostinho bonito"
sou diferente dos "outros", por ser justamente quem eu sou
sem se importar com as opiniões alheias
à procura de um amor verdadeiro
e vivendo para o bem, respeitando ao próximo para ser respeitado
e lutando para que meus sonhos sejam concretizados
se quiser conferir... basta pensar um pouco a meu respeito
e venha me conhecer melhor
CIÚME.
O que é isso?
Que me faz ficar zangada
Ficar toda atrapalhada
Quando não estou contigo!
Será que é o ciúme
Que me faz ficar assim
Por não ter você por perto
E sempre longe de mim.
O que é isso?
É paixão descontrolada
É ciúme exagerado
Mais já parei pra pensar.
Vou deixar você sozinho
Vou seguir o meu caminho
Por que vou me libertar.
O que é isso?
Já não sei mais quem eu sou
Vou libertar-me deste amor
Que me faz tanto sofrer.
Este sentimento estranho
Que me faz enlouquecer
Percebi que é ciúme
Que eu sinto de você
O que é isso?
A doença do amor
É o medo de perder
Vou curar esta doença
Para não perder você.
Não entendo,
gosto tanto de você, mas você parece me ignorar,
me dá asas para voar em minha imaginação, me enche de ilusões,
me dá um chão, porém, quando menos espero me tira-o,
dependo de uma ação sua para ter uma reação,
será que ainda não notou?
não me contento apenas com seu desprezo,
quero mais que isso,
se não pode me dar,
deixe que eu sofra em paz, viva sua vida,
tentando achar o seu amor, de pessoa em pessoa,
já que é isso que faz todos os dias,
viver apenas momentos que passam e se vão.
" Último Pedido "
Vida, que tanto me deste
e que eu, desajeitado ou louco,
por tédio, por orgulho ou por cansaço
quebrei, gastei, perdi...
Bem sei que não tenho direito
a nada esperar de ti,
- entretanto, ouve-me ainda, como se ouvisses
o último pedido de um condenado,
sem te importares se te maldigo:
- arranja-me um outro amor, maior que aquele,
e pior que aquele até, bem pior que aquele!
Seja este o meu castigo!
Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo filho da...
Quando ela fala
Quando ela fala, parece
Que a voz da brisa se cala;
Talvez um anjo emudece
Quando ela fala.
Meu coração dolorido
As suas mágoas exala,
E volta ao gozo perdido
Quando ela fala.
Pudesse eu eternamente,
Ao lado dela, escutá-la,
Ouvir sua alma inocente
Quando ela fala.
Minh'alma, já semimorta,
Conseguira ao céu alçá-la
Porque o céu abre uma porta
Quando ela fala.
(...) Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.
Nota: Trecho adaptado de soneto de Luís de Camões.
A primeira glória é a reparação dos erros.
(Ressurreição, 1872)
As ocasiões fazem as revoluções.
(Esaú e Jacó, 1904)
Não se perde nada em parecer mau; ganha-se tanto como em sê-lo.
(Memorial de Aires, 1908)
Também a dor tem suas hipocrisias.
(Helena, 1876)
O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se; basta a simples reflexão.
(Helena, 1876)
Dormir é um modo interino de morrer.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto.
(Esaú e Jacó, 1904)
Matamos o tempo - o tempo nos enterra.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
Amor repelido é amor multiplicado.
(Miss Dollar, 1869)
De todas as coisas humanas, a única que tem o seu fim em si mesma é a arte.
(A Semana. In: Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro, 29 set. 1895)
O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.
(Dom Casmurro, 1899)
Não se ama duas vezes a mesma mulher.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
A vaidade é um princípio de corrupção.
(Dom Casmurro, 1899)
Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular.
(Memorial de Aires, 1908)
Suporta-se com paciência a cólica dos outros.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
A fortuna troca às vezes os cálculos da natureza.
(Iaiá Garcia, 1878)