Poesias de Robert Louis Stevenson
Os teus olhos observando
os meus passos lembram
o voo do Sabiá-Laranjeira
ao redor do Chal-Chal,
E fazem sentir como se eu
fosse um poema sem igual.
Escrevo ao Universo
poemas que na verdade
são místicas epístolas,
pétalas esvoaçantes
amarelas das Canafístulas
com beleza enfeitam
a rota que pretendo
seguir contigo até
o impossível e o infinito
onde o amor nos encontre
cúmplices imperturbáveis
em nosso paraíso particular
onde a inequívoca urgência
seja somente amar ou amar.
Se for correr atrás
do amor que seja
ao redor de uma
Pitangueira cheia
de pitangas doces,
E no final ganhar
muitos beijos
como recompensa
Para ter receber irei
buscar louros silvestres
no Loureiro-dos-Poetas
para fazer um arranjo
com rosas mosquetas
no afã de te impressionar,
porque quero que você
perceba que estou
pronta para te amar
com eira e sem eira,
e de qualquer maneira
desde que você me queira.
Cafezinho-do-jardim
nasceu mesmo só
para enfeitar o lar,
Coloquei uma canção
de Zé Dantas para tocar,
Espero a hora
de um dia te abraçar.
Nômade eterna
das profundezas oceânicas,
Vestida de poesia
e de anacroporas tropicanas,
Sou eu a sutil captora
das tuas sensações,
sentimentos e emoções
em todos os momentos.
No caminho encontro
com a autêntica poesia
natural e citadina,
Não deixo de me encantar
com aquilo que enfeita
o coração e a vista.
Gostaria de ser uma
sementinha de vagem
do poético Ipê-amarelo
para crescer e florescer
como flor nacional
no seu afetuoso peito,
E tornar-me sua maior
amorosa anunciação
e total celebração
além do calendário
e da convenção
sempre que for preciso,
Porque amar também
é a respeito disso.
Confesso que tenho
o hábito de conversar
com o Céu sobre a paz
que busco para o mundo
enquanto caço desenhos
nas nuvens travessas
que por aqui têm se mostrado
ultimamente espessas,
Depois de muitas chuvas
o tempo nos brindou com
um entardecer colorido
que não alcança a beleza
dos olhos mais lindos
que para mim estão
escritos pelo destino.
Na nossa bela cidade
de Rodeio beleza sublime
do Médio Vale do Itajaí,
No dia seguinte o Sol
e a ventania estão por aqui
percussionando as matas,
Sigo capturando leveza
das flores azuis do tempo,
mantendo viva a poesia
como as águas encontram
a rota do Rio Itajaí-açu
numa paz ímpar, profunda
e amorosa como busco
nesta vida ainda ser sua.
Quando o Sol
raiar vou até o Murici
frutos colher,
As sementes vou
guardar e preparar
porque quero um
colar de muitas voltas
para me presentear.
Tenho colocado no dossel
etéreo o tempo todo
a crueldade e a bondade,
Danço no Céu e no Inferno
com toda a intimidade,
A minha pluma de poeta
na verdade é corta sabre.
O cataclisma e a harmonia
ondulam com os seus véus,
Os punhais de salamandras
nas mãos fazem acrobacias,
O domínio que tenho sobre
você é algo que nem mesmo
o destino tem o controle,
O kajal está intocável no olhar,
no ritmo do oceano a embalar
e as estrelas estão a acompanhar.
Nos sacolejantes quadris
dos calendários e das horas
do Oriente e do Ocidente,
Mantenho a inspiração de pé
para impressionar porque
voz sei que nunca irão me dar,
O pouco que tenho querem
me furtar e até a poesia colonizar,
O braço a torcer nunca darei
e a resistência nunca trairei,
A autossuficiência escreve a lei.
Se te quero ou não,
você não encontrará
a devida direção,
A Rosa dos Ventos
está na minha mão,
Tomei controle dos teus
pontos mais cardeais.
Dos mais de cem mares
sou a absoluta filha,
De todos os altares
eis-me a prece erguida,
Das letras místicas
do tempo a poesia.
Tudo de mim passa
por seis continentes,
E em ti estabelece
um território soberano,
Deste peito para o seu
a devoção cresce,
O tempo e a glória
nos pertencem.
Tudo aquilo que é
de espírito imparável
e civilizações inteiras
está se espalhando
pelos cinco oceanos
da nossa existência,
Onde se condena
soul e tu és o poema.
A Via Láctea se move
em forma de sabre oriental
nos lábios da Lua bailarina,
As duas mãos brincam com
o palimpsesto da profecia
sobre o Portal das Nações,
Tudo de mim dialoga com
cada uma das duas emoções
e de seus sidéreos êxtases,
Os perigos, os ruídos
e teus risos me pertencem,
embora eu seja de difícil captura,
Todo o dia te conduzo por uma forma diferente de amor e loucura.
Tudo aquilo que foi escrito
pelos seis continentes
não pode ser mudado,
Só acredita que pode quem
gosta de ser enganado,
Um poema ou a letra de uma
música modificados
nunca encontrarão encaixe,
Porque são os olhos e os ouvidos
da alma que leem e ouvem,
No mesmo sentido assim são
os povos e as pessoas que
creem que podem erguer
castelos sobre os escombros
de uns e às custas dos outros,
todos estes nunca encontrarão
na vida o seu real encaixe porque
se nutrem apenas destruição.