Poesias de Ilusão
Ficção e esperança
A ficção é um devaneio,
um navegar nas águas do tempo,
um cavalgar sem as rédeas da razão,
sem o controle dos sentimentos.
É uma ilusão real, um sonhar acordado,
ou uma completa abstração da realidade,
onde se materializa em proza, versos e rima,
a mais fértil imaginação do autor.
Mas a ficção está a serviço da esperança,
e nos permite visualizar num cenário imaginário,
os ideais capazes de gerar uma nova abordagem,
dos nossos próprios problemas e conflitos reais.
Com uma visão mais pacífica e conciliadora,
permite acreditar que o ser humano
ainda é capaz de se relacionar sem interesse,
de desejar apenas uma amizade sincera
e amar sem o intento de querer dominar.
A realidade não muda através das palavras,
mas as atitudes podem se transformar,
se deixarmos as palavras germinarem
e fazerem brotar a esperança
no solo árido do nosso coração.
Os castelos feitos na primavera das ilusões,
não resistem às primeiras chuvas de verão,
e logo são destruídos pelas rajadas da razão.
Emoções e realidade
Com alguma conversa e um pouco de sorte, um homem conquista uma mulher e descobre seu corpo.
Mas se ilude, se pensar que a conhece intimamente, porque conhecer-lhe o corpo, não é invadir sua alma, nem as suas emoções.
Para conhecê-la é preciso muito mais que desejo ou paixão, é necessário compartilhar sentimentos e emoções, é preciso ouvir, respeitar e abraçar com tanta força que espante os receios e os medos.
Conhecer é ouvir mais que falar, abraçar mais que possuir, sentir e retribuir emoções.
Nossas emoções se transformam em ações, por isso temos que afastar nossos medos, desconfianças, inseguranças e conflitos.
Todos somos vulneráveis e temos que aprender a confiar, para nos entregarmos sem temer um fracasso, para não transformar essa emoção negativa em realidade. O mesmo vale para qualquer bagagem de outros relacionamentos.
Fora de mim existem anjos e demônios, fantasmas e malassombros, lobisomens e vampiros, elfos, fadas, bruxas e unicórnios.
Dentro de mim habitam crenças e fantasias, ilusões e desvarios, ficções e devaneios, imaginações, medos, desejos e faz de conta.
RESISTÊNCIA
A luta feminista, antirracista e anticapitalista é a outra face da medalha da disputa machista, racista, capitalista. A opressão leva à luta, que por sua vez, legitima os lutadores e a luta como tal. A força do lutador vem-lhe muitas vezes das vítimas que não vê, mas deixa, no seu caminho!
António da Cunha Duarte Justo, in Pegadas do Tempo
O sentimento verdadeiro de amor ou de amizade,
Demonstra afeto, empatia, sintonia e dedicação...
No entanto, não existe sinceridade de verdade,
Quando se descobre a traição, mais uma falsa ilusão...
Reencontro
Quero te reencontrar
Com medo de não me aceitar
Luto para aguentar a dor da ilusão
Num momento simples de felicidade
Sofro por não estar aqui
Quero mais atenção
Quero transformar seus sonhos na realidade dos meus
Te fazer crescer em felicidade
Mesmo que seja por um instante
Em um simples momento
Ou na ilusão de um sonho.
CANÇÃO ILUSÓRIA
No mistério do cerrado
estórias e mais contos
E, nos contos, alados
e, nos alados, pontos
nos pontos narrativa
e, elas, em confrontos
entre a quimera e o real
no voo da imaginação viva...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
RODEIO DO TEMPO
Sinto o vento áspero que repousa em mim
Na noite do cerrado, entre o céu e o chão
Bafejado do horizonte, imbuído na emoção
Desfolhando a poesia enroladas em cetim
Sinto o solfejo do inverno de julho, então
Me cubro com a brisa de sonho carmim
Corrompendo o fado, e erguendo jardim
Criando quimeras no alquebrado coração
Meu corpo é alado tal ficção de folhetim
Dessangrando nas saudades de paixão
Suspirando os reveses deixados no fim
Fecho os olhos e me vejo na imensidão
Da captura, breve, tal ledices de festim
Deste rodeio do tempo, cheios de ilusão
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
IMMAGINAZIONE
Eu queria uma sumarenta poesia
Que as rimas dessem paladar e analogia
Aos aromas do fruto maduro do amor
Onde todos degustassem com prazer e sabor
O universo do vário gosto de cada verso
Do poema, carcomendo sentimento diverso
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2016
Cerrado goiano
Eu escolhi-me arriscar
num caminho de obscuridades
onde o céu sufocava-me, onde o brilho das estrelas eram falso.
Eu caí, machuquei-me, e machuquei.
Eu expus tudo que sentia por você.
A falta que me fazia como água no Sáara.
Dos desejos intensos, quentes que me consumia em silêncio entre dunas em noites gélidas.
Você mirava-me, mas não esboçava nenhuma reação.
Eu me vi tendo que competir com o desértico seco do seu ego.
Você apenas permaneceu aí, mirando-me enquanto eu me consumia.
Tive esperanças de que minhas miragens fossem reais.
Mas você permaneceu aí, estático.
Vendo-me consumir e desaparecer como poeira no deserto.
Queria desvendar o mistério, mas o mistério o envolvia, quanto mais investigava, mais o mistério o sorvia.
Sem conseguir desvelar o mistério, e sem se dar conta, acabou tornando-se parte do mistério, que não existia.
Falei a um amigo!
Somos iguais a roupa suja, chega ao fim do dia temos que tira-la pra ser lavada, porque se não começa a cheirar tão mal que precisa ser colocada em molho e muitas vezes higienizar, pra não restar nenhum vestígio do passado.
O mesmo ocorre com os seres humanos.
Se houve uma partida, que guardemos as delicias dos bons momentos.
Se houve uma doença, que a luta seja permanente, mas em um dado momento fazer um esforço e tentar entender o porquê do estado que se vive.
Se houve o pior, a morte; que nos apeguemos ao metafisico o ser superior, é de lá que viemos, é pra lá que retornaremos.
O fato é: viemos ao mundo experienciar a dor e o sofrer.
Porém só fixamos a alegria e esbornia.
Um grande engano.
Mas também viemos ao mundo pra entender que tudo isto é algo peculiar onde em um dado momento de inconsciência foi pedido ao criador como forma de entender o todo.
Entende?!
Viver é aprender...
Viver no passado não é uma utopia...
Viver no passado, é característica da humanidade, pois tudo que fazemos, e sempre o fazemos, cai em um nano segundo no passado.
Em que tempo você supõe que vive?
Eu lhe digo.
Cada gesto, cada atitude seja em palavras ou ações, fatidicamente executada já se foi em segundos transformado em passado.
Paradoxal ilusão de viver.
Bem vindo ao mundo das ilusões.
Senhoras e Senhores planeterra, aqui se satisfaz com as ademoestações...
Tentar sair do mental ilusório é pedir pra sofrer em dobro. No entanto beba das águas da abstração o nescessário pra sobreviver, uma vez que viver sem ilusão é morrer sem nascer.
Boa viagem planetária.
Travo comigo uma luta interiormente, me reafirmo dizendo para minhas emoções minha vida é Mara
é ...ilusão não te apegues Sr Eu de mim mesmo.
...e me vejo emocionalmente lutando diariamente pra vencer minhas imperfeições...
Viver é tão ilusório que ao experienciar o óbvio cremos que é mudança ou o novo
ou o despertar.
Porém vivenciamos sempre o mais do mesmo.
Acordar pra algo é ir rumo ao contrário da maioria!
A humanidade precisa se empenhar mais na faculdade do Amar.
Pra não se queimar na fogueira das paixões!
Não existe alma!
Diz-se, por não enxeraga-la.
O corpo é só uma bateria recarregável.
A falta de energia e depressões são do ego que tudo quer, nada oferta.
Impõe-se em tudo, debilita e leva a falência o corpo.
Existiu um mestre budista que disse.
O pó e a poeira impregnam em coisas.
E, a alma, não é uma coisa. Imita um plasma tal qual o vento e tremulação de um dia de calor emitido no deserto. Ainda assemelha-se as miragens,.
Com isto certamente a alma, não gruda nada por não ter superfície... Ou existir.