Poesias de Robert Louis Stevenson
Solitate
Esse idiotismo português assaz doloroso pra mim...
Já ouvira falar de sua companhia, mas há pouco conheci pessoalmente.
Seu conceito parece simples, explicável... Entretanto meu coração não compreende como é possível suportar...
Seria pouco dizer que saudade é nostalgia, vai além de sentir falta de alguém...
Saudade é sentir-se inebriado pela expectativa de um reencontro
É recordar com os olhos marejados de emoção daquele primeiro beijo...
É sonhar acordada, é ler, cantar, poetizar... É assistir filmes de amor, admirar casais enamorados...
É suspirar ao esplendor das lembranças que são apenas de nós dois...
Saudade é escrever seu nome incontáveis vezes num papel e circular com um coração apaixonado...
É parar no tempo e ver o tempo parar ao imaginar novamente seus abraços...
Saudade é esperar ansiosamente para ouvir sua voz num próximo telefonema e sorrir com você e sorrir de nós...
É falar aos amigos sobre você até não aguentarem mais...
Saudade é pedir as borboletas em tom desesperado que me leve em suas asas para encontrar-te. É falar pra esperança não esmorecer caso elas, as borboletas, digam que terei de esperar a chegada do verão...
Saudade é pedir licença ao arrebol para juntos começarmos o dia pensando em você...
Saudade não é dor por você estar longe, é a aflição por não tê-lo por perto...
Saudade é querer gritar com toda força, pra quem quiser ouvir: Amor, cadê você?
Saudade é pedir a Deus que abrevie o tempo...
A saudade não me para... Ela acalenta a vontade de dizer te amo!
Como nos enganamos fugindo ao amor!
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
Sua espada coruscante, seu formidável
Poder de penetrar o sangue e nele imprimir
Uma orquídea de fogo e lágrimas.
Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu
Em doçura e celestes amavios.
Não queimava, não siderava; sorria.
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.
Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor
Que trazias para mim e que teus dedos confirmavam
Ao se juntarem aos meus, na infantil procura do outro,
O outro que eu me supunha, o outro que te imaginava,
Quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só.
Parabéns, feliz aniversário.
Desejo tudo de bom nessa vida, mas também te desejo forças para enfrentar os desafios de viver. Que você consiga plenitude em suas necessidades e vitórias no seu plano superior.
Que tua virtude seja estimulada e continuada com ações de bondade. Que seu coração generoso bata por muitos e muitos anos, confirmando o que muitos já sabem: que és uma pessoa de grande valor e, como tal, merece e deve ser muito feliz.
"As Flores brotam, e morrem...
As estrelas Brilham, Mas um dia se
apagarão...
Tudo morre...
A terra,o Sol, a Via Láctea e até mesmo todo este universo não é exceção!
Comparado a isto,
a vida do homem é tão breve e fugidia quanto um piscar de um olho...
Neste curto Instante,
os homens nascem, Riem, choram,
Lutam, Sofrem,
Festejam, Lamentam,
odeiam pessoas e amam outras!
Tudo é transitório...
E em seguida,
Todos caem no sono eterno chamado morte..."
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Nota: Trecho de soneto de Luís de Camões.
Hoje eu quero ser feliz, quero ignorar quem não deixa eu me demonstrar, cansei de maquiagem, fachada não é comigo.
Quer saber? Hoje eu quero dançar, pular, sem coreografia, quero cantar sem melodia. Hoje eu quero deixar de lado quem me questiona, e falar com meus inimigos, observar o lado criativo deles, suas qualidades e não mais seus defeitos. Quer saber mesmo? Hoje quero ser eu mesma, não quero mais disfarçar a minha pureza, é, sou pura, cresci, mas continuo inocente, inocente de perigos, e ciente de consequências. Hoje vou me importar menos com o que vão falar, vou me arrumar diferente, vou experimentar novos estilos, novas tendencias. Hoje eu quero ser feliz, hoje eu quero minha independência, hoje quero mudar.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
"Trouxeste a chave?"
Os homens não tem mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não tem mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me
-Que é preciso fazer?
-É preciso ser paciente_ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, a cada dia, e sentarás mais perto
(...)
É preciso ter ritos.
-O que é um rito?
-É ma coisa muito esquecida também _ É o que faz com que um dia seja diferente de outros dias; uma hora, das outras
Ao desconcerto do mundo
Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Amizade é determinar a ausência da solidão
Para preencher de carinho o coração.
Quem tem amigos jamais estará só.
- Por que você está me olhando desse jeito?
- Só lembranças...
Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados.”
Ensinarás a voar ...
Mas não voarão o teu voo.
Ensinarás a sonhar ...
Mas não sonharão o teu sonho.
Ensinarás a viver...
Mas não viverão a tua vida.
Ensinarás a cantar ...
Mas não cantarão a tua canção.
Ensinarás a pensar...
Mas não pensarão como tu.
Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem...
Estará a semente do caminho ensinado e aprendido!
Um modo diferente de pensar,
personalidade forte,
olhos castanhos marcantes e profundos
Ela ri do nada, mas só ela sabe o que a fez rir,
com sono, mas atenta a tudo que acontece.
Sempre com um sorriso marcante no rosto,
mesmo triste está com aquele sorriso vivo no rosto,
rosto esse que nunca quero ver triste.
Emite alegria a todos que estão perto dela,
até a pessoa mais triste por perto fica com felicidade perto dela.
Uma inteligencia muito grande e diferente que valoriza tudo que á é apresentada.
Como seu nome é Gótico tem uma natureza mística,
magia essa que lança a mais poderosas das magias a AMIZADE.
Loucas as pessoas que não se encantam com essa Gótica.
Gótica essa que não assusta,
mas só traz a alegria e a amizade.
Para os que Virão
Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.
Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.
Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.
Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.
É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros.)
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.
Monólogo de Orfeu
Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa
O meu peito em soluços!
Te enrustiste em minha vida,
e cada hora que passa
É mais por que te amar
a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada.
E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem,
essa vontade de estar perto, se longe
ou estar mais perto se perto
Que é que eu sei?
Este sentir-se fraco,
o peito extravasado
o mel correndo,
essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
Tudo isso que é bem capaz
de confundir o espírito de um homem.
Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga,
esse contentamento, esse corpo
E me dizes essas coisas
que me dão essa força, esse orgulho de rei.
Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música.
Nunca fujas de mim.
Sem ti, sou nada.
Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada.
Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos.
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo,
minha amiga mais querida!
Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura!
Quem poderia pensar que Orfeu,
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres -
que ele, Orfeu,
Ficasse assim rendido aos teus encantos?
Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho
que eu vou te seguindo no pensamento
e aqui me deixo rente quando voltares,
pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo
Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo!
SEMPRE BOM LEMBRAR:
Frequenta o abandono quem vive um quase namoro, fantasia reciprocidade, aceita abraço frouxo, conversa sem olho no olho, ausência de carícia.
Frequenta o abandono quem chama a rejeição de saudade, implora por qualquer fiapo de atenção, enfeita sua própria desvantagem.
Frequenta o abandono quem vê na recusa uma possibilidade de mudança ignorando os sinais óbvios da distância.
Frequenta o abandono quem não reconhece que ser bem tratada não é um mérito, mas uma condição e segue chamando migalhas de banquete.
Frequenta o abandono com assiduidade quem se contenta com tão pouco que o Outro para mantê-la descobre que pode dar cada vez menos.
Frequenta o abandono quem não está disponível pra viver um romance porque namora um drama.
Nós dois e a distância
Começamos por brincadeira
E por desejo nos unimos
Mas não por muito tempo
Pois além do desejo veio a distância, a qual me separa de teu cheiro
Dos teus carinhos, do teu amor.
A saudade me mata por dentro, não sei mais o que fazer
Tentei parar de diversas maneiras de pensar em ti
Mas como fazer se tudo que existe me lembra você?
Pois assim quis, por querer que fizeste parte de minha vida por completo.
Sobrevivo a espera de um tempo ao qual essa distância diminua
E me faça cada vez mais ser seu
Cada vez mais um só
Cada vez mais amor
Resisto por saber que a mesma lua e as mesmas estrelas que iluminam minha noite e as contemplo todos os dias, são as mesmas que iluminam o teu caminho e levam a ti as minhas preces e lamurias sinceras de meu amor a ti.
Amo-te acima de tudo
E sei que a distância não será suficiente para separar nós dois.
Quem quer sair de uma história, cala-se e vai embora.
Porque as grandes dores são mudas.
E decisões definitivas não se demoram em explicações.