Poesias de Robert Louis Stevenson

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Tudo o que sou
Eu aprendi a ser onde vivi
E sei que pra ser firme, eu tenho que insistir
Saber pra onde ir

– [...] Para que queres tu mais alguns instantes de vida? Para devorar e seres devorado depois? Não estás farto do espetáculo e da luta? Conheces de sobejo tudo o que eu te deparei menos torpe ou menos aflitivo: o alvor do dia, a melancolia da tarde, a quietação da noite, os aspectos da Terra, o sono, enfim, o maior benefício das minhas mãos. Que mais queres tu, sublime idiota?
– Viver somente, não te peço mais nada. Quem me pôs no coração este amor da vida, senão tu? e, se eu amo a vida, por que te hás de golpear a ti mesma, matando-me?
– Porque já não preciso de ti. Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem. O minuto que vem é forte, jucundo, supõe trazer em si a eternidade, e traz a morte, e perece como o outro, mas o tempo subsiste. Egoísmo, dizes tu? Sim, egoísmo, não tenho outra lei. Egoísmo, conservação. A onça mata o novilho porque o raciocínio da onça é que ela deve viver, e se o novilho é tenro tanto melhor: eis o estatuto universal. Sobe e olha.

Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881).

Cada século trazia a sua porção de sombra e de luz, de apatia e de combate, de verdade e de erro, e o seu cortejo de sistemas, de ideias novas, de novas ilusões; cada um deles rebentavam as verduras de uma primavera, e amareleciam depois, para remoçar mais tarde. Ao passo que a vida tinha assim uma regularidade de calendário, fazia-se a história e a civilização, e o homem, nu e desarmado, armava-se e vestia-se, construía o tugúrio e o palácio, a rude aldeia e Tebas de cem portas, criava a ciência, que perscruta, e a arte que enleva, fazia-se orador, mecânico, filósofo, corria a face do globo, descia ao
ventre da Terra, subia à esfera das nuvens, colaborando assim na obra misteriosa, com que entretinha a necessidade da vida e a melancolia do desamparo.

Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881).

Páscoa é tempo de amor, de família e de paz...
É tempo de agradecermos discretamente por tudo que temos e por tudo que teremos.
Páscoa é um sentimento nos nossos corações de esperança, fé e confiança.
É dia de milagres. É dia dos nossos sonhos parecerem estar mais perto, tempo de retrospecção por tudo que tem sido e uma antecipação de tudo que será.
É hora de lembrar com amor e apreciação, das pessoas em nossas vidas, Que fazem diferença
Hoje, e todos os dias da tua vida, que a alegria da Páscoa invada o teu oração e o daqueles que amas, irradiando luz para iluminar e fazer brilhar o mundo em que vivemos, enchendo-o de saúde, paz e amor.
Que o coelhinho te traga muito mais que simples ovos de chocolate.
Que ele te traga muita saúde, amor, felicidade, compreensão, carinho.
Que você seja abençoado, por aquele que nos deu sua vida.
É o que te desejo sinceramente porque amigos como você a gente não pode esquecer...

Piromania Ambiental

Tem fumaça encobrindo a serra
E cá na terra cheirando a queimado
É o mês de agosto chegando
E outra vez o fogo no roçado

Tem cigarra cantando bem alto
E cidadão fumando cigarro
Na estrada deixaram seus rastros
Alguns voltaram já e outros ali nunca mais

Tem poeira sumindo no ar
E madeira caindo no chão
Tem fogueira outra vez a queimar
Do começo ao fim do sertão

Tem cobra-cega
Já seca no mato
E um braseiro
Que ainda desmata

Tem calango e formiga
Já virando fumaça
E tudo que é inseto
Perdendo o seu espaço

Eles foram passados
Diretos pro além
E o ser humano não para,assim ele continua
Sempre a devastar e fugir pra rua

Sem ele saber que mais tarde
Com a sua carne crua
Pode ter no futuro
O mesmo destino também

Quando a seca chegar
E a água acabar
Quando a fome bater
E a sede aumentar

Já não haverá mais sapo
Nem urubu pra matar
Nem a galinha de Angola
No terreiro a cantar

Até a sua horta
Ali vai ser morta,
Pois não terá mais cacimbas
Só o teu cachimbo na porta.

O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!

A estrada da vida anda alastrada
De folhas secas e mirradas flores...
Eu não vejo que os céus sejam maiores,
Mas a alma... essa é que eu vejo mais minguada!

Antero de Quental
Odes Modernas

O sol se poe no horizonte,
entristece-me saber que ele se vai,
ainda assim, contemplo seu ocaso meu companheiro.
Sei que agora, a escuridão da noite
me fará companhia.
Sinto seu temível galopar se aproximando,
Contudo, com ela espero a lua a me iluminar,
Agora somente esta ira me acompanhar
nesta longa e soturna espera,
talvez queira me ouvir e, eu introspecto não queira falar:
Pode ser que ela queira me entender,
mas como entender se eu talvez não queira explicar!!!
O amor acabou se afastando, tenho essa culpa toda pra mim
Saber disso é uma lástima
Agora quem me faz companhia é a escuridão da noite e, claro....a solidão...

Ventos me sopram num destino bem certo
Finalmente, pensa ele
Que a muito vem me guiando por caminhos tortuosos
Mas agora eu vejo que todas as direções sempre tem um fim
Fim esse que veio, tão belo e negro...como os lindos cabelos de uma moça
Tão frio e macio, como o rosto que esbanja seus labios perfeitos
Tão esperto e delicado, como a mente de um anjo
E tão vivo...quanto uma manha de primavera, que valeu a pena esperar
Não quero entender, não desejo parar e não quero que você vá
Sua imagem vou sempre levar... assim como o brilho no seu olhar
Hoje nasce um novo dia... não pretendo acordar

Afinal, nesses sonhos eu sempre serei o que você quiser que eu seja...

Seu nome forma uma composição
que deixa saudade no meu coração

sua voz que agora ouço
se afoga em minhas mágoas e choro
guardo em mim as suas últimas palavras
guardo até as mágoas
o sorriso que nascia em seus labios ao me ver chegar...
e a sua despedida em me ver partir
de tudo que passamos guardo as coisas mais belas.
o seu amor...
o carinho que tinhas por mim
tudo guardo aqui
mas agora está tudo vazio
so restam as lembranças
uma gota de esperança...
a minha única companhia é a dor
q chegou e se instalou.
mas ainda lembro do seu jeito
das batidas que ouvia no seu peito
tudo eu tenho aqui
Ate a dor de ter que te ver partir

A primavera é o tempo de ressurgir,
do renascer da alma,
momento de lançar-se...
De deixar o ar ventilar as mentes e corações,
de abrir espaço para que o novo brote suas sementes.

Se na terra, só existe os justos que te julgam, e falam que o seu destino é o inferno, e o deles é o céu.
Então faça o seguinte, lembre a eles qual é ou foram os seus pecados...
E assim vá para o céu por ter feito a Delação premiada!

Um dia tudo vai mudar, e chegar ao seu lugar...
E eu vou lembrar como você se esforçou para ajudar a piorar tudo!

Tratei de esquecer que vi o mar
Afundei minha solução nos dias corridos
E o passado se aproximou do meu cantinho solitário...

Muitas vezes, em busca da felicidade, deixamos de viver o presente e aproveitar aquilo que conquistamos. Reclamamos de algo que não temos e deixamos de valorizar o que temos. Esquecemos de viver em família, sair com os amigos e usufruir de bens oriundos do fruto de nosso trabalho. Sempre queremos mais e mais.
Não se deve confundir: A ambição lícita é boa, ganância não. Precisamos olhar o nosso redor e observarmos que temos muito pelo qual nos orgulhar e que diversas oportunidades surgem a cada dia.
Não deixe de atender a oportunidade que bate à sua porta por estar no quintal procurando um trevo de quatro folhas.
Ser feliz também é isso: Viver e valorizar o presente.
Lembre-se que a felicidade está em você e ao seu redor. Não é nada distante. É algo que você encontra em sua caminhada diária.

Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E ter todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.

Cantiga de uma excepcional

Primaveras?
Não as tive. O sol brilhou e as flores floresceram
E não pude vê-las.
Estava estática dentro da jaula
Fria da alma filha da tristeza.
Belezas?
Quais?
Jamais tive a chance de ganhar
Sequer a esperança de ser
Igual
Gente como tantas
No mundo cheio e plural.
Não me percebem
Fico à mercê da minha necessidade
De mostrar que posso mais.
Do que me conferem
As mesquinhas parcelas dos que crêem
Que são mais que eu.
Enganam-se por que
Eu sou capaz.
Apostem em mim
E vão perceber que posso amar
E que no meu universo cabem
Sentimentos e idéias
Dos seres ditos normais.

Tiradentes

Tira, tira Tiradentes.
A tua presença viva dos anais da história.
Liberdade ainda é inglória.
Melhor que vás para São Paulo ou Bahia.
Deixa as Minas e segue sem jamais
Olhar para trás.
A Inconfidência é conspiração à coroa
E terás sina de forca.
Esquartejamento público.
Teu corpo será colocado
Como bandeira,
E desfraldado
Contará para o mundo a tua ignomínia.
De lesa-majestade.
Deslealdade
Com o poder maturado da Europa.
Lideras uma causa sem remédio.
Teu país dormirá por décadas
No seio da impunidade.
Da discriminação
Da contramão
Da desigualdade.
Gritante!
Pedante!
Dos homens do comando.
E teu sonho ainda é um esboço
De um projeto que começa a se desenhar
Na conjuntura arredia
Porém, esperançosa.
De uma nação forte que quer mudanças e inspira
Ainda mais o lema.
Liberdade, ainda que tardia.

Para o assassino

É para ti que escrevo.
Limpando o pó da minha alma
Empedernida pelos crimes
Bárbaros que presencio
Lendo ou ouvindo.
Desatinados
Acontecerem sob o céu de Deus.
Ou da natureza bruta
Como queiras a tua fé.
Que talvez nem a tenhas.
A secura de amor talvez faça parte
Do labirinto da tua entranha.
E deves nem saber ao certo.
Que o mal é tão doloroso a quem o recebe.
Morrer, então é o fim.
E vem alguns dizer que não morremos
Passamos desta para outra melhor.
E se não for assim?
E se deixarmos nossas células
Germinarem outros organismos e
Mais nada. Fica o vazio de vida.
Que poderia ter sido e que não foi.
E cortada impiedosamente.
Curta, breve.
Tão somente.
Um tempo estreito que sem jeito.
Levou nossa fala e nosso canto.
Pode-se às vezes, por sofrer
Até querer morrer.
Mas depois se levanta e prossegue.
E destempera o que tiver acima
Da medida exata que combina
Com o tom leve que se pode suportar.
Se tiver riso demais, buscamos o comedimento.
Se lágrimas acima do normal.
Damos uma enxugada nelas
E dá-se o prosseguimento.
Na caminhada.
Então, se alguém gritar
Denunciando crueldades.
Anunciando as verdades.
Que podem contaminar.
O mundo. Não maltrates.
Ah! Não, por favor, NÃO mates.

Brinco de viver

Meu coração está repleto de amores
Que colhi durante o meu caminhar.
Transformei meus espinhos em flores
Num grandioso desabrochar
De esperanças e de alegrias.
Brinco ser a Lua namorando o Sol
E brinco ser o Sol iluminando a rica Terra.
E no compasso de tanta euforia.
Tenho refletido no olhar doce arrebol
E minha voz é de tenor quando berra
Pras Divindades a minha gratidão por Ser
Existir
E brinco que sou uma estrela
De maior brilho que reluz
E sou nuvem que derrama sobre os prados
Meu amor
E solto o meu riso escancarado.
Pra que siso?
Se a vida é breve e vai correr.
Por isso, às vezes fico séria e então, só então,
Brinco de viver.